Já são 13 anos de ausência e uma saudade que não passa. Na lembrança, diversos momentos e situações marcaram a vida do estudante de jornalismo Adolfo Queiroz que, aos 26 anos, decidiu recriar algumas fotos como homenagem ao pai, um ex-policial rodoviário que morreu em 2004 em Araraquara (SP).
O soldado Fernando Queiroz tinha 43 anos quando sofreu um infarto seguido
de um aneurisma durante o serviço.
A fatalidade, que pegou a todos de surpresa, aconteceu três meses antes de ele
completar 25 anos na corporação, onde trabalhava como operador de
rádio. Na época, Adolfo tinha 13 anos.
“A ausência é doida. Aprendemos a conviver sem ele, mas nunca vamos esquecer das manias,
doproteção que ele a mim, meu irmão e minha mãe”, contou o estudante.
Homenagem
Este ano, Adolfo pensou em uma forma criativa de homenagear o pai, após selecionar algumas fotos do policial durante o dia a dia no trabalho: recriar alguns desses momentos e exibir para a família.
O estudante contou sobre o projeto a um policial aposentado, que era amigo do pai. Ele passou o contato do capitão Francisco Pane Neto, que aprovou a ideia. Adolfo conversou com uma amiga fotógrafa e na última quarta-feira (9) ambos foram à base da polícia fazer os registros.
Criatividade
O trabalho foi acompanhado por um tenente. Como não é militar, o estudante não pôde usar a farda oficial, mas ele já estava preparado. Dias antes, Adolfo foi a uma loja de fantasias e alugou uma roupa de policial, entretanto só tinha preta.
Nas fotos originais o pai usa camisa azul clara e calça cinza. A fotógrafa Aline Ferrarezi avaliou as imagens e pediu uma camisa semelhante emprestada ao namorado. Adolfo conseguiu uma calça cinza e ao final os policiais concordaram que o improviso foi melhor opção à fantasia.
Em uma das fotos recriadas, Adolfo aparece assinando papéis. Em outra, atendendo telefones e, fora sala, posa ao lado de uma motocicleta.
O estudante recebeu autorização do comando para utilizar o colete na homenagem e, em meio a vários cliques, saiu satisfeito com o trabalho realizado.
"Teve toda uma preparação no visual. Tirei a barba e fiz o bigode, porque meu pai usava. Providenciei um relógio prata e tentei imitar o modo como ele segurava a caneta. Foi emocionante, uma mistura de saudades e nostalgia. Quando eu era pequeno, meu pai sempre me levava à base, mas depois que ele morreu nunca mais voltei", contou o estudante.
Adolfo contou que a morte repentina do pai fez com que ele amadurecesse e assumisse junto ao irmão as responsabilidades da casa e os cuidados com a mãe.
"Meu pai era uma pessoa séria, mas muito boa. Não gostava de nada errado e sempre fez tudo de bom para nós. Vou me esforçar muito para tentar chegar perto do que ele foi", disse o filho.
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