A calcinha une maior conforto e menor impacto ambiental. Bela Gil é uma das fãs da alternativa, que agora conta com produção de marcas brasileiras
A calcinha absorvente se tornou mais conhecida no Brasil em novembro de 2016, quando a chef Bela Gil contou que as usava no lugar de absorventes comuns e coletores menstruais. Na época, ela contou que comprava a roupa íntima no exterior. Agora, foi lançada a primeira marca brasileira especializada no produto, a Pantys, que produz calcinhas com tecido antimicrobiano com bloqueador de odores.
Ela possui apenas 1/3 da espessura de um absorvente padrão, absorve o equivalente a dois absorventes externos, é reutilizável, pode ser lavada na máquina e dura até dois anos. A recomendação é de usá-la de 6 a 10 horas, nos dias de fluxo intenso, e o dia todo nos dias de fluxo leve. Uma das bandeiras que a marca levanta é a da sustentabilidade.
É estimado que, durante a vida, as mulheres tenham cerca de 450 ciclos menstruais, descartando 150 quilos de absorventes. Com as calcinhas, o lixo gerado é reduzido drasticamente. A Pantys lançou quatro modelos de calcinhas - tanga, biquíni, clássica e "hot pant - com preços que variam de R$ 75 a R$ 95 no site da marca.
Com o público ansioso para a novidade, duas empresas brasileiras passaram a produzir as calcinhas especiais. A Pantys, primeira marca brasileira no ramo, conta com diversos modelos, cores e tamanhos. Em seu site, reforçam que o produto possui apenas 1/3 da espessura de um absorvente padrão e absorve até 3 absorventes externos. Já a Herself está em fase de pré-venda neste mês de agosto.
As calcinhas absorventes têm vida útil de até 2 anos, em média, e são recicláveis – é só usar, lavar e está pronta para vestir novamente. De acordo com o fluxo da mulher, uma única calcinha pode durar o dia todo. Segundo a ginecologista e obstetra Andresa Foggiatto, a indicação é utilizar a peça em um período que equivale a dois absorventes internos. “O maior modelo armazena até cinco colheres de chá de fluxo menstrual”, completa.
À primeira vista fica difícil entender como uma calcinha conseguiria absorver o fluxo menstrual, mas a chave está em sua composição. Como explica Foggiatto, a calcinha tem quatro camadas com funções específicas. “Uma garante que a pele fique seca, outra tem compostos que matam os germes, a terceira retém o líquido e a última impede que ocorra vazamento”.
As calcinhas não têm restrições de uso, mas o ideal é que mulheres com fluxos maiores usem também um “apoio”. “O indicado é usar a calcinha combinada com o absorvente interno ou o coletor menstrual”, destaca Foggiatto.
Quanto aos cuidados, as calcinhas absorventes não exigem nada além do básico: primeiro é preciso lavar à mão em água fria, depois colocar na máquina de lavar no modo roupas delicadas e deixar secar naturalmente. É importante evitar o uso de alvejante, amaciante, ferro e secadora.
Uma alternativa sustentável
Além do aumento no conforto das mulheres, a novidade também ajuda o meio ambiente. “Esse é um aspecto muito positivo, pois os absorventes convencionais são muito poluidores”, enfatiza Foggiatto.
Segundo dados da marca Fleurity, usando os métodos convencionais, sejam absorventes internos ou externos, as mulheres descartam cerca de 3 quilos de lixo por ano. Com um cálculo simples, cada mulher, entre a menarca (primeira menstruação) e a menopausa (quando a menstruação acaba), produz aproximadamente 120 quilos de lixo apenas durante o período menstrual.
fonte Gazeta do Povo/folha
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