Os trabalhadores da fábrica da Mercedes-Benz em São Bernardo decidiram manter a paralisação até a apresentação de proposta por parte da empresa. Em assembleia realizada ontem o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC informou que não houve avanços na proposta do acordo coletivo, e que está mantida a greve iniciada na segunda-feira, que envolve todos os 7.800 colaboradores.
O presidente da Mercedes-Benz no Brasil, Philipp Schiemer, comentou sobre a greve durante a inauguração do campo de provas em Iracemápolis, Interior de São Paulo. “Lamento que tenha ocorrido essa paralisação quando as negociações ainda não estavam terminadas. É preciso lembrar que o Brasil hoje possui 13 milhões de desempregados. É bom que os nossos funcionários se lembrem disso e voltem ao trabalho”, afirmou.
O diretor executivo do sindicato Moisés Selerges destacou que a paralisação, mesmo em meio às negociações, é legítima. “Estamos em processo de negociação, mas, para isso avançar, é preciso ter vontade política dos dois lados para buscar solução ao conflito. É legítimo fazer greve. Mas não ajuda uma fala sobre os 13 milhões de desempregados no País, esse conflito só se acirra. A vontade do sindicato é buscar solução e, para isso, é necessário ter equilíbrio.”
Além das negociações do acordo coletivo, o motivo da paralisação dos funcionários é a ameaça de dispensa de cerca de 350 funcionários mensalistas. Schiemer, no entanto, garantiu que isto não deve acontecer. “Não temos nenhum programa de demissões (de mensalistas) planejado.”
Selerges rebateu ao dizer que os cortes foram anunciadas aos funcionários. Porém, considera bom que isso não vá mais acontecer. “É uma ótima notícia, resta apenas dizer aos trabalhadores. Em reuniões com os mensalistas foi dito que mais de 300 demissões seriam feitas”, disse.
Conforme o sindicato, os operários aguardam apresentação de proposta da montadora com a reposição salarial da inflação, entre outros pontos. Em dezembro, a Mercedes anunciou a contratação de 272 empregados. E, em março, de outros 250.
“Hoje a situação do mercado brasileiro é melhor, mas na Argentina está muito difícil. O mercado é muito volátil. As pessoas pensam que a crise acabou, mas ainda não acabou. Temos um longo caminho para andar. A Argentina foi grande destino dos nossos produtos no ano passado. Respondia por 15% a 20% das nossas exportações”, destacou Schiemer.
fonte: Diario do Grande ABC
youtube/TVT
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