JOÃO EMANUEL CARNEIRO. Autor de "Avenida Brasil", o maior sucesso da TV
brasileira em 2012, João Emanuel Carneiro mudou as regras do folhetim
tradicional com diálogos realistas, um olhar fresco sobre o subúrbio do
Rio e uma estrutura narrativa ágil, que viciou espectadores numa galeria
de personagens poderosos como Nina e Carminha KLEBER MENDONÇA FILHO. Depois de mais de dez anos atuando como crítico e
de alguns curtas no currículo, o pernambucano fez estreia surpreendente
como diretor de um longa. Seu filme "O Som ao Redor" foi premiado no
Festival do Rio e na Mostra Internacional de São Paulo
ANNA MARIA MAIOLINO. Com uma elogiada participação na Documenta, em Kassel, na Alemanha, e o reconhecimento pelo conjunto de sua obra na primeira edição do prêmio do Masp, a artista italiana radicada no Brasil desde os anos 1960 chegou ao auge de sua carreira em 2012. Maiolino é conhecida por peças de forte caráter político e sua reflexão sobre a condição feminina
TULIPA RUIZ. Expoente de uma nova cena de cantoras brasileiras, a artista pavimentou com o seu segundo disco, "Tudo Tanto", o caminho para atingir plateias cada vez maiores, usando como arma canções pop (mas não simplórias), composições que têm o cotidiano como temática e um timbre de voz que a diferencia das concorrentes MARCIO ABREU. O diretor manteve em 2012 a maturidade de um trabalho que há mais de dez anos vem realizando à frente da Companhia Brasileirade Teatro, em Curitiba. Seu espetáculo "Esta Criança", com Renata Sorrah no elenco, conquistou cinco indicações ao prêmio Shell no Rio de Janeiro
ANGÉLICA FREITAS. Cinco anos depois de publicar seu primeiro livro, a escritora gaúcha confirmou seu talento e versatilidade ao lançar dois títulos em 2012: a coletânea de poemas Um Útero É do Tamanho de um Punho e a graphic novel "Guadalupe"
A convite da "Ilustrada", nomes relevantes de cada área da cultura elegeram a figura que mais se destacou em seu campo de atuação no ano que termina nesta segunda-feira. Também apostaram nos nomes que devem ter maior projeção em 2013.
Nas artes plásticas, no cinema, na televisão, na música, no teatro e na literatura, convidados escolheram três nomes em cada categoria e foram eleitos os que tiveram mais menções
QUEM É:
MÚSICA: TULIPA RUIZ
A cantora e compositora superou a famosa "síndrome do segundo disco" e provou não ser "fogo de palha" após sua estreia com "Efêmera".
Mais do que isso, Tulipa liderou a votação de destaque da música brasileira de 2012 por ter ido além das expectativas com "Tudo Tanto".
Composições mais maduras, arranjos mais elaborados e ousadias vocais funcionaram tanto em seu segundo álbum quanto no show que ela levou aos palcos.
Com casas de shows lotadas para lhe ver, seu alcance de público ainda aumentou com a inclusão de "Só Sei Dançar com Você", de seu primeiro disco, na trilha da novela "Cheias de Charme", exibida pela Globo em 2012.
Ao criar a Companhia Brasileira de Teatro --em 1999, em Curitiba-- Marcio Abreu deu início a um dos mais sólidos e belos trabalhos de grupo em território nacional.
Em 2010, a companhia chegou a um ponto alto de sua trajetória com o espetáculo "Vida", mas depois ainda vieram "Oxigênio" (2010), "Isso Te Interessa?" (2011) e uma sucessão de prêmios, o Bravo! e o Shell entre eles.
A atriz Renata Sorrah estava de olho no grupo, com quem firmou parceria neste ano para estrear "Esta Criança", do francês Joël Pommerat. Tiro certo: a peça tem cinco indicações ao Shell do Rio. Virá a São Paulo em março.
Italiana radicada em São Paulo desde os anos 1960, Anna Maria Maiolino, 70, chegou ao auge da carreira neste ano. Participou da 13ª Documenta, em Kassel, na Alemanha, com uma instalação que ocupou uma casa inteira no parque Karlsaue, arrancando elogios da crítica.
Também teve o conjunto da obra reconhecido na primeira edição do prêmio Masp/Mercedes Benz de Artes Visuais e expõe agora no museu da avenida Paulista um recorte de sua produção, dos anos 1970 aos dias atuais.
Maiolino se firmou com uma obra de caráter político contundente, calcado na condição feminina e construído em escala doméstica, como suas obsessivas esculturas de argila sempre feitas à mão.
Poucos filmes brasileiros foram tão incensados antes de uma estreia quanto "O Som ao Redor" -que entra em cartaz nesta sexta.
E seu diretor, Kleber Mendonça Filho, foi o nome do cinema nacional mais lembrado pelos especialistas consultados pela Folha.
Com formação de crítico, o pernambucano de 44 anos conseguiu unir técnica e cuidado na interpretação em seu primeiro longa de ficção.
O resultado foi um acúmulo de prêmios em festivais internacionais (Roterdã, Oslo), nacionais (Rio, Gramado, São Paulo) e uma lembrança na lista dos melhores filmes do ano pelo "The New York Times".
Em "Avenida Brasil", sua segunda incursão no horário das 21h da Globo, João Emanuel Carneiro aprofundou sua investida no thriller, iniciada com "A Favorita" (2008).
O autor também transformou o subúrbio carioca em um laboratório de tipos amorais, não poupando nem a mocinha, a vingativa Nina (Débora Falabella).
Carneiro mobilizou as redes sociais, criou bordões e fez os telespectadores se apaixonarem pela vilã Carminha, interpretada com intensidade por Adriana Esteves.
Na enquete promovida pela "Ilustrada", tanto Carneiro como Esteves obtiveram cinco votos cada para o posto de "Ilustrado de 2012".
Entre criador e criatura, a Redação desempatou o título em favor de Carneiro.
Não foi simples chegar a um consenso sobre o grande nome literário do país em 2012, o que não deixa de ser bom sinal: a se julgar a pulverização de votos, não faltaram bons nomes publicados.
No fim, quem venceu foi a poeta pelotense Angélica Freitas, 39, que, cinco anos e meio depois de publicar seu primeiro livro, "Rilke Shake" (7 Letras/Cosac Naify, 2007), voltou às livrarias, e em dose dupla: lançou o volume de poemas "Um Útero É do Tamanho de um Punho" (Cosac Naify) e a graphic novel "Guadalupe" (Quadrinhos na Cia.), esta em parceria com o quadrinista Odyr Bernardi.
"Gosto de publicar só quando realmente tenho algo a dizer", diz Angélica. Para 2013, tem mais um projeto de HQ em parceria com o Odyr.
TELEVISÃO: MARCELO ADNET
Há cinco anos, quando despontou na MTV com um programa diário, Marcelo Adnet, 31, passou, em pouco tempo, de revelação ao posto de um dos principais nomes do humor no Brasil.
Em 2012, foi escolhido como o melhor humorista da TV pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) e alçado à aposta para a televisão nacional em 2013 pelos críticos ouvidos pela "Ilustrada".
A escolha de Adnet, no entanto, está diretamente vinculada a sua transferência para a Globo em 2013. As negociações estão adiantadas.
"Será um desafio. O Adnet é um dos mais talentosos humoristas vivos, mas, na Globo, não terá tanta liberdade como na MTV", afirma Tony Goés, colunista do "F5", site de entretenimento da Folha.
Apontar o nome que promete mobilizar a literatura brasileira em 2013 também dividiu escritores e críticos ouvidos pela "Ilustrada".
Uma pequena vantagem deu vitória a Bernardo Carvalho, 52. Um dos principais escritores brasileiros contemporâneos, ele é autor de "Nove Noites" (2002) e "Mongólia" (2003), editados pela Companhia das Letras, entre outros livros.
Desde 2009, dedica-se a escrever seu novo e aguardado romance, previsto para ser lançado pela Companhia no primeiro semestre de 2013.
Procurado pela Folha, ele preferiu não comentar o novo livro. "Estou trabalhando ainda, no meio do processo de escrita. Sou um pouco travado para escrever, prefiro me preservar por enquanto."
Depois de despontar com um EP lançado em 2011, o cantor e compositor capixaba Lúcio da Silva Souza, o Silva, não "aconteceu" de fato em 2012 por ter lançado "Claridão", seu disco de estreia, já no finalzinho do segundo semestre.
Não que a época não seja boa, mas não deu tempo de estourar antes de 2012 acabar.
Visto como uma espécie de "Guilherme Arantes do século 21" (com mais uma série de referências brasileiras e estrangeiras), o músico foi o campeão de votos para aposta da música brasileira de 2013 por ter lançado um álbum consistente, feito à base de um som que consegue ser pop sem ser simplório e sem perder a qualidade.
Aos 30 anos --e com menos de cinco de carreira-- Leonardo Moreira já venceu o prêmio Shell duas vezes. O primeiro troféu foi conquistado pela autoria da peça "Escuro" (2009/2010), aos 28.
Sua produção ao lado da Cia. Hiato ganhou corpo com "O Jardim" (2011) e "Ficção" (2012), que radicalizaram o estilo de narrativa fragmentada estabelecido pelo autor em seus primeiros textos.
Moreira começará 2013 com dois projetos na manga. Sua peça "Ensaio" estreia no teatro Geo em janeiro. E o festival Santiago a Mil, no Chile, mostra uma retomada dos trabalhos que marcaram a trajetória da Hiato.
Jac Leirner, 51, não é nenhuma novata nas artes visuais do país, mas a artista está em plena ascensão depois de um intervalo na produção.
Sua elogiada retrospectiva na Estação Pinacoteca no fim do ano passado promoveu seu retorno às galerias.
Ela entrou para o time da poderosa Fortes Vilaça, onde fez uma mostra individual em 2012, e se prepara para ocupar, em junho, um dos monumentais espaços da galeria britânica White Cube, em Londres, que passa a representar a artista no exterior.
Leirner é conhecida por suas instalações de estética construtivista e minimalista, que criticam o sistema das artes visuais. Ela articula objetos descartados, colecionados à exaustão, em situações que expõem os bastidores das grandes galerias e museus.
Ao lado da parceira constante Juliana Rojas, o diretor Marco Dutra é assíduo frequentador do Festival de Cannes, seja com curtas ("O Lençol Branco", "Um Ramo") seja com longa-metragem ("Trabalhar Cansa", único representante brasileiro no evento de 2011).
Em 2013, o paulista tem o desafio de lançar o primeiro filme solo, "Quando Eu Era Vivo". O prestígio do jovem cineasta de 32 anos está tão em alta que, mesmo com orçamento modesto, conseguiu convencer Antonio Fagundes e a cantora Sandy a protagonizar o thriller, previsto para estrear em maio --se depender da lógica, em Cannes.
ANNA MARIA MAIOLINO. Com uma elogiada participação na Documenta, em Kassel, na Alemanha, e o reconhecimento pelo conjunto de sua obra na primeira edição do prêmio do Masp, a artista italiana radicada no Brasil desde os anos 1960 chegou ao auge de sua carreira em 2012. Maiolino é conhecida por peças de forte caráter político e sua reflexão sobre a condição feminina
TULIPA RUIZ. Expoente de uma nova cena de cantoras brasileiras, a artista pavimentou com o seu segundo disco, "Tudo Tanto", o caminho para atingir plateias cada vez maiores, usando como arma canções pop (mas não simplórias), composições que têm o cotidiano como temática e um timbre de voz que a diferencia das concorrentes MARCIO ABREU. O diretor manteve em 2012 a maturidade de um trabalho que há mais de dez anos vem realizando à frente da Companhia Brasileirade Teatro, em Curitiba. Seu espetáculo "Esta Criança", com Renata Sorrah no elenco, conquistou cinco indicações ao prêmio Shell no Rio de Janeiro
ANGÉLICA FREITAS. Cinco anos depois de publicar seu primeiro livro, a escritora gaúcha confirmou seu talento e versatilidade ao lançar dois títulos em 2012: a coletânea de poemas Um Útero É do Tamanho de um Punho e a graphic novel "Guadalupe"
A convite da "Ilustrada", nomes relevantes de cada área da cultura elegeram a figura que mais se destacou em seu campo de atuação no ano que termina nesta segunda-feira. Também apostaram nos nomes que devem ter maior projeção em 2013.
Nas artes plásticas, no cinema, na televisão, na música, no teatro e na literatura, convidados escolheram três nomes em cada categoria e foram eleitos os que tiveram mais menções
QUEM É:
MÚSICA: TULIPA RUIZ
A cantora e compositora superou a famosa "síndrome do segundo disco" e provou não ser "fogo de palha" após sua estreia com "Efêmera".
Mais do que isso, Tulipa liderou a votação de destaque da música brasileira de 2012 por ter ido além das expectativas com "Tudo Tanto".
Composições mais maduras, arranjos mais elaborados e ousadias vocais funcionaram tanto em seu segundo álbum quanto no show que ela levou aos palcos.
Com casas de shows lotadas para lhe ver, seu alcance de público ainda aumentou com a inclusão de "Só Sei Dançar com Você", de seu primeiro disco, na trilha da novela "Cheias de Charme", exibida pela Globo em 2012.
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TEATRO: MARCIO ABREUAo criar a Companhia Brasileira de Teatro --em 1999, em Curitiba-- Marcio Abreu deu início a um dos mais sólidos e belos trabalhos de grupo em território nacional.
Em 2010, a companhia chegou a um ponto alto de sua trajetória com o espetáculo "Vida", mas depois ainda vieram "Oxigênio" (2010), "Isso Te Interessa?" (2011) e uma sucessão de prêmios, o Bravo! e o Shell entre eles.
A atriz Renata Sorrah estava de olho no grupo, com quem firmou parceria neste ano para estrear "Esta Criança", do francês Joël Pommerat. Tiro certo: a peça tem cinco indicações ao Shell do Rio. Virá a São Paulo em março.
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ARTES PLÁSTICAS: ANNA MARIA MAIOLINOItaliana radicada em São Paulo desde os anos 1960, Anna Maria Maiolino, 70, chegou ao auge da carreira neste ano. Participou da 13ª Documenta, em Kassel, na Alemanha, com uma instalação que ocupou uma casa inteira no parque Karlsaue, arrancando elogios da crítica.
Também teve o conjunto da obra reconhecido na primeira edição do prêmio Masp/Mercedes Benz de Artes Visuais e expõe agora no museu da avenida Paulista um recorte de sua produção, dos anos 1970 aos dias atuais.
Maiolino se firmou com uma obra de caráter político contundente, calcado na condição feminina e construído em escala doméstica, como suas obsessivas esculturas de argila sempre feitas à mão.
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CINEMA: KLEBER MENDONÇA FILHOPoucos filmes brasileiros foram tão incensados antes de uma estreia quanto "O Som ao Redor" -que entra em cartaz nesta sexta.
E seu diretor, Kleber Mendonça Filho, foi o nome do cinema nacional mais lembrado pelos especialistas consultados pela Folha.
Com formação de crítico, o pernambucano de 44 anos conseguiu unir técnica e cuidado na interpretação em seu primeiro longa de ficção.
O resultado foi um acúmulo de prêmios em festivais internacionais (Roterdã, Oslo), nacionais (Rio, Gramado, São Paulo) e uma lembrança na lista dos melhores filmes do ano pelo "The New York Times".
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TELEVISÃO: JOÃO EMANUEL CARNEIROEm "Avenida Brasil", sua segunda incursão no horário das 21h da Globo, João Emanuel Carneiro aprofundou sua investida no thriller, iniciada com "A Favorita" (2008).
O autor também transformou o subúrbio carioca em um laboratório de tipos amorais, não poupando nem a mocinha, a vingativa Nina (Débora Falabella).
Carneiro mobilizou as redes sociais, criou bordões e fez os telespectadores se apaixonarem pela vilã Carminha, interpretada com intensidade por Adriana Esteves.
Na enquete promovida pela "Ilustrada", tanto Carneiro como Esteves obtiveram cinco votos cada para o posto de "Ilustrado de 2012".
Entre criador e criatura, a Redação desempatou o título em favor de Carneiro.
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LITERATURA: ANGÉLICA FREITASNão foi simples chegar a um consenso sobre o grande nome literário do país em 2012, o que não deixa de ser bom sinal: a se julgar a pulverização de votos, não faltaram bons nomes publicados.
No fim, quem venceu foi a poeta pelotense Angélica Freitas, 39, que, cinco anos e meio depois de publicar seu primeiro livro, "Rilke Shake" (7 Letras/Cosac Naify, 2007), voltou às livrarias, e em dose dupla: lançou o volume de poemas "Um Útero É do Tamanho de um Punho" (Cosac Naify) e a graphic novel "Guadalupe" (Quadrinhos na Cia.), esta em parceria com o quadrinista Odyr Bernardi.
"Gosto de publicar só quando realmente tenho algo a dizer", diz Angélica. Para 2013, tem mais um projeto de HQ em parceria com o Odyr.
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QUEM SERÁ:
TELEVISÃO: MARCELO ADNET
Há cinco anos, quando despontou na MTV com um programa diário, Marcelo Adnet, 31, passou, em pouco tempo, de revelação ao posto de um dos principais nomes do humor no Brasil.
Em 2012, foi escolhido como o melhor humorista da TV pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) e alçado à aposta para a televisão nacional em 2013 pelos críticos ouvidos pela "Ilustrada".
A escolha de Adnet, no entanto, está diretamente vinculada a sua transferência para a Globo em 2013. As negociações estão adiantadas.
"Será um desafio. O Adnet é um dos mais talentosos humoristas vivos, mas, na Globo, não terá tanta liberdade como na MTV", afirma Tony Goés, colunista do "F5", site de entretenimento da Folha.
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LITERATURA: BERNARDO CARVALHOApontar o nome que promete mobilizar a literatura brasileira em 2013 também dividiu escritores e críticos ouvidos pela "Ilustrada".
Uma pequena vantagem deu vitória a Bernardo Carvalho, 52. Um dos principais escritores brasileiros contemporâneos, ele é autor de "Nove Noites" (2002) e "Mongólia" (2003), editados pela Companhia das Letras, entre outros livros.
Desde 2009, dedica-se a escrever seu novo e aguardado romance, previsto para ser lançado pela Companhia no primeiro semestre de 2013.
Procurado pela Folha, ele preferiu não comentar o novo livro. "Estou trabalhando ainda, no meio do processo de escrita. Sou um pouco travado para escrever, prefiro me preservar por enquanto."
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MÚSICA: SILVADepois de despontar com um EP lançado em 2011, o cantor e compositor capixaba Lúcio da Silva Souza, o Silva, não "aconteceu" de fato em 2012 por ter lançado "Claridão", seu disco de estreia, já no finalzinho do segundo semestre.
Não que a época não seja boa, mas não deu tempo de estourar antes de 2012 acabar.
Visto como uma espécie de "Guilherme Arantes do século 21" (com mais uma série de referências brasileiras e estrangeiras), o músico foi o campeão de votos para aposta da música brasileira de 2013 por ter lançado um álbum consistente, feito à base de um som que consegue ser pop sem ser simplório e sem perder a qualidade.
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TEATRO: LEONARDO MOREIRAAos 30 anos --e com menos de cinco de carreira-- Leonardo Moreira já venceu o prêmio Shell duas vezes. O primeiro troféu foi conquistado pela autoria da peça "Escuro" (2009/2010), aos 28.
Sua produção ao lado da Cia. Hiato ganhou corpo com "O Jardim" (2011) e "Ficção" (2012), que radicalizaram o estilo de narrativa fragmentada estabelecido pelo autor em seus primeiros textos.
Moreira começará 2013 com dois projetos na manga. Sua peça "Ensaio" estreia no teatro Geo em janeiro. E o festival Santiago a Mil, no Chile, mostra uma retomada dos trabalhos que marcaram a trajetória da Hiato.
*
ARTES PLÁSTICAS: JAC LEIRNERJac Leirner, 51, não é nenhuma novata nas artes visuais do país, mas a artista está em plena ascensão depois de um intervalo na produção.
Sua elogiada retrospectiva na Estação Pinacoteca no fim do ano passado promoveu seu retorno às galerias.
Ela entrou para o time da poderosa Fortes Vilaça, onde fez uma mostra individual em 2012, e se prepara para ocupar, em junho, um dos monumentais espaços da galeria britânica White Cube, em Londres, que passa a representar a artista no exterior.
Leirner é conhecida por suas instalações de estética construtivista e minimalista, que criticam o sistema das artes visuais. Ela articula objetos descartados, colecionados à exaustão, em situações que expõem os bastidores das grandes galerias e museus.
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CINEMA: MARCO DUTRAAo lado da parceira constante Juliana Rojas, o diretor Marco Dutra é assíduo frequentador do Festival de Cannes, seja com curtas ("O Lençol Branco", "Um Ramo") seja com longa-metragem ("Trabalhar Cansa", único representante brasileiro no evento de 2011).
Em 2013, o paulista tem o desafio de lançar o primeiro filme solo, "Quando Eu Era Vivo". O prestígio do jovem cineasta de 32 anos está tão em alta que, mesmo com orçamento modesto, conseguiu convencer Antonio Fagundes e a cantora Sandy a protagonizar o thriller, previsto para estrear em maio --se depender da lógica, em Cannes.
QUEM VOTOU? Artes plásticas Luis Pérez-Oramas (curador), Moacir
dos Anjos (curador), Ivo Mesquita (diretor da Pinacoteca), Luisa Strina
(galerista), Adriana Varejão (artista plástica), Fernanda Lopes (crítica
de arte), Marcia Fortes (galerista), Adolpho Leirner (colecionador),
Fabio Cypriano (crítico da Folha), e Nino Cais (artista plástico) Cinema Inácio Araujo (crítico da Folha),
Leonardo Cruz (Editor de "Tec"), Neusa Barbosa (crítica e
pesquisadora), Sergio Rizzo (crítico), Sergio Alpendre (crítico), Andre
Barcinski (crítico da Folha), Ricardo Calil (crítico da Folha), Alexandre Agabiti (crítico), Cassio Starling Carlos (crítico da Folha), Mariane Morisawa (jornalista)Televisão Keila Jimenez (colunista da Folha), Vanessa Barbara (colunista da Folha),
Tony Góes (colunista do "F5"), Alberto Pereira Jr. (repórter da
"Ilustrada" ), José Bonifácio de Oliveira Sobrinho (ex-diretor geral da
Globo), Nilson Xavier (pesquisador), José Armando Vanucci (crítico),
Patrícia Kogut (colunista do jornal "O Globo"), Laurindo Leal Filho
(professor) e Marcelo Marthe (repórter de "Veja") Música Rodrigo
Levino (editor-assistente da "Ilustrada"), Roberta Martinelli
(apresentadora de rádio), Thales de Menezes (editor-assistente da
"Ilustrada"), Ronaldo Evangelista (crítico), Carlos Calado (crítico),
Mariana Tramontina (editora-assistente de música do UOL), Zé Pedro (DJ e
produtor musical), Pablo Miyazawa (editor da "Rolling Stone"), Lúcio
Ribeiro (colunista da Folha), Irineu Franco Perpetuo (crítico) Teatro Luiz Fernando Ramos (crítico da Folha),
Lenise Pinheiro (fotógrafa), Celso Curi (editor do "Off Guia de
Teatro"), Valmir Santos (crítico), Michel Fernandes (crítico), Soraya
Belusi (repórter), Macksen Luiz (crítico), Tânia Brandão (crítica), Kil
Abreu (crítico e curador) e Silvia Fernandes (pesquisadora) Literatura
Paulo Werneck (editor da "Ilustríssima"), Luiz Bras (escritor), Alcir
Pécora (professor), Joca Reiners Terron (escritor), Noemi Jaffe
(escritora), Cadão Volpato (escritor), Alfredo Monti (professor), Sérgio
Alcides (professor), Manuel da Costa Pinto (colunista da Folha) e Mário Hélio (curador)
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