Dezenas de feridos do incêndio na boate Kiss seguem internados em hospitais de Santa Maria. Clarissa Oliveira, de 24 anos, é uma das profissionais da saúde que se revezam diariamente, em escalas, para tratar de feridos e familiares.
Às 4h da madrugada desta terça-feira (29), a psicóloga dava início a um plantão de oito horas de trabalho no Hospital de Caridade. Seria a segunda jornada de trabalho voluntário dela desde a tragédia. A primeira foi ainda no domingo (27), quando foi trabalhar no Centro Desportivo Municipal (CDM), para onde os corpos dos mortos foram levados.
“Foram cenas fortes, que serão difíceis de esquecer. Felizmente, não tinha nenhuma pessoa próxima de mim envolvida. Se tivesse, acho que eu não conseguiria fazer esse trabalho”, diz Clarisssa, mestranda em psicologia na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
Além de tratar das pessoas que escaparam com vida da boate, a equipe de psicólogos recrutada pela prefeitura auxilia familiares e também os próprios profissionais envolvidos na tragédia, como enfermeiros, socorristas e outros funcionários dos hospitais.
“Nesse primeiro momento, na abordagem inicial, a gente ouve e se coloca à disposição deles. O trabalho é mais focado em dar apoio”, conta Clarissa, que recebeu treinamento de uma equipe especializada vinda de Porto Alegre antes de iniciar as atividades no hospital.
Para os familiares de vítimas de outras cidades, a prefeitura de Santa Maria disponibilizou uma linha telefônica para apoio psicológico. Os atendimentos estão sendo realizados pelo telefone (55) 3921-7144 por uma equipe deslocada exclusivamente para a função. As ligações podem ser feitas também a cobrar, digitando os números 9090 antes dos demais.
Incêndio e prisões
O incêndio começou por volta das 2h30 de domingo, durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que utilizou sinalizadores para uma espécie de show pirotécnico.
Segundo relatos de testemunhas, faíscas de um equipamento conhecido como "sputnik" atingiram a espuma do isolamento acústico, no teto da boate, dando início ao fogo, que se espalhou pelo estabelecimento em poucos minutos.
http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2013/01/foram-cenas-fortes-diz-psicologa-voluntaria-que-auxilia-vitimas-no-rs.html
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