Com vocês, a nova Miss São Paulo: Ela corre 8 quilômetros diariamente e come menos de 1.000 calorias por dia
O rosto mais bonito do estado, de acordo com o concurso Miss Brasil, não era o mesmo um ano atrás. Pelo menos é o que sustenta a dona dele, Bruna Michels. Paulista de Diadema, ela venceu o Miss ABCD no dia em que completou 23 anos, em 29 de setembro de 2012. Passada a euforia do título, já de olho na recém-conquistada coroa – cravejada de cristais e avaliada em R$ 11 mil –, a moça resolveu seguir os conselhos de uma amiga e repaginar o visual. Clareou os dentes e o cabelo, que ganhou um mega-hair, e operou o nariz. “Corrigi um desvio de septo e aproveitei para dar uma empinadinha”, diz ela, que já havia implantado 300 mililitros de silicone em cada seio. A sobrancelha, que mais parecia uma taturana, segundo ela diz, ganhou novos contornos. “Foram mudanças pequenas, mas que fizeram muita diferença”.
O passo seguinte foi fechar a boca e suar a camisa. Eleita também Miss Simpatia, ela malha de segunda a sábado por uma hora e corre 8 quilômetros em esteira todos os dias. Assessorada por uma nutricionista, cortou carboidratos e passou a ingerir menos de 1.000 calorias por dia. Aos interessados, a dieta é a seguinte: suco de maça batido com pepino, couve e gengibre no café da manhã; fruta às 9h30; sopa de legumes com carne, frango ou peixe grelhado no almoço; iogurte grego light ou omelete de duas claras e uma gema às 16h; fruta às 18h e novamente uma sopa de legumes com proteína no jantar. Disciplinada, Bruna diminui cinco quilos e chegou aos 58 atuais – a meta é perder mais três para o Miss Brasil, que disputará em setembro, em Belo Horizonte. Sem constrangimentos, ela conta que a dieta desencadeou um efeito colateral desagradável: cinco dias sem ir ao banheiro, o que a levou a ser submetida a uma lavagem intestinal.
Bruna se formou em psicologia no ano passado e até a última semana dava expediente como atendente numa agencia bancaria de São Paulo. Largou o emprego para investir na carreira de modelo e planeja estudar artes cênicas. Não cogita exercer psicologia. O motivo é o ainda inexplicado sequestro do pai, o advogado Ademar Michels. Ele foi rendido em Diadema, onde a família morava, em abril de 2009. Depois de dezessete dias encarcerado, o advogado foi encontrado por um vigia de rua no Alto de Pinheiros. Pediu um copo d’água, contou que era de Diadema e que tinha mulher e dois filhos, mas não lembrava os nomes deles. Em seguida, sentou no meio-fio e sofreu um enfarte fulminante. Os bandidos, que pediam mais de R$ 1 milhão pelo regaste, jamais foram descobertos. “Psicologia é algo que demanda esperança na humanidade”, diz Bruna. “Me desiludi com ela depois do que fizeram com a minha família”.
Desde a morte do pai, Bruna mora num apartamento no Brooklin com a mãe, a bancária Vilma Michels. Mas a ligação com Diadema é indelével. Lauro Michels, de 31 anos, o primogênito da família, foi empossado prefeito da cidade este ano, pelo PV, e já exerceu o cargo de vereador no município duas vezes, filiado ao PSDB. Herdou o interesse pela política do tio-avô homônimo, que governou a cidade entres os anos 1960 e 1970. Baixada a poeira do sequestro, mãe e filha planejam voltar para Diadema. “Uma das minhas metas como Miss é provar que lá não existe só violência”, diz Bruna, do alto de seu 1,77 metro.
As últimas semanas têm sido intensas para a moça – inclusive na vida pessoal. Há pouco mais de um mês, ela conheceu o piloto de motocross Fred Solliryk, de 27 anos, que ela acredita ser sua alma gêmea. O namoro engatou uma semana depois. “Esta dando tudo certo na minha vida”, diz. “Preciso me benzer”. Para quem acha os concursos de Miss uma grande bobagem, ela dá de ombros. “É um mundo lindo, quem não gosta dele que fique de fora”.
Comentários