"Por ironia do destino", como repete ao contar a história, o padre Gerônimo Moreira, 32, renunciou à batina para se casar. Há três meses, ele descobriu que será pai e, no último domingo, anunciou a decisão durante uma missa e publicou o texto em seu perfil no Facebook, horas depois.
O caso aconteceu na pequena Gavião (BA), município com menos de 5.000 habitantes, a cerca de 250 km de Salvador. Moreira se encantou por uma jovem que frequentava e cantava em cultos da Igreja Matriz da cidade.
Desde maio, quando Emília Carneiro, 22, lhe disse que estava grávida, o padre já ensaiava o adeus. O casal se conheceu há seis anos, época em que Moreira ainda era seminarista. "Sempre tive um grande carinho por ela e a nossa amizade foi cada vez mais crescendo e se fortalecendo", afirma. "Com o tempo, fui observando que, na nossa amizade, tinha algo a mais: o amor".
Ele diz que não queria "escandalizar a comunidade" e que errou ao esconder a situação até o momento.
"Mas, por ironia do destino, não aconteceu como eu pensava e nos envolvemos concretamente. Hoje, eu quero assumir a paternidade. Como padre não pode assumir a vida familiar conforme a norma atual da igreja, a partir de amanhã, dia 26 de agosto, não exercerei mais o Ministério Sacerdotal", declarou Moreira, ao final do culto.
Na tarde seguinte, apresentou pedido de dispensa "dos deveres do estado clerical" ao bispo da diocese da vizinha Serrinha, dom Ottorino Assolari. Agora, aguardará permissão do papa Francisco para se casar.
Funcionária pública em Gavião, Emília comemora "estar livre" para assumir o relacionamento e a gravidez. A "mulher do padre" faz faculdade de letras e diz que, embora tenha havido "algumas divergências nas ruas", a maioria das pessoas tem apoiado os dois. "Estamos bem mais tranquilos", diz.
Moreira se preocupa com a reação dos fiéis. Desculpou-se na missa e solicitou orações para ele e Emília. "Peço que não deixem que esta minha postura venha afetar a fé de vocês. Quero lembrar que cometi um pecado e não um crime", declarou.
O caso aconteceu na pequena Gavião (BA), município com menos de 5.000 habitantes, a cerca de 250 km de Salvador. Moreira se encantou por uma jovem que frequentava e cantava em cultos da Igreja Matriz da cidade.
Desde maio, quando Emília Carneiro, 22, lhe disse que estava grávida, o padre já ensaiava o adeus. O casal se conheceu há seis anos, época em que Moreira ainda era seminarista. "Sempre tive um grande carinho por ela e a nossa amizade foi cada vez mais crescendo e se fortalecendo", afirma. "Com o tempo, fui observando que, na nossa amizade, tinha algo a mais: o amor".
Ele diz que não queria "escandalizar a comunidade" e que errou ao esconder a situação até o momento.
"Mas, por ironia do destino, não aconteceu como eu pensava e nos envolvemos concretamente. Hoje, eu quero assumir a paternidade. Como padre não pode assumir a vida familiar conforme a norma atual da igreja, a partir de amanhã, dia 26 de agosto, não exercerei mais o Ministério Sacerdotal", declarou Moreira, ao final do culto.
Na tarde seguinte, apresentou pedido de dispensa "dos deveres do estado clerical" ao bispo da diocese da vizinha Serrinha, dom Ottorino Assolari. Agora, aguardará permissão do papa Francisco para se casar.
Funcionária pública em Gavião, Emília comemora "estar livre" para assumir o relacionamento e a gravidez. A "mulher do padre" faz faculdade de letras e diz que, embora tenha havido "algumas divergências nas ruas", a maioria das pessoas tem apoiado os dois. "Estamos bem mais tranquilos", diz.
Moreira se preocupa com a reação dos fiéis. Desculpou-se na missa e solicitou orações para ele e Emília. "Peço que não deixem que esta minha postura venha afetar a fé de vocês. Quero lembrar que cometi um pecado e não um crime", declarou.
Leia a íntegra da carta de renúncia do padre:
"Caros fiéis da Diocese de Serrinha, especialmente os da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, a que me foi confiado, venho por meio desta comunicar a todos uma decisão que tomo na minha vida.
"Caros fiéis da Diocese de Serrinha, especialmente os da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, a que me foi confiado, venho por meio desta comunicar a todos uma decisão que tomo na minha vida.
Desde 2001 quando decidi entrar no Seminário para ser padre, sempre tive consciência da grande responsabilidade e as exigências para quem se propõe a tal missão. A minha decisão foi uma atitude de fé. Senti-me chamado para servir ao Reino, ajudar as pessoas, de forma total, consagrando a minha vida como padre. Foi uma decisão livre. Muitas pessoas me apoiaram, outras me criticaram, inclusive dentro da minha própria família.
Tinha consciência que para ser padre era necessário renunciar a vida familiar e viver o celibato. O que procurei fazer durante este tempo, mesmo diante de todas as dificuldades.
Em 2007, na época que fiz pastoral aqui, conheci Emília Carneiro e sempre tive um grande carinho por ela e a nossa amizade foi cada vez mais crescendo e se fortalecendo. A minha vinda para a Paróquia favoreceu ainda mais este crescimento. Com o tempo fui observando que na nossa amizade tinha algo a mais: O AMOR, mas sempre procuramos deixá-lo só no nível da amizade, pois dizia que, se por acaso eu percebesse que, não conseguiria manter o celibato deixaria antes o ministério para não escandalizar a comunidade. Mas por ironia do destino não aconteceu como eu pensava e nos envolvemos concretamente e hoje ela está grávida e eu quero assumir a paternidade. Como padre não pode assumir a vida familiar conforme a norma atual da Igreja, a partir de amanhã, dia 26 de agosto não exercerei mais o Ministério Sacerdotal.
Reconheço o meu erro de ter deixado acontecer a gravidez antes de me afastar do Sacerdócio, por isso peço perdão a todos vocês e vos peço que não deixem que esta minha postura venha afetar a fé de vocês. Quero lembrar que cometi um pecado e não um crime.
Sei que muitas pessoas não compreenderão e me condenarão. Outras usarão deste fato para criticar a Igreja e os outros padres, mas sei também que as pessoas de fé não se deixarão abater, pela minha escolha ou pelo meu erro e continuarão a sua caminhada lembrando-se de tudo que procurei ensinar como padre, assim como pede a Igreja.
Neste último dia como padre, quero pedir perdão a todas as pessoas que magoei com minhas palavras ou gesto ríspidos. De forma especial as lideranças das pastorais e comunidades.
Quero pedir perdão ao nosso Bispo Dom Ottorino por não ser fiel à minha vocação e à sua confiança e lhe agradecer por ter me acolhido com paternidade neste momento da minha vida.
Continuarei vivendo todos os valores da fé cristã, agora na família, ajudando a Igreja naquilo que for possível, enquanto aguardo a autorização do papa para que eu possa casar na Igreja e assim poder participar dignamente da Sagrada Comunhão.
Peço a todos que rezem por nós"
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