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A desbravadora de café, Mônica Leonardi

NAS DUAS PONTAS  Mônica Leonardi na sua empresa, em São Paulo.  Ela vende cápsulas e sabe saborear café.  É provadora internacional  (Foto: Filipe Redondo/ÉPOCA)


O envolvimento da empresária Mônica Leonardi, de 46 anos, com o café começou há quase 30 anos, nos intervalos das aulas da faculdade de química. Ela não queria se resignar a apenas assistir a elas e, desde muito jovem, estabeleceu o objetivo de ganhar o próprio sustento. Aos 17 anos, descobriu que poderia ganhar dinheiro com a revenda de café para bares e restaurantes de São Paulo. No início de sua empreitada, usava o porta-malas de seu carro, um Escort prata, para fazer o transporte da mercadoria, proveniente das fazendas de café da família Matarazzo, sobrenome a que está associada boa parte da história paulistana. Hoje, a memória desse período causa lágrimas na dona de casa Doralice Amadeu, de 61 anos, tia de Mônica. “Ela levava as sacas com os grãos moídos dentro do próprio carro”, diz Doralice, emocionada. 

Quase três décadas depois, a relação de Mônica com o mundo do café, da torrefação e das cafeteiras prosperou e acaba de gerar sua quarta empresa. Mônica quer popularizar no Brasil a
 tecnologia das cápsulas biodegradáveis. O formato da cápsula de café é semelhante às existentes no país. A diferença é que as ecocápsulas se decompõem no ambiente em seis meses, enquanto as demais podem levar 450 anos. Outra novidade é que a tecnologia dará aos produtores de café brasileiros e aos torrefadores a oportunidade de encapsular o café em pó. “Qualquer produtor poderá oferecer seu café em cápsula, e, a qualquer hora do dia, o consumidor poderá tomar um bom café nacional”, afirma Mônica. Ela diz almejar mudar os hábitos dos tomadores de café no Brasil no consumo da bebida fora de casa.

Nos Estados Unidos, as vendas de café em cápsula representam 17% do total. No Brasil, são apenas 2%. Mas esse é um mercado em rápida expansão. De 2008 a 2012, seu faturamento cresceu de R$ 24,5 milhões para R$ 206,4 milhões. A expectativa é que o mercado brasileiro, em breve, alcance as cifras internacionais. “Enquanto o consumo de café, de forma geral, cresce a 3% ao ano, o de cápsulas chega a crescer 20%”, afirma Nathan Hersz­kowicz, diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café. A disputa pelo espresso em cápsula é acirrada. A Nestlé, líder mundial no segmento com a Nespresso, passou a enfrentar a concorrência de novatas, como Lucca Cafés ou Utam, que oferecem cápsulas compatíveis com as máquinas da Nespresso.

Mônica não pretende concorrer com essas empresas, que miram no espresso caseiro. Suas cápsulas se destinarão ao consumo fora de casa, em padarias, hotéis e restaurantes. A direção da empresa no rumo contrário aos gigantes do setor é um traço da identidade de Mônica. “Toda vez que ela se lança em um novo empreendimento é assim: é algo que ninguém está fazendo. Ela parece saber por onde tem de andar”, diz Nelson Al Assad Filho, amigo de Mônica. Ela tem outra explicação: o consumo externo é sua área de atuação desde que transportava café no porta-malas.
COMÉRCIO Vendedor pega cápsulas de café numa loja especializada. O mercado cresce 20% ao ano (Foto: Valentin Flauraud/Getty Images)
A máquina de encapsular o café e as cápsulas são importadas. Neste primeiro ano, Mônica produzirá 40 mil cápsulas por dia em razão dos cinco contratos fechados. Ela diz que aprendeu a mexer com o equipamento antes de ensinar aos funcionários. “Só sei trabalhar deste jeito: quando aprendo, delego”, afirma.“Ela é um trator”, diz o amigo Nelson.

No final de 1987, Mônica criou a marca Café Terra Brasil. Em 1990, começou a importar máquinas de café da marca italiana La Spaziale. Ela se tornou juíza internacional provadora de café pela Specialty Coffee Association of America em 2005. Em 2010, foi convidada pela La Spaziale para montar uma sociedade e ser diretora executiva da marca no Brasil, cargo que mantém até hoje. Neste ano, a empresa com os sócios italianos passou de três distribuidores para 30, presentes em 12 Estados brasileiros e no México.

O custo de presidir duas empresas novas, que exigem fôlego e dedicação para se consolidar, recai sobre a vida pessoal. Mônica, que já foi maratonista, deixou os esportes para cumprir uma jornada de trabalho de 14 a 16  horas. O marido de Mônica, o administrador de empresas João Ricardo Aita, de 56 anos, afirma que o ritmo de trabalho se estende aos fins de semana. Por isso, ele diz, há três anos estão sem férias. “Com certeza, neste ano não conseguiremos também”, afirma Mônica. Na bagagem dela, por enquanto, cabe apenas o café – em cápsula. 

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