A matança sem fim já dura quase três anos. Na guerra civil síria, o ditador Bashar al-Assadganhou força, e a oposição fragmentou-se em inúmeros grupos, muitos deles formados por extremistas islâmicos. Essa divisão provocou na semana passada um novo conflito, agora interno. Forças rebeldes atacaram, na cidade de Raqqa – única capital regional não controlada pelo governo –, o grupo fundamentalista Isis (Estado Islâmico no Iraque e no Levante, região que inclui a Síria), que também luta contra o regime de Assad. No Iraque, o Isis tomou o controle das cidades de Fallujah e Ramadi. Na Síria, estabelece por onde passa uma versão radical da charia, a lei islâmica, além de tomar sírios e estrangeiros como reféns. O que era uma guerra com apenas dois lados é hoje uma rede de conflitos muito mais complexa. Os esforços por um cessar-fogo, porém, continuam – a ONU programou uma conferência de paz para o próximo dia 22, em Genebra, Suíça.
Além dos 120 mil mortos, os refugiados no exterior superaram os 2 milhões no final de 2013, a maioria espalhada por nações vizinhas. Outros 4 milhões de sírios foram forçados a se mudar dentro do país. Segundo a ONU, a guerra civil síria já é o conflito com mais refugiados desde o genocídio de Ruanda, em 1994. Do total, 1,1 milhão são crianças, 75% com menos de 12 anos. “Trata-se de uma geração perdida, sem futuro”, diz Antonio Guterres, o Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados. Nas fotos a seguir, a fotojornalista americana Lynsey Addario registrou vítimas que tentam sobreviver nos campos de Zaatari, na Jordânia, e Kawergost, no Iraque.
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