O diretor geral da Citroën do Brasil, Francesco Abbruzzesi, é comedido ao traçar as projeções da marca para 2014. A empresa quer vender 60 mil unidades no mercado nacional, abaixo dos 66 mil veículos emplacados em 2013, e vai se considerar vitoriosa se mantiver a participação de 1,9% nas vendas, igual ao ano passado. Os objetivos, aparentemente contidos, são suficientes para a Citroën. “Sabe como dizemos lá na Itália? No si mangia market share. Então não somos maníacos por market share”, brinca o executivo, explicando que a companhia prioriza a busca por rentabilidade, não por volume de vendas.A meta de participação no mercado é consideravelmente inferior à registrada em 2011, ano de boa performance da Citroën, com 2,6% das vendas e 90 mil carros emplacados. Diante da redução do tamanho da fatia do bolo da marca francesa no mercado nacional, a companhia trabalha para ter resultados positivos mesmo com o volume pequeno. “A nossa gama de produtos nos dá boa cobertura, o que nos permite ter boa rentabilidade”, garante Abbruzzesi.
O diretor geral reconhece, no entanto, que 2014 é um ano desafiador. “Além dos eventos que nós já sabíamos que iriam diminuir o interesse do consumidor, como a Copa e as eleições, há o clima de incerteza com a economia. Uma coisa que preocupa é o nível elevado de estoques no setor”, admite. A conjuntura faz com que Abbruzzesi tenha projeção mais modesta do que a da Anfavea para este ano. Ele espera mercado interno de 3,45 milhões de veículos. “Talvez no ano que vem a gente consiga retomar o patamar de 2013 e aí então voltar a crescer.”
Para manter o apelo com o consumidor mesmo em ano de demanda fraca, a companhia lançou a linha 2015 dos modelos da família C3, que inclui, além do compacto, o C3 Picasso e o Aircross. O C4 Lounge, lançado em agosto do ano passado, é outro modelo importante na estratégia da organização, apesar de disputar o consumidor do abarrotado segmento de sedãs médios.
A companhia tem oito lançamentos globais programados para este ano. Entre as novidades estão o C4 Cactus, que traz nova identidade visual da marca e apelo ambientalmente sustentável, e o primeiro SUV da linha premium DS, o 6WR. Abbruzzesi não é categórico ao responder se algum deles virá ao Brasil, mas aponta que a estratégia é desenvolver produtos adequados ao público local, indicando que, caso sejam lançados localmente, os modelos deverão receber algumas adaptações.
REDE DE DISTRIBUIÇÃO
A rede de concessionárias é um pilar importante na estratégia da Citroën no Brasil. “Esse é um dos pontos que defendo desde que cheguei aqui, há dois anos e meio”, enfatiza Abbruzzesi. Segundo ele, é essencial garantir uma cobertura satisfatória do território nacional e trabalharem conjunto para garantir que tanto a necessidade da montadora, quanto a do distribuidor sejam atendidas.
As mais de 170 casas da marca no Brasil têm se empenhado em oferecer atendimento cada vez mais customizado, com o apoio de programas como o Citroën Fidelité, que oferece descontos especiais, acesso a eventos exclusivos e um serviço de concierge, assistente pessoal para as mais diversas atividades, como compra de ingressos para shows, reservas de hotéis e restaurantes.
A novidade mais recente da marca pra fidelizar os clientes no pós-vendas é o iCheck. O programa promete mais transparência na manutenção do veículo. Para isso, sempre que o cliente leva o carro para revisão e a concessionária constata que há necessidade de algum conserto além do que já tinha sido aprovado, o dono do automóvel recebe o orçamento e um vídeo do veículo por e-mail. O filme mostra a oficina e o profissional responsável pela reparação, que explica o problema do veículo. Com isso em mãos, a companhia acredita que o consumidor terá mais clareza e confiança para decidir entre fazer ou não o serviço.
fonte:http://www.automotivebusiness.com.br/noticia/19698/citroen-nao-somos-maniacos-por-share
Comentários