Diante do impasse nas negociações com o Metrô-SP e o governo de São Paulo, os metroviários decidiram, em assembleia na noite desta sexta-feira (6) na sede do Sindicato dos Metroviários, manter a greve que já dura dois dias. Com isso, a paralisação de estações irá prosseguir no sábado (6). A categoria quer reajuste salarial de "dois dígitos", mas o Metrô oferece 8,7%,
Amanhã (7), os metroviários farão nova assembleia. No domingo (8), o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) irá decidir se a greve é ilegal ou não. A corte também deverá definir o percentual de reajuste aos metroviários.
Em discurso que precedeu a votação que aprovou a manutenção da greve, o presidente do sindicato, Altino Melo Prazeres, fez menção aos protestos de junho do ano passado, liderados pelo MPL (Movimento Passe Livre), para incentivar os presentes a conseguir apoio da sociedade. "Nós podemos repetir o que essa molecada fez em junho do ano passado."A direção do Sindicato dos Metroviários é composta majoritariamente por sindicalistas da CSP-Conlutas --central ligada ao PSTU-- e também por militantes do PSOL, minoria no comando do sindicato. A oposição, alinhada à CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) --ligada ao PCdoB--, também defende a paralisação.
Ao discursar, o presidente do sindicato dirigiu-se a outras centrais sindicais, como a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e a Força Sindical, para pedir apoio, caso haja repressão ao movimento grevista. "Se o governo bater, der porrada na nossa cabeça, eu peço que esses companheiros levantem suas categorias e a gente faça um dia de greve em SP."
Presente à assembleia representando a CUT, Adriana Ferreira, diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, prometeu apoio aos metroviários. "Os sindicatos da CUT estão à disposição para se somar nas paralisações."
Prazeres disse que o sindicato continuará "apostando nessa negociação", mas, caso prossiga o impasse, pedirá que categorias como bancários, metalúrgicos e motoristas de ônibus também paralisem. "E vai estar na boca da Copa. Eu vou assistir jogo porque gosto de futebol, mas mais do que Copa, mais do que jogo de futebol, mais do que Neymar, temos a nossa vida, nossos salários."
Os trabalhadores não irão cumprir a determinação do TRT de manter 70% do pessoal trabalhando ao longo do dia e 100% nos horários de pico. A assembleia voltou a aprovar a liberação das catracas e o corte de ponto dos funcionários como alternativa à paralisação. A medida só será adotada, segundo os grevistas, se o governo do Estado aceitá-la.
Acompanharam a assembleia dos metroviários representantes do MPL, do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e do movimento estudantil.
Sem acordo
Antes da assembleia, Metrô e sindicato não chegaram a um ponto comum na quinta reunião mediada pelo TRT. A audiência foi solicitada tanto pelo Metrô quanto pelo sindicato.
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