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Por que ninguém ouve a ONU?

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SEM TRÉGUA
Prédio da ONU em Nova York e explosão em Gaza: a rotina da entidade
inclui reuniões de emergência, declarações contra a violência
e pedidos de cessar-fogo, mas poucos dão ouvido
Criada logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, sob o pilar de que a paz deve ser estabelecida por meios pacíficos, a Organização das Nações Unidas (ONU) tem se mostrado cada vez mais impotente diante do acirramento de conflitos que se espalham pelo mundo. A violência entre Israel e o Hamas, que contabiliza mais 1,4 mil vítimas – a maioria civis –, é um exemplo de sua ineficácia. Apesar de o Conselho de Segurança ter exigido um cessar-fogo imediato após uma reunião de emergência na segunda-feira 28, isso não impediu que os bombardeios continuassem dos dois lados. Na quinta-feria 31, uma trégua foi acordada entre as partes, mas ela seria descumprida horas depois. No mesmo dia, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, descartou o fim da operação militar em Gaza até que seu Exército completasse a missão de destruir os túneis construídos pela força terrorista Hamas com o objetivo de atacar Israel. Detalhe: a negociação mais promissora de uma trégua definitiva tem sido conduzida pelo Egito.
Como uma organização dirigida por consensos, a ONU expõe a falência da cooperação supranacional, mesmo nas situações mais graves, quando há aliados em jogo. “O Conselho de Segurança é um órgão politizado, em que qualquer resolução passa por interesses nacionais”, afirma Mark Lagon, diretor de estudos políticos globais e segurança da Universidade de Georgetown. “O problema é que os membros permanentes têm seus protegidos e congelam o Conselho”, diz Ruth Wedgwood, professora de Direito Internacional e Diplomacia na Universidade Johns Hopkins. “Se não concordam entre si, não há muito o que possa ser feito.” Em termos práticos, os Estados Unidos impedem qualquer ação mais enérgica contra Israel, enquanto a Rússia faz o mesmo em relação à Síria e a outros aliados. Desde o fim da Guerra Fria, segundo levantamento do jornal americano “The New York Times”, os Estados Unidos utilizaram seu poder de veto 14 vezes e a Rússia, 11.
Na falta de um consenso no Conselho de Segurança – além de EUA e Rússia, França, Reino Unido e China têm poder de veto –, iniciativas independentes têm ganhado importância. Diante da incapacidade da ONU de chegar a um entendimento sobre punir a Rússia pela anexação da Crimeia e por apoiar rebeldes separatistas no leste da Ucrânia, os EUA e os países da União Europeia optaram por sanções econômicas e diplomáticas fora do âmbito da entidade. Na semana passada, uma nova rodada foi imposta. Em resposta, a Rússia disse que a energia que fornece ao mercado europeu ficaria mais cara. Para Jan Oberg, diretor da Transnational Foundation for Peace and Future Research, isso mostra que são os próprios Estados-membros que têm “marginalizado” as Nações Unidas. O especialista, que já participou de mais de 20 missões internacionais da ONU, compara o orçamento anual do órgão, ao redor de US$ 3 bilhões, com os gastos militares globais no mesmo período. “Os Estados-membros gastam US$ 1,7 trilhão se preparando para a guerra, porque pensam que segurança é Exército, mas estão dispostos a investir menos de 0,2% disso na paz”, diz.
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O esvaziamento da ONU cresce na medida em que muitas nações decidem se engajar militarmente mesmo sem o aval da entidade. Foi assim que, em agosto do ano passado, os americanos e britânicos cogitaram uma intervenção militar na Síria. Eles acusavam o presidente Bashar al-Assad por um ataque com armas químicas em Damasco. Embora a guerra civil, que já dura três anos, esteja longe de um desfecho, a ação só foi descartada depois que o presidente russo, Vladimir Putin, mediou um acordo para a entrega do arsenal químico em poder de Assad. Em 2003, os Estados Unidos e o Reino Unido também não convenceram Alemanha, França e Rússia sobre a existência de armas de destruição em massa no Iraque. Ainda assim, eles invadiram o país. O mesmo aconteceu na guerra do Kosovo, em 1999, quando a Otan ignorou a decisão do Conselho de Segurança da ONU de não intervir no conflito. O veto coube à Rússia, que apoiava a Iugoslávia, depois desmembrada em várias nações independentes.
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O grande avanço da ONU ressaltado pelos especialistas está na assistência humanitária. Com soldados levemente armados, as missões de paz coordenadas pela entidade não lutam para derrotar nenhum Exército, mas para evitar novvas tensões e proteger os civis em terra. Um exemplo é a missão enviada ao Chipre, que tem sido hábil em controlar as hostilidades entre cipriotas gregos e turcos desde os anos 60. Para Mark Lagon, mais dinheiro deveria ser destinado aos programas de refugiados e de combate à fome, que são capazes de salvar milhares de vidas todos os anos. Na semana passada, o braço das Nações Unidas que cuida dos refugiados palestinos, a UNRWA, pediu US$ 187 milhões extras. Seu porta-voz, Chris Gunness, chegou a chorar numa entrevista à tevê árabe Al-Jazeera após o ataque a uma escola em Gaza. Diante da impotência da ONU para suscitar ações concretas, Gunness não poderia produzir uma metáfora melhor.

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ELAS

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