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Conheça a maior locadora de filmes pornôs do mundo que fica no Brasil

O gaúcho Hilton Zilbernknop entre o acervo de mais de 60 mil títulos. Os clientes têm entre 18 anos e 85 anos (Foto: ÉPOCA)


 O gaúcho Hilton Zilbernknop entre o acervo de mais de 60 mil títulos. Os clientes têm entre 18 anos e 85 anos (Foto: Ricardo Jaeger/ÉPOCA)
Na locadora Zil Vídeo, em Porto Alegre, há mais de 60 mil títulos de filmes à disposição dos clientes. Já seria um número impressionante, não fosse por mais um detalhe: quase 90% deles pertencem ao gênero da pornografia. Há para todos os gostos e estilos, em grande quantidade. O número rendeu à loja a fama de maior locadora de filmes pornô do mundo. O recorde não foi averiguado por nenhuma instituição certificadora, mas o proprietário, o gaúcho Hilton Zilbernknop, de 50 anos, desafia alguém a encontrar uma coleção maior. "Todo mundo que vem até aqui diz que não existe loja maior", diz. "Até o diretor Pierre Woodman, uma lenda do cinema francês adulto, já me disse isso." Solteiro e sem filhos, Zilbernknop comprou a loja do irmão no início dos anos 1990 e, desde então, dedica-se exclusivamente ao negócio. Há três décadas no mercado, a locadora Zil teve de enfrentar nos últimos anos a concorrência oferecida pela vastidão - e pelo anonimato - da internet. "As pessoas gostam de vir aqui olhar as prateleiras e ficar passeando. Isso não tem na internet", diz Zilbernknop. Cada um com o seu fetiche. 

ÉPOCA - Como o senhor herdou o negócio?
 
Hilton Zilbernknop - A loja foi inaugurada pelo meu irmão Celso, em 1987. Ele tinha vontade de abrir um negócio e leu na revista Pequenas Empresas Grandes Negócios sobre o mercado em ascensão. Decidiu abrir a locadora. Na época, as fitas VHS eram tanto de filmes comuns quanto pornográficos. Eu só dava uma ajuda por lá. Um ano depois, os negócios não estavam indo bem e entrei como sócio para ajudar meu irmão. Estou aqui até hoje. 

ÉPOCA - Por que o senhor decidiu investir no mercado pornô?
Zilbernknop - Não foi algo intencional. Não existia internet e nem canais de TV pagos. Se você queria mais filmes, tinha que ir à locadora. Por isso, investi muito em pornografia na loja. Comprava os filmes mensalmente e o estoque foi crescendo. Eu distribuía panfletos na rua e a locadora foi ganhando fama. Cresci até chegar onde estou hoje.

ÉPOCA - Com sexo grátis na internet, esse negócio ainda dá dinheiro?
Zilbernknop - Não muito, mas dá pra sobreviver. O mercado encolheu com esse papo de internet, mas ainda tenho meus clientes. Resisto mais pelos fãs da loja, gente das antigas. Eventualmente, faço um cliente novo. Assim eu vou levando e não pretendo mudar.
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ÉPOCA - Qual o perfil do seu público?
Zilbernknop - Basicamente masculino. Há só uma ou outra mulher. Há pessoas de todas as classes econômicas, referência culturais e idades. Varia entre 18 anos e 85 anos. Alguns são clientes há mais de 20 anos. O clima é de amizade dentro da locadora. Não tenho preconceito com nenhum tipo de cliente.

ÉPOCA - Como o senhor compete com sites como o RedTube, uma espécie de Youtube só de vídeos pornográficos?
Zilbernknop - Não tem competição. Os motivos que trazem as pessoas para cá não são diferentes dos que levam às pessoas às locadoras de filmes comuns. Aqui o camarada tem milhares de filmes para escolher. Tem gente que gosta de olhar as prateleiras, ficar passeando pelo estoque. Há quem queria assistir ao filme inteiro, sem ser cena por cena, como acontece na internet porque às só há trechos à disposição. Fora que tem o cliente de mais idade, que nem tem computador. Ainda existe esse perfil!

ÉPOCA - Com 50 mil vídeos dentro da loja, o que podemos esperar sobre a diversidade do acervo?
Zilbernknop - Tem de tudo. Todas as orientações sexuais, fetiches e em grande quantidade. Nunca tive preconceito dentro da loja. O que lança, eu compro. Ponto. Já sou conhecido na praça, estou no ramo há quase 30 anos. O mercado também me acompanha. Sou o paraíso dos vendedores. Um fala para o outro, e não preciso nem procurar que eles batem aqui. Aí eu compro.

ÉPOCA - O senhor avalia os filmes antes de entrar na prateleira?
Zilbernknop - Não faço avaliação. Eu recomendava e acompanhava mais na época do VHS, aí eu dava sugestão. Hoje o lema é: "Pornô, cada um escolhe o seu". Fica tudo a critério do cliente. A gente até auxilia a localizar algum título ou dá sugestões se o cliente gosta de um gênero específico.

ÉPOCA - Qual é o seu filme pornô favorito?
Zilbernknop - Eu não tenho um só favorito. Posso dizer que gosto dos franceses mais antigos. Ou daqueles filmes brasileiros da década de 1980. Gosto de  pornô que tem enredo. Lembro dos tempos de piá em que eu assistia no cinema. Aliás, gosto de cinema em geral. Tenho até hoje VHS e DVDs em casa. Especialmente pelos filmes alternativos, cult.

ÉPOCA - Depois de ter visto tanta pornografia, tem algo que ainda choca ou surpreende?
Zilbernknop - Nada mais. Tem uns fetiches meio pesados, mas nada me choca. Uma coisa é olhar o filme, outra coisa é fazer. Para mim, essas coisas sinistras eu vejo como comédia. Sem julgamentos, cada um é cada um.
>> Sasha Grey: "Eu gostava de fazer pornografia"
 
ÉPOCA - Como o senhor fideliza seus clientes?
Zilbernknop - Pela variedade de filmes e pelo atendimento. É só o que eu posso fazer, não é?

ÉPOCA - Pode contar uma história inusitada de um cliente na loja?
Zilbernknop - Tem pessoas gente que até hoje vem escolher um determinado tipo de filme dizendo "é para um amigo meu". Tá bom então... [risos]. Já vieram atrizes e diretores aqui na loja. A atriz pornô Tânia Russof veio junto com o diretor francês Pierre Woodman, que já dirigiu mais de 60 filmes, para a divulgação de alguns títulos. A minha loja é um ícone do pornô. Em certas épocas eu colocava até anúncio no jornal com a chegada dessas atrizes.

ÉPOCA - Tem bastante material nacional ou é mais internacional?
Zilbernknop - A produção aqui no Brasil já era. Existem atores e atrizes que fazem produções estrangeiras. É muito mais internacional. Não dá pra competir.

ÉPOCA - O que o senhor imagina para o futuro da loja?
Zilbernknop - Não faço previsões de longa data. Vou tocando. Tecnologia muda muito rápido, mas bato o pé: não vou modernizar.

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