" Vou ali dar umas porradinhas”, disse o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, aos colegas, antes de subir ao púlpito no auditório da Procuradoria-Geral da República (PGR) em Brasília. Era terça-feira, 9 de dezembro, dia mundial de combate à corrupção. A PGR sediava uma conferência internacional em comemoração à data. Como anfitrião, cabia a Janot o discurso de abertura aos trabalhos do dia. Esperavam-se mais um daqueles palavrórios anódinos e modorrentos que definem esse tipo de evento, um discurso de agradecimentos protocolares às autoridades presentes e generalidades difusas sobre o tema do seminário. Naquela terça-feira, foi diferente. Foi diferente, primeiro, porque o Ministério Público comanda a investigação mais difícil desde que ganhou autonomia, em 1988: o caso do petrolão, oriundo da Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF). “Ao que tudo indica, é o maior e mais complexo caso que já tivemos o desafio de enfrentar”, disse Janot a ÉPOCA. “Estamos só no c