A equipe do Diário teve acesso ao telegrama enviado aos funcionários da Volkswagen. O documento diz que a empresa tem a necessidade de “início imediato de ações de adequação de efetivo”. Cita ainda que a “primeira etapa será anunciada em 6/1/15”, ou seja, hoje. O texto encerra pedindo ao funcionário que “compareça às 9h50 na Ala 5 Santos, 2º andar, sala 3”, e que neste dia “não será necessário comparecimento ao local de trabalho, devendo apresentar-se somente no local e horário indicados”.
O acordo coletivo em vigor entre montadora e sindicato, no entanto, prevê estabilidade de emprego até 2016. A entidade informou ontem que fará assembleias na porta da fábrica, sendo que a primeira terá início às 7h de hoje, para tomar decisão junto aos trabalhadores quanto à sinalização da montadora.
Faziam parte da proposta da empresa o congelamento dos salários em 2015, o reajuste inferior à inflação para 2016 e a oferta de abonos nos dois anos. Como contrapartida, a montadora traria novos projetos de veículos para a fábrica até 2018 e não dispensaria em massa.
Conforme informou, por nota, a Volkswagen, ontem, “continua urgente a necessidade de adequação de efetivo e otimização de custos para melhorar as condições de competitividade da Anchieta, motivo pelo qual a empresa terá que estabelecer outras medidas”.
DEMISSÕES - O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC revelou que, em conversas com a Mercedes, a montadora rotulou os 244 dispensados como “trabalhadores que apresentaram baixa performance”.
Ainda não há balanço sobre quantos dos 244 profissionais aderiram ao PDV (Programa de Demissão Voluntária), tendo em vista que eram cerca de 1.200 com contrato de trabalho temporariamente suspenso nas unidades de São Bernardo e Juiz de Fora, com a maioria na região. O sindicato estima que 1.015 entraram no lay-off.
Após cruzarem os braços ontem na fábrica da Karmann Guia, em São Bernardo, os cerca de 500 funcionários voltam às atividades hoje. O motivo da mobilização foi o atraso do pagamento em relação à data prometida pela empresa. Depois de passarem o Ano-Novo sem dinheiro, os trabalhadores viram o crédito em suas contas bancárias ontem.
De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, houve assembleias na fábrica, ontem, e ficou definido, após a constatação do pagamento, que os funcionários voltariam ao trabalho hoje. A entidade reconhece que a Karmann passa por problemas financeiros, porém, destacou que a companhia apenas reconheceu que atrasou o salário, mas não deu motivos.
No dia 19 de dezembro, após paralisação interna do dia 15 ao 18 por falta de pagamento, a presidente da companhia de ferramentaria e estamparia, Mônica Marani, garantiu aos trabalhadores que não atrasaria mais os salários, que são pagos, normalmente, nos dias 15 e 30. Segundo o sindicato, a gestora disse ainda que pagaria a segunda parcela do 13º salário apenas no dia 23 de janeiro.
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