A General Motors pretende dar férias coletivas a todo o setor de produção da picape S-10, que é feita no complexo industrial de São José dos Campos, como antecipou O VALE na semana passada.
A medida pode atingir cerca de 400 empregados.
Eles trabalhariam até o próximo dia 17 de abril, véspera de feriado prolongado, e entrariam em férias coletivas a partir do dia 22, com retorno programado para 4 de maio.
A GM não comentou o assunto. Até ontem, o Sindicato dos Metalúrgicos não havia sido comunicado da medida.
Em São José, a montadora produz 300 unidades da S-10 por dia. Na semana passada, a empresa tinha 5.227 picapes no pátio. A meta seria alcançar 6.000 antes das férias.
Lay-off. Desde 2012, a GM colocou 3.161 trabalhadores em lay-off (suspensão do contrato de trabalho) no complexo industrial de São José. Atualmente, 473 metalúrgicos estão fora da unidade e têm regresso marcado para 8 de agosto.
A partir de 4 de maio, a GM estuda suspender o contrato de trabalho de outro grupo de 320 empregados do setor da S-10. Eles poderiam ficar até cinco meses fora da empresa.
As medidas seriam necessárias em razão da queda na venda de veículos. O mercado fechou 2014 com 7,15% de recuo em relação a 2013, retração nas vendas pelo segundo ano consecutivo.
Outra medida que a GM pode tomar em São José é fechar o segundo turno da S-10, que tem menos trabalhadores e menor volume de produção do que o primeiro turno.
Os empregados poderiam ser remanejados para outros setores da fábrica.
Crise. O Sindicato dos Metalúrgicos defende suspensão imediata do lay-off e manutenção dos empregos.
De acordo com o presidente da entidade, Antônio Ferreira de Barros, o ‘Macapá’, que admite ameaça de cortes, a maior parte dos trabalhadores que ficaram na fábrica fazem uma hora e meia de horas extras todo dia, sobrecarregando o serviço na produção.
“Não há sentido para a empresa manter 473 trabalhadores fora da fábrica enquanto quem fica é obrigado a fazer hora extra todos dia Vamos mobilizar os trabalhadores.”
Para o economista Fernando Lacerda, o ano de 2015 será de dificuldades para o mercado automotivo, em razão da retração do mercado interno.
Com inflação e juros mais altos, o acesso ao crédito ficará mais difícil. “As montadoras terão dificuldade em manter a produção em níveis de anos anteriores”.
fonte:http://www.ovale.com.br/ferias-coletivas-na-gm-podem-abranger-ate-400-em-s-o-jose-1.581110
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