“Não achava que ia acontecer comigo”, afirmou, com tristeza, um dos metalúrgicos da fábrica da Mercedes-Benz de São Bernardo que receberam ontem telegramas convocando-os a comparecer à empresa, no dia 1º, para assinar a rescisão do contrato de trabalho. Casado e com um filho de 1 ano e meio, ele trabalhava há 17 anos na montadora, tendo entrado na empresa como aprendiz, pelo Senai, ainda adolescente, aos 15. “Ainda não sei o que fazer”, disse o funcionário, que atuava na área de peças para exportação. Esse é o drama de muitos dos que receberam a correspondência, e são chefes de família, como outro funcionário, com oito anos de casa, que atuava na usinagem de motores e que tem filho de 2 anos e meio. “Esperamos que o governo faça alguma coisa, é muita gente (sendo mandada embora)”, afirmou.O número de cortes não foi revelado pela companhia que, no entanto, disse que precisa ajustar o excedente de 2.000 pessoas na unidade fabril. “Não achava que ia acontecer comigo”, afirmou, com