Os moradores de Recife (PE), João Pessoa (PB) e arredores de Goiana (PE) nem tratam mais aquele carro camuflado como segredo. “Sempre vejo dois deles juntos abastecendo em um posto ao lado de casa”, diz um morador que nos manda fotos das mulas do SUV da Fiat Toro. Elas são idênticas à picape, mas estão cobertas até a continuação do teto em direção à caçamba, como se fossem furgões. Mula são os carros de série que literalmente carregam componentes de futuros lançamentos.
Dentro da fábrica da FCA, em Goiana, os testes de componentes e peças estão a todo vapor, ainda que a matriz não tenha dado o ok para que a produção dos protótipos finais e acabados se inicie. Mas é raro que se gaste tempo com um veículo que não será produzido. “Está por detalhes, eu diria que as chances são bem grandes”, confessa uma fonte ligada diretamente à produção. Os rumores ganham força quando você olha os números de vendas da própria picape que, em apenas sete meses, emplacou 20.056 unidades e mensalmente vem se colocando como líder do segmento de picapes tida como médias.
O SUV da Toro deve entrar no lugar do Fiat Freemont, importado do México e que hoje não emplaca nem 50 unidades por mês e parte de R$ 109.500 na versão Emotion e vai a R$ 119.500 na Precision, ambas com motor 2.4 16V, de 172 cv, e câmbio automático de seis marchas. Para entrar nessa vaga, o SUV da Toro trará opções de cinco e sete lugares e nível de acabamento semelhante ao da picape. O entre-eixos diminui de 2,99 m da Toro para 2,75 m.
Sob o capô trabalharão os mesmos corações que estão na Toro. No entanto, ao contrário da picape, o SUV não terá versão manual quando vier equipado com o motor 2.0 turbodiesel, de 170 cv de potência. Receberá apenas a transmissão automática ZF de 9 marchas, e só com a opção de tração 4x4, usando o mesmo sistema de reduzida e bloqueio de diferencial eletrônicos do Renegade, para atender a lei. O 1.8 flex, que desenvolve 139 cv, virá combinado com o mesmo câmbio de 6 marchas, feito pela Aisin, e tração 4x2.
MOTOR DEPENDE DO PREÇO
Contudo, não está descartada a possibilidade de que ele venha equipado com o 2.0 Tigershark flex de 164 cv, o mesmo do Jeep de codinome 551 que chegará durante o Salão do Automóvel, em novembro. Isso porque o SUV deve pesar algo em torno de 1.700 kg, ou seja, cerca de 60 kg a mais que a Toro 1.8 flex, que já não se dá tão bem com esta unidade de força. Tal estratégia também depende da faixa de preço em que a Fiat vai posicioná-lo. Se for para ter um SUV que parte de R$ 90 mil, o 2.0 Tigershark flex está fora de cogitação. Mas se a marca inserir o SUV exatamente na faixa de preço do Freemont, a partir de R$ 110 mil, se torna totalmente plausível.
Externamente, a carroceria passará por quase nenhuma mudança na dianteira, a não uma possível inserção de apliques cromados para amplificar a sensação de requinte do SUV. Da coluna B para trás, ele deve trazer portas iguais às da picape, mas ganhará uma coluna C de caimento suave.
As lanternas também serão as mesmas que estão hoje na Toro, o que facilita a produção em escala e reduz os custos de produção e desenvolvimento. O desenho da tampa traseira trará um simples degrau de vinco único e, logo abaixo, o logotipo da Fiat.
Por dentro, a intenção é melhorar o espaço aos ocupantes do banco traseiro, embora as mulas de teste ainda não tenham recebido a ancoragem dos bancos. Até porque a fabricante deve testar também como ficará o espaço do porta-malas e para os dois assentos extras, de uma possível versão com sete lugares. O lançamento deve ocorrer apenas no primeiro semestre de 2018 e será o primeiro modelo da linha 2019 da Fiat.
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