Com atuadores eletro-hidro-pneumáticos no lugar do comando de válvulas, motor 1.6 da Koenigsegg produz 230 cv e 32,6 mkgf
Enquanto muitos fabricantes ainda se gabam da modernidade de seus motores com comando de válvulas variável, a sueca FreeValve (que pertence à Koenigsegg) sinaliza que no futuro os motores sequer terão comando de válvulas. E, ao que tudo indica, este futuro se transformará em presente na China em poucos anos.
Quem está bancando a ideia é a Qoros, marca premium do grupo Chery. A empresa levou para o Salão de Guangzhou o primeiro protótipo do motor sem a árvores de cames para abertura das válvulas. Trata-se do motor 1.6 Qamfree, com turbo como um motor moderno, mas com atuadores eletro-hidro-pneumáticos abrindo e fechando suas 16 válvulas.
Em um motor convencional, a árvore de comando abre as válvulas do motor e permite que elas se fechem sob ação de mola (ou de forma pneumática, como nos motores da F1). O acionamento pode ser por engrenagem, corrente ou correia dentada. O comando variável é responsável por alterar o momento de abertura para otimizar o rendimento do motor em cada circunstância.
Os dutos de ar pressurizado e os circuitos elétricos ficam acima dos atuadores (Divulgação/Quatro Rodas)
Com o sistema da FreeValve, cada válvula recebe um atuador eletro-hidro-pneumático e cada um deles pode ser acionado de forma independente. A vantagem é que não há dependência da rotação do comando: pode-se estabelecer qualquer variação na abertura e fechamento das válvulas.
O motor apresentado em Guangzhou tem apenas 1,6 litro, mas consegue gerar 230 cv e 32,6 mkgf de torque. De acordo com a Qoros, isso representa 47% mais potência e 45% mais torque que um motor 1.6 convencional, com consumo reduzido em 15%. Agora, a Qoros pretende testar o sistema da FreeValve em uma frota de carros para refiná-lo antes de iniciar a produção em massa – o que ainda levará alguns anos para acontecer.
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