O ano de 2016 foi pródigo em acontecimentos políticos – teve de eleição municipal com resultados surpreendentes até o impeachment de presidente da República, passando pelo afastamento, cassação e prisão do presidente da Câmara que chegou ao cargo com ares de liderança política com sonhos altíssimos. Mas tudo isso pode ser pouco diante da perspectiva de 2017, o ano que já começou com investigações da operação Lava-Jato.
Se estas investigações caminharem para um desfecho ao longo do ano, 2017 será um marco na vida política brasileira. Poderá fechar um ciclo, encerrando a carreira política de muitos daqueles que nos últimos anos foram os comandantes das principais decisões do país. Tudo vai depender dos passos do Supremo Tribunal Federal nos desdobramentos da Operação Lava-Jato, em relação aos políticos que têm foro privilegiado. Se o andar for minimamente celere, 2017 vai mostrar que o sistema político brasileiro ruiu. Faliu. Outro terá de ser construído para ficar no lugar.
Não é o caso de citar os nomes dos políticos que entram o ano de 2017 na corda-bamba e devendo explicações à Justiça. Nem relembrar os apelidos criativos dados pelos corruptores assumidos que igualmente prestam contas à Justiça e estão em processo de delação premiada. Mas, é o caso de entender o processo de fim de ciclo que vive o país e encontrar alguma coisa para ser colocada no lugar. Uma renovação geracional já estava em curso. Mas o que se trata aqui é uma renovação de métodos que leve em conta o conjunto da sociedade. E não apenas os apaniguados de sempre.
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