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Os jovens que desafiam Putin

Crédito: Divulgação

Milhares de estudantes promovem o maior protesto contra o presidente russo desde 2011. Sem perspectivas por causa de uma economia fraca e acuados pelo estilo duro do governante, eles prometem não deixar mais as ruas

Há muito tempo as ruas da Rússia não eram tomadas por tanta gente. Especialmente por tantos jovens. Na segunda-feira 12, eles encheram praças e avenidas de cerca de duzentas localidades, protagonizando os maiores protestos em solo russo desde 2011. Os alvos eram o presidente Vladimir Putin e assessores próximos acusados de corrupção, a falta de liberdade e de perspectivas e o sentimento, hoje praticamente mundial, de que os sistemas de representação política da sociedade não falam mais por sociedade nenhuma, seja naquele país, na França ou no Brasil.
De certa maneira, o que aconteceu em Moscou e em São Petesburgo – duas das maiores cidades russas – e em duas centenas delas foi muito parecido com o movimento registrado por aqui em junho de 2013 e, dois anos antes, em países árabes, numa onda que ficou conhecida como “Primavera Árabe”. Conectados pelas redes sociais, milhões de jovens à procura de um novo modelo de participação lotaram os espaços públicos e colocaram à prova a capacidade de poder de governantes forjados em velhos moldes políticos. São eles que, agora, desafiam Putin. “Estamos vendo o renascimento do movimento de protesto jovem na Rússia”, afirmou o historiador russo Anatoly Golubovsky, de Moscou.


 CERCO Alexei Navalny é o líder da oposição e convocou as manifestações da segunda-feira. Não conseguiu chegar à elas. Foi preso assim que saiu de seu apartamento em Moscou (Crédito:VASILY MAXIMOV)
O primeiro enfrentamento foi duro. Cerca de 4,5 mil pessoas participaram das manifestações em todo o país. Calcula-se que 1,5 mil tenham sido detidas por uma polícia que se mostrou pouco inclinada a respeitar qualquer direito de manifestação. Por toda a Rússia foram registrados vários confrontos entre participantes e as forças de segurança convocadas por Putin.
Os protestos foram chamados justamente para um feriado nacional bastante emblemático. O 12 de junho é o “Dia da Rússia”. Nesta data, em 1990, o país ratificou sua autonomia em relação à União Soviética, bloco de repúblicas socialistas criado em 1922 e desfeito em 1991 do qual a Rússia figurava como líder.
 A convocação às ruas foi feita por Alexei Navalny, há dez anos o crítico mais famoso do regime Putin. À frente de uma fundação e de um blog por meio dos quais denuncia principalmente casos de corrupção entre os homens mais próximos ao presidente russo, Navalny é hoje o nome mais forte da oposição. Aparece, inclusive, como a opção oposicionista nas eleições presidenciais, marcadas para março do ano que vem, embora esteja proibido de concorrer uma vez que enfrenta acusação de crime de desvio de recursos públicos. No entanto, ele tem sido sistematicamente cercado, submetido a processos e prisões. Na segunda-feira passada, foi preso em Moscou, quando deixava seu apartamento rumo ao protesto. Ficará um mês na prisão.
FIM DA APATIA
Como nos protestos ao redor do mundo, no entanto, os jovens russos que foram às ruas não querem e não seguem um líder. Navalny pode ser neste momento um catalisador da insatisfação, mas não representa o modelo ideal a ser instituído no lugar de Putin. Na verdade, a maioria dos que participaram não sabe dizer exatamente o que quer. Boa parte nasceu com a Rússia já sob o comando de Putin, que assumiu pela primeira vez a presidência do país em 2000.
De lá para cá, cresceram em uma nação que ainda busca o caminho depois de ter vivido décadas de regime comunista que deixou, entre outras heranças, uma economia combalida e o pouco apreço às liberdades civis por parte dos governantes. Desde a dissolução da União Soviética, ocorrida em 1991, a Rússia enfrenta crises financeiras – algumas mais e outras menos sérias – e não conseguiu expurgar do poder o ranço das velhas lideranças.
É esse ambiente de escassas perspectivas que agora alimenta o surgimento de jovens como Sergei Trohkin, que acaba de completar 20 anos. A piora da economia em sua cidade, Naberezhnye Chelny, tirou o rapaz da apatia política na qual estava mergulhado até dois anos atrás e o colocou na segunda-feira 12 como um dos organizadores do protesto em sua terra. “Minha mãe não tem um aumento há quatro anos, enquanto os preços só sobem”, reclamou. Trohkin promete não deixar mais as ruas enquanto o futuro não parecer melhor. Seus outros milhares de jovens companheiros de protestos também não.
OS NÚMEROS E A CARA DA OPOSIÇÃO
Como o movimento cresce
4,5 mil pessoas participaram dos protestos na segunda-feira 12
Eles ocorreram em mais de 200 cidades
1,5 mil manifestantes foram presos
No dia 26 de março, atos contra o presidente Vladimir Putin haviam reunido 1 mil pessoas
Quem é Alexei Navalny, o líder oposicionista Sua atuação ganhou força a partir de 2008, quando um blog e uma fundação passaram a divulgar informações sobre a corrupção Quem é Alexei Navalny, o líder oposicionista Sua atuação ganhou força a partir de 2008, quando um blog e uma fundação passaram a divulgar informações sobre a corrupção 
Em 2012, foi condenado a 5 anos de prisão por fraude e peculato. Recorreu ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos e foi absolvido
Está proibido de concorrer à eleições porque foi novamente acusado de desvio de recursos públicos. Ele nega

fonte: Istoé

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ELAS

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