Prefeitura de S.José articula movimento anti Sindicato dos Metalúrgicos para próxima eleição em maio de 2018
Agindo nos bastidores, grupo composto por Felicio Ramuth e empresários busca fortalecer uma alternativa à atual direção do Sindicato dos Metalúrgicos, cujo radicalismo estaria afastando novos investimentos em S. José
Xandu Alves@xandualves10
São José dos Campos
São José dos Campos
Está em curso em São José uma tentativa de derrotar a atual diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos na eleição de 2018, que será feita até maio. Fazem parte desta "força oculta" políticos, empresários, membros de grupos patronais e até o prefeito Felício Ramuth (PSDB), que vem realizando conversas, ainda que informais, com empresários sobre o sindicato.
"É importante que tenha alternativa para mudar esse cenário", disse um membro do primeiro escalão do governo.
OVALE apurou que Felício já tocou neste assunto com pelo menos dois empresários em seu gabinete.
Oficialmente, contudo, ninguém admite ingerência na eleição sindical. "Se existe intenção que os metalúrgicos sejam representados por outro sindicato, só pode ser no voto, na eleição", disse Almir Fernandes, diretor do Ciesp.
QUEDA DE BRAÇO.
Impera a ideia de que o sindicato é radical demais e, por isso, afasta investimentos e dificulta a instalação de novas empresas. A falta de novos recursos na GM (General Motors) da cidade, por exemplo, é colocada na conta do sindicato, ligado à CSP Conlutas (Central Sindical e Popular) e ao PSTU.
Em sua defesa, o sindicato cobra a GM por acordo assinado em 2013 que prevê a aplicação de R$ 2,5 bilhões na planta para a produção de novos veículos, o que geraria 2.500 empregos.
"O problema com o sindicato é que eles não veem outro lado que não o deles", disse um empresário da cidade, que pediu anonimato.
A maior oposição ao sindicato dentro da GM, uma das principais bases eleitorais, é feita pela CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), que já planeja chapa de oposição, mas rejeita apoio fora das fábricas. "Estamos discutindo as lideranças. Acreditamos que apoio de empresários não ajuda", disse José Celso da Silva, o Celsinho.
Para o presidente do sindicato, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá, que venceu a eleição em 2015 com 75% dos votos, a eleição 'não deveria ser preocupação da prefeitura'. "Com todos os problemas que temos, o trabalhador sabe que somos de base, atuantes, temos princípios e não nos rendemos ao empresariado".
'Cidade espera que setor sindical tenha flexibilidade e modernidade', diz Felicio
Em nota, o prefeito de São José, Felício Ramuth (PSDB), lembrou encontro que teve com o Sindicato dos Metalúrgicos, no qual disse que "cidade espera que o setor sindical tenha flexibilidade e modernidade".
Confira nota completa:
A Prefeitura está muito atenta a todas as situações e negociações entre sindicato e as empresas.
Diversas visitas às empresas pequenas, médias e grandes foram feitas mesmo antes da eleição, e continuam acontecendo nesta gestão. Estar próximo às empresas, ouvindo e entendendo o momento econômico é fundamental para esta administração.
Diversas visitas às empresas pequenas, médias e grandes foram feitas mesmo antes da eleição, e continuam acontecendo nesta gestão. Estar próximo às empresas, ouvindo e entendendo o momento econômico é fundamental para esta administração.
Prefeito recebeu o sindicato em seu gabinete e expôs ao dirigente que a cidade espera que o setor sindical tenha flexibilidade e modernidade, defendendo sempre, claro, os legítimos interesses dos trabalhadores, mas com um olhar de futuro, atento à sustentabilidade das empresas através de um ambiente de negócios equilibrado, sem radicalizações de espécie alguma, separando a política sindical da política partidária.
Sugestões como negociações mais de longo prazo e cláusulas que facilitem a vinda de novos investimentos foram, também, objeto da conversa.
Historicamente, a cada época de eleições no sindicato dos metalúrgicos, sempre há outras chapas concorrendo no pleito. Se voltar a ocorrer, não será novidade. E sempre caberá aos trabalhadores eleger a chapa de sua preferência.
A Prefeitura espera que a escolha seja a melhor possível, caso haja mais de uma chapa, e que os trabalhadores pensem bem no que esperam de uma estrutura e das pessoas que os representarão nos anos seguintes, pois o sucesso do ambiente de trabalho, o crescimento do ambiente do emprego no setor, dependerá sempre dessa postura sindical.
As empresas que, atualmente, procuram a cidade para aqui se instalar, frequentemente avaliam o ambiente de negócios e será decisivo para a ampliação dos empregos diretos a escolha de um grupo sindical engajado nesse avanço que em outras regiões já está em prática, garantindo investimentos robustos. É dessa postura que a cidade e toda região precisa.
fonte: O Vale
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