Número representa quase 23% de aumento em comparação com 2017. Para o ano que vem, organização fará mudanças para integrar área de vendas com as demonstrações de campo.
O movimento em negócios da Agrishow 2018 atingiu a marca de R$ 2,7 bilhões, aumento de 22,7% em relação à edição do ano passado, que faturou R$ 2,2 bilhões. Os números foram divulgados pela organização, em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira (4), em Ribeirão Preto (SP). A expectativa inicial era de um aumento de 8%.
As máquinas para grãos, frutas e café tiveram crescimento de 25%; equipamentos de armazenagem, 15%; irrigação, 14%; e máquinas para pecuária, 8%. O público total não foi divulgado, mas, de acordo com José Danghesi, diretor da feira, deverá ser similar ao do ano passado – 150 mil pessoas. Visitantes de 70 países passaram pelo parque.
As rodadas internacionais de negócios também foram maiores. Mais de 6,8 milhões de dólares foram fechados durante 527 reuniões, que contaram com a participação de 16 compradores de oito países. Outros 17 milhões de dólares deverão ser concretizados até o final do ano, o que totaliza US$ 23,8 milhões. No ano passado, a soma chegou a US$ 17 milhões, com 12 compradores.
O número de empresas brasileiras participantes das rodadas também aumentou: de 38 em 2017 para 60 este ano.
Comissão organizadora da Agrishow durante a coletiva na tarde desta sexta-feira (4) (Foto: Reprodução/EPTV)
A organização atribuiu o recorde à confiança do agricultor, à colheita da segunda maior safra de grãos da história do país, à disposição dos bancos em liberar financiamento e à demanda por investimentos, que estava represada.
“A Agrishow mostra a força do agronegócio brasileiro, capaz de superar adversidades”, afirmou o presidente da feira, Francisco Matturro. "Ela mostra que a agricultura tem puxado outros setores da economia brasileira, como a indústria de máquinas”, completou João Marchesan, presidente da Associação Brasileira de Máquinas (Abimaq), uma das organizadoras.
Para 2019, estão previstas algumas mudanças na infraestrutura. A principal será uma maior integração com a área de demonstrações de máquinas. “Não vamos mais utilizar, para a passagem de carros e ônibus, a avenida que passa por trás dos test drives de veículos. Com isso, haverá melhor acesso às demonstrações de campo por todos os corredores da feira e maior proximidade entre a área industrial e agrícola”, explica Danghesi.
Com isso, a área de exposições, que atualmente é de 440 mil metros quadrados, passaria para 580 mil. “Queremos transformar a Agrishow na maior feira agrícola do mundo”, diz.
Agrishow movimenta R$ 2,7 bilhões na 25ª edição da feira em Ribeirão Preto, SP (Foto: Érico Andrade/G1)
Comemoração
Entre as empresas participantes da feira, o clima é de comemoração. Uma delas, a Toledo do Brasil, que fabrica balanças para vários setores, inclusive o agro, está na Agrishow há 15 anos e garante ter vendido 35% mais que em 2017. O estande recebeu 25% mais visitantes. No caso da empresa, o desempenho perde apenas para a edição de 2013, mas mostra, segundo seu presidente, Paulo Haegler, que o agronegócio tem sido uma aposta segura.
“Percebemos uma contínua necessidade do produtor de buscar redução de custos. E, para isso, ele está atento às tecnologias que permitem isso a ele”. Pelo menos metade dos negócios da Toledo, que existe desde 1956, está ligada ao setor de alimentos.
O presidente da Toledo, Paulo Haegler, na Agrishow 2018 (Foto: Érico Andrade/G1)
Segundo Luiz Carlos Borges, representante comercial de 33 grandes empresas de máquinas e implementos que expõem na Agrishow, os agricultores que visitaram a feira neste ano estavam dispostos a comprar.
“Em outros anos, víamos um número grande de turistas, gente que vinha apenas para olhar. Esse ano, tivemos menos turistas e mais gente à procura de tecnologia. Foi uma feira boa muito boa para os negócios”.
A Valtra, uma das maiores fabricantes de máquinas presentes na feira, destaca um movimento anormal de público para justificar os bons resultados. A empresa não divulgou números, que, segundo o diretor de vendas, Rodrigo Junqueira, ainda estão sendo levantados, mas ele acredita que o movimento do primeiro dia foi um dos responsáveis pelo desempenho.
“Tivemos uma segunda-feira excepcional, como nunca se viu nos últimos
anos da Agrishow. Além disso, os bancos foram mais ágeis”. Ele diz que, em anos anteriores, as máquinas eram comercializadas, mas era preciso esperar alguns dias após o evento para assinar o contrato com o agricultor. “Esse ano, devido ao trabalho que os bancos fizeram, alguns contratos foram assinados na própria feira”.
Máquinas expostas no estande de Valtra durante a Agrishow 2018 em Ribeirão Preto, SP (Foto: Érico Andrade/G1)
fonte: G1/Ribeirão Preto
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