Brasileiros e belgas repetem, 16 anos depois, o confronto das oitavas de final do ano do penta. O duelo opõe duas seleções invictas e exibe o clássico melhor defesa x melhor ataque. Quem leva a melhor?
A Bélgica foi a primeira seleção europeia a garantir classificação para a Copa do Mundo. Nas eliminatórias, a equipe de Roberto Martínez fez parte do Grupo H, junto de Grécia, Bósnia e Herzegovina, Estônia, Chipre e Gibraltar, onde terminou com a liderança e de forma invicta ao ganhar nove partidas e empatar uma, marcando 46 gols e tomando apenas seis, números que colocaram os belgas como melhor ataque da Europa, com média de quase cinco gols por jogo.
Se o ataque é o ponto forte, a defesa é o fraco. Após a queda precoce na Eurocopa de 2016, quando perdeu nas quartas de final para o País de Gales, Marc Wilmots foi demitido e Roberto Martínez assumiu o cargo. A primeira mudança na escalação foi no setor defensivo. A seleção belga sofre com a lateral esquerda, uma vez que não tem um jogador do nível do restante do time para a posição. Por isso, o treinador ex-Everton abriu mão de um sistema com quatro defensores para jogar com três zagueiros e dois alas. Pela direita, Meunier, lateral de origem, enquanto na esquerda, Chadli ou Carrasco, pontas recuados. Porém, os três têm dificuldades para recompor o setor e dão espaços nas extremidades do campo, tanto é que o primeiro gol do Japão nas oitavas de final foi construído em um contra-ataque nas costas de Carrasco, que deixou o zagueiro exposto.
O esquema adotado pelo treinador espanhol tem feito a Bélgica sofrer com a instabilidade defensiva. A equipe alterna entre boas atuações no setor, como navitória diante da Inglaterra, e fracas, como no triunfo frente à Tunísia em que sofreu dois gols. Durante todo o ciclo o pré-Copa foi assim. Por exemplo, na mesma semana, em partidas amistosas, venceu o Japão sem sofrer gols e empatou com o México tomando três tentos.
Para piorar a situação, dois dos três titulares da zaga chegaram à Copa do Mundo sem ritmo de jogo. Lesionado, Toby Alderweireld perdeu boa parte da temporada e não conseguiu readquirir sua melhor condição física por causa de discussões contratuais, que o afastaram de algumas partidas do Tottenham. Kompany, por sua vez, sofreu uma contusão na panturrilha a 15 dias do Mundial e só estreou na competição contra a Inglaterra, quando entrou no final da partida.
Do meio-campo para o ataque, a Bélgica tem jogadores de renome internacional. A dupla de volantes, formada por De Bruyne e Witsel, tem por característica qualificar o passe, porém, deixa a zaga exposta, uma vez que ambos não são bons marcadores. Como Carrasco e Meunier ocupam as laterais do campo, Mertens e Hazard atuam como meias que tendem a centralizar, encostando em Lukaku. Essa aproximação dos jogadores mais adiantados do meio-campo fez bem para o atacante do Manchester United, que deslanchou a marcar gols. Aliás, já são nove nos últimos sete jogos, contando as partidas da Copa do Mundo.
COMO JOGAM OS TIMES
Brasil
4-1-4-1
1Alisson
12Marcelo
3Miranda
2Thiago Silva
22Fagner
11Coutinho
15Paulinho
17Fernandinho
10Neymar
19Willian
9Gabriel Jesus
Bélgica
3-4-2-1
1Courtois
11Carrasco
15Meunier
6Witsel
5Vertonghen
2Alderweireld
4Kompany
7De Bruyne
10Hazard
14Mertens
9Lukaku
QUEM ESTÁ PALPITANDO COM VOCÊ
Tiago Maranhão
Apresentador SporTV
Cuca
Comentarista SporTV
André Rizek
Apresentador SporTV
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Defesa quase imbatível
imagem: Reuters
Ao lado do Uruguai, o Brasil tem a defesa menos vazada da Copa, com apenas um gol sofrido - contra a Suíça. Além disso, a Seleção recebeu apenas quatro chutes no gol até aqui na competição.
Melhor ataque da Copa
imagem: Reuters
A Bélgica teve um início bastante animador ao bater Panamá por 3 a 0 e Tunísia por 5 a 2. Ao todo, são 12 gols marcados na Copa, sendo um terço de responsabilidade de Lukaku, vice-artilheiro do torneio.
Dupla Neymar-Coutinho
imagem: Reuters
Os jogadores de PSG e Barcelona se conhecem desde as seleções de base e têm sido peças importantes para o Brasil, com dois gols cada nesta Copa. Coutinho foi o homem do jogo nas duas primeiras partidas, enquanto Neymar levou o prêmio nas oitavas.
Dupla Hazard-De Bruyne
imagem: Getty Images
São os craques de suas equipes na Inglaterra - Chelsea e Manchester City. Na Copa da Rússia, no entanto, Hazard vem tendo destaque maior, com dois gols e duas assistências. De Bruyne tem na estatística apenas uma participação nos 12 gols marcados pela Bélgica.
Tradição pentacampeã
imagem: Getty Images
Apesar da dolorosa derrota em casa na última Copa, o Brasil é um dos favoritos e segue como o maior campeão da competição. Tem, inclusive, mais títulos que todas as outras seleções que seguem nesta edição somadas.
Ótima geração belga
imagem: AP
Sempre bem falada, a Bélgica acumula decepções nos últimos anos: parou nas quartas na última Copa (derrota para Argentina) e na última Euro (derrota para o País de Gales). Será que finalmente chegou a hora de brilhar?
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