Embraer e Boeing: Para o Sindicato dos Metalúrgicos, acordo entre as empresas é prejudicial aos trabalhadores
Entidade diz que acordo comercial entre Embraer e Boeing é 'crime de lesa-pátria' e prevê desemprego no Vale do Paraíba
Xandu Alves@xandualves10
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos vai cobrar do presidente Michel Temer e do Congresso Nacional um veto à operação comercial entre Embraer e Boeing, anunciada na manhã desta quinta-feira.
Todo o setor de aviação comercial da Embraer, incluindo os trabalhadores, será transferido para uma futura joint venture com controle majoritário da Boeing.
A empresa informou que os detalhes da transferência dos empregados e da situação de quem trabalha para mais de um setor da companhia serão definidos em até 18 meses.
Para o sindicato, a operação "coloca em risco a soberania nacional e milhares de empregos do setor aeronáutico".
"O governo federal tem a obrigação de vetar a negociação. Ao contrário do que afirmou a Embraer em comunicado, esta junção não trará benefícios para o Brasil e, muito menos, para os trabalhadores brasileiros", informou.
Ainda segundo a entidade, o negócio trará desemprego ao país. Estimativas do sindicato apontam cerca de 9.000 trabalhadores apenas no setor de aviação comercial da companhia, sendo 8.000 deles em São José dos Campos.
PREOCUPAÇÃO.
Segundo Herbert Claros, diretor do sindicato e funcionário da Embraer, o clima é de preocupação na empresa.
"Não há garantia de que a produção da aviação comercial vá ficar em São José dos Campos. O clima é de incerteza. O comunicado da Embraer não garante emprego em São José e na região", disse.
Segundo comunicado do presidente da companhia, Paulo César de Souza e Silva, dirigido aos empregados, a nova empresa em parceria com a Boeing terá sede no Brasil. As duas fabricantes não poderão dispor de suas participações na sociedade por 10 anos. Ele garante que não haverá mudanças nos empregos.
Já para Claros, o acordo coloca em risco o futuro da Embraer."Estamos colocando o futuro da Embraer nas mãos da Boeing. Se daqui a 5 ou 10 anos eles quiserem encerrar o investimento a Embraer não sobrevive", declarou..
fonte: O Vale
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