Pular para o conteúdo principal

Por que a esquerda quer tanto legalizar aborto?

Resultado de imagem para aborto

Hoje bombou no Twitter a hashtag #PrecisamosFalarSobreAborto. A temática do aborto deixou de ser periférica ou juízo de valor em meio a propostas mais concretas, por seu apelo popular quase nulo, para estar sob os principais holofotes dos debates políticos. A esquerda empurrou a agenda progressista do aborto para o proscênio, dando a impressão hoje de que não há tema político mais urgente na boca do povo do que a legalização do aborto.

O maior filósofo político de todos os tempos, Eric Voegelin, recomendava o exercício da Anamnese, o “esquecimento” das nossas próprias convicções e idéias estabelecidas, para conseguirmos enxergar a realidade de maneira mais pura, buscando a origem de nossos pensamentos – aquilo que Thomas Sowell demonstra bem sobre idéias de direita e de esquerda em Conflito de Visões. Parece que o caso com o aborto nunca foi feito no Brasil.



Proletários vendem a prole

A esquerda surge da idéia de que a Revolução Industrial permitiu um avanço em relação à aristocracia feudal, mas gerou uma nova classe social: os proletários, pessoas que só tinham a prole para “vender” como força de trabalho, na miséria associada à Revolução Industrial.

O mundo anterior à industrialização, contudo, era um mundo em que tais crianças nasciam e morriam às pencas no ambiente agrário e de “harmonia com a natureza” sem penicilina e tantas invenções da Revolução Industrial, sem as quais uma simples infecção ou virose geraria uma morte lenta e dolorosa.

A mortalidade infantil pré-Revolução Industrial em algumas regiões européias ultrapassava os 80%. Aquelas crianças que vemos em filmes que formam nosso imaginário (e, por conseguinte, nossos sentimentos) sobre o “horror” da Revolução Industrial eram, na verdade, sobreviventes. A industrialização e suas benesses permitia que a tradicional extensa prole campesina sobrevivesse, o que nunca foi esperado pelas camadas desassistidas da população.
É a primeira lição que Ludwig von Mises, o maior economista do mundo, ensina em suas palestras para não economistas, compiladas no opúsculo As Seis Lições. Com a definição correta dos termos, a mágica do sentimentalismo da visão até hoje ainda derivada do marxismo se obnubila. Ao contrário do apocalipse profetizado por Marx, ao invés de os ricos ficarem mais ricos e os pobres mais pobres com o capitalismo, a renda média do trabalhador inglês foi multiplicada por 40 em um século de Revolução Industrial.

Contudo, o apelo psicológico em falar de “proletários”, mesmo quando eles rapidamente deixaram de existir (não sendo sinônimo de “pobres”), permanece. Até Ernesto Laclau, marxista argentino envolvido nos modelos de agitação política como junho de 2013, hoje preconiza que é o discurso que cria a classe, já que elas não existem na vida real. Assim, qualquer rico pode se considerar “proletário” para manter a propaganda.
Mas como uma ideologia que nasceu com o apelo ao sofrimento da prole pode, no golpe seguinte, defender o aborto como uma causa progressista?

O Estado se torna maior do que a família

Mesmo naquilo que foi chamado de Absolutismo pelos historiadores, o núcleo da sociedade permaneceu sendo a família. Já no Manifesto Comunista, Karl Marx e Friedrich Engels diagnosticam que a nova sociedade progressista precisa retirar o poder da família, com todos os seus valores tradicionais, para transferir toda a organização social para o Estado. Os filhos não seriam mais criados por pai e mãe, amando avós e parentes, mas sim em barracões, coletivamente, como “companheiros”.
O “modelo de gestão” tentou ser aplicado já no início da Revolução Russa: Orlando Figes, talvez o maior estudioso contemporâneo do período soviético, conta em Sussurros: A vida privada na Rússia de Stalin, que a tentativa de aplicar o socialismo na Rússia agrária sempre esbarrava na família, famélica, mas rigorosamente contrária ao totalitarismo socialista:
Como viam os bolcheviques, as famílias eram o maior obstáculo à socialização das crianças. “Por amor a criança, a família a torna um ser egotista, encorajando-a a ver-se como o centro do universo”, escreveu a pensadora educacional soviética Zlata Lilina. Teóricos bolcheviques concordavam com a necessidade de substituir esse “amor egotista” pelo “amor racional” de uma “família social” mais ampla. O ABC do comunismo (1919) vislumbrava uma sociedade futura na qual os pais deixariam de utilizar a palavra “eu” em referência a um filho, pois se importariam com todas as crianças na comunidade. (…)
A noção pedagógica de hoje, como o debate público brasileiro escancarou, voltou ao modelo soviético que nem mesmo a União Soviética conseguiu consubstanciar. Pedagogos do porte de Marilena Chaui repetem o que apenas a China maoísta e a Coréia Norte dos Kim conseguiram levar a cabo.

Em uma sociedade em que o Estado, e não o núcleo familiar, é controlador e diretor, a empatia pelos entes e pelos infantes e mais fracos, o “amor egotista”, é substituída pelo pragmatismo do planejamento central, o “amor racional”. Nesta sociedade, o valor do indivíduo não é mais sentimental, como na aristocracia ou no romantismo: o indivíduo é visto como peça de uma engrenagem, pela sua utilidade para o sistema.
Se um indivíduo não poderia ser produtivo – por exemplo, nascesse com deficiências de mobilidade – seu destino era ser abortado da sociedade. Ao invés da empatia, do pathos – a paixão cristã, o “Vinde a mim, todos cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei” (Mt 11:28) –, tratava-se antes de auferir o indivíduo pelo seu valor para o Estado, como ser produtor e trabalhador para a sociedade comum.


Comentários

ᘉOTÍᑕIᗩS ᗰᗩIS ᐯISTᗩS

ELAS

  Swanepoel, sempre ela! A modelo Candice Swanepoel sempre é motivo de post por aqui. Primeiro, porque é uma das mulheres mais lindas do mundo. Depois, porque faz os melhores ensaios da Victoria’s Secret. Depois de agradar a todos no desfile da nova coleção, ela mostrou toda sua perícia fotográfica posando de lingerie e biquíni. Tags:  biquini ,  Candice Swanepoel ,  ensaio sensual ,  lingerie ,  victoria's secret Sem comentários » 29/11/2011   às 20h02   |  gatas Lady Gaga é muito gostosa, sim, senhor. A prova: novas fotos nuas em revista americana A estrela pop Lady Gaga é conhecida pela extravagância na hora de se vestir e pelos incontáveis sucessos nas paradas do mundo todo. Agora, a cantora ítalo-americana também será lembrada por suas curvas. A revista Vanity Fair fez um ensaio para lá de ousado em que Mother Monster (como Gaga é carinhosamente chamada pelos fãs) mostra suas curvas em ângulos privilegiados. A primeira foto é

Agricultura familiar conectada

  #Agrishow2022euaqui - A revolução tecnológica demorou a chegar, mas finalmente começou a transformar a vida do pequeno agricultor familiar brasileiro. Com o surgimento das foodtechs, aliado ao aumento da confiança na compra on-line de alimentos e na maior busca por comidas saudáveis por parte do consumidor, o produtor de frutas, legumes e verduras (FLV) orgânicos começa a operar em um novo modelo de negócio: deixa de depender dos intermediários — do mercadinho do bairro aos hipermercados ­— e passa a se conectar diretamente ao consumidor final via e-commerce. Os benefícios são muitos, entre eles uma remuneração mais justa, fruto do acesso direto a um mercado que, segundo a Associação de Promoção da Produção Orgânica e Sustentável (Organis), movimentou R$ 5,8 bilhões em 2021, 30% a mais do que o ano anterior, e que não para de crescer. DIRETO DA LAVOURA A LivUp é uma das foodtechs que está tornando essa aproximação possível. Fundada em 2016, a startup iniciou a trajetória comercializa

Brasil registra um acidente de trabaho a cada 51 segundos

  Um acidente de trabalho é registrado a cada 51 segundos no Brasil, de acordo com dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Esse número coloca o Brasil no topo da lista de países mais perigosos para os trabalhadores, ficando atrás apenas de China, Índia e Indonésia. Só em 2022, o país registrou 612,9 mil acidentes, que causaram 2.538 mortes, um aumento de 22% em relação a 2021. De acordo com o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais do Trabalho (SINAIT), Bob Machado, o aumento no número de acidentes laborais é um reflexo da atual situação da inspeção do trabalho no País. “O Brasil conta, hoje, com o menor contingente de auditores-fiscais do trabalho (AFTs) dos últimos 30 anos, operando com uma quantidade de profissionais bem abaixo da ideal. Isso dificulta muito o trabalho de fiscalização nas empresas e abre brechas para que mais acidentes aconteçam”, disse. Dados da OIT e do Ministério Público do Trabalho (MPT) mostram que as principais causas de acidentes

Confira quais são os principais lançamentos do Salão de Pequim 2024

  Com as montadoras chinesas crescendo fortemente no Brasil e no mundo, a edição 2024 do Salão do Automóvel de Pequim irá apresentar novidades que vão impactar não apenas o mercado chinês, como também revelar modelos que devem ganhar os principais mercados globais nos próximos anos Este ano nós do  Motor1.com Brasil  também está lá, mostrando os principais lançamentos que serão realizados na China. Além de novidades que ainda podem chegar ao Brasil, o que vemos aqui também chegará à Europa em breve. Isso sem contar as novidades da  BYD  para o nosso mercado. Audi Q6 e-tron O novo SUV elétrico da Audi se tornará Q6L e-tron. A variante com distância entre eixos longa do já revelado Q6 e-tron fará sua estreia no Salão do Automóvel de Pequim. O novo modelo, projetado especificamente para o mercado doméstico de acordo com os gostos dos motoristas chineses, será produzido na fábrica da Audi FAW NEV em Changchun, juntamente com o Q6 e-tron e o A6 e-tron. Reestilização do BMW i4 BMW i4 restyli

DORIA NÃO MENTE

Rancho D´Ajuda

Feliz Natal! Canadauence.com

O estapafúrdio contrato “ultraconfidencial” entre o Butantan e a Sinovac, que não especifica valor entre as partes

  O contrato que o Instituto Butantan, dirigido por Dimas Tadeu Covas, que diz não ter relação de parentesco com Bruno Covas, prefeito de São Paulo, e o gigante laboratório chinês Sinovac, acreditem, não determina quantidade e valor unitário da vacina. A grosso modo, o contrato beneficia apenas um lado no acordo: o chinês. As cláusulas do contrato, anunciadas, em junho, como “históricas” pelo governador de São Paulo, João Dória, revelam outras prioridades que, obviamente, não tem nada a ver com a saúde da população do Brasil, como o tucano chegou a afirmar para o presidente Jair Bolsonaro, quando fazia pressão para o chefe do executivo liberar a vacina no país. A descoberta ocorre na semana em que os testes com a vacina foram suspensos devido ao falecimento de uma voluntária, cujo motivo da morte – sequer – foi informado pelo Butantan à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que é o órgão de proteção à saúde da população por intermédio de controle sanitário da produção e co