Presos fazem reféns membros da igreja Assembléia de Deus no Centro de Detenção Provisória em Taubaté, SP
Presos do Centro de Detenção Provisória (CDP) Dr. Félix Nobre de Campos, em Taubaté (SP), fazem uma rebelião desde a tarde desta quarta-feira (8). Os detentos fizeram 14 reféns, de acordo com a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) e chegaram a liberar uma mulher e dois homens. O Grupo de Intervenção Rápida (GIR) está no local desde às 18h aguardando para tentar conter o motim. As negociações para o fim da rebelião seguem durante a noite.
Uma fumaça preta chamou atenção de quem passava pela rodovia Amador Bueno da Veiga durante a tarde, onde fica a unidade. Do lado de fora, vizinhos relataram que ouviram barulhos de explosões. A causa do motim ainda não foi informada.
Maria Benedita Ferraz foi feita refém e liberada durante rebelião no CDP de Taubaté (Foto: Talita França/ Rede Vanguarda)
Entre as pessoas que seguem mantidas como reféns durante a noite estão dois agentes penitenciários e nove religiosos, de acordo com a SAP. Uma mulher mantida entre os reféns foi liberada no fim da tarde, um homem liberado às 21h e outro às 22h40. Um deles é um idoso.
Refém relata drama vivido dentro do CDP de Taubaté
Todos são voluntários ligados a movimentos religiosos que fazem atendimento em presídios. Eles são membros dos grupos 'Deus é Amor', 'Cristo é Luz é Vida', Capelania de Taubaté e Assembleia de Deus.
A primeira refém foi liberada assim que a juíza corregedora Sueli Zeraik chegou ao presídio para atuar nas negociações junto com a direção do CDP. O Ministério Público também esteve no local acompanhando as negociações.
A refém liberada, Maria Benedita Ferraz, é membro da igreja Assembleia de Deus de Guaratinguetá e disse que entre os reféns há um agente ferido e um pastor de cerca de 80 anos. O idoso foi liberado à noite.
"Entramos e eu escutei um grito: 'caiu' e depois 'peguei'. Tinha um detento passando mal e achei que fosse alguma coisa de brincadeira entre eles. Quando eu olhei para cima, eu vi dois numa divisão entre as celas, em cima de mim. Aí eu percebi que estava acontecendo alguma coisa de errado. Eu gritei pela igreja no que eu falei 'meu Deus', eles cataram esse funcionário e mais um outro", disse.
Ainda de acordo com ela, os detentos disseram que não machucariam nenhuma pessoa da igreja e reivindicam melhorias no local.
Inicialmente, a SAP havia informado que esses reféns eram membros da pastoral carcerária, mas depois corrigiu a nota.
A Políca Militar informou que está no local e o helicóptero Águia sobrevoa o presídio. Parentes de detentos estão aglomerados em frente ao CDP.
A unidade tem capacidade para 844 detentos e, superlotada, atualmente abriga 1.521 internos.
fonte: G1/Vale
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