A capacidade ociosa das fábricas brasileiras gira em torno de 50%, e tende a piorar com a crise na Argentina, nosso maior destino de exportações. Sim, nosso mercado reage, mas num ritmo muito lento, e vai demorar para atingir o que foi há cinco anos (3,74 milhões de unidades produzidas em 2013).
Neste ano, fechará em 3 milhões. Há gordura para queimar? Certamente. Há muitas fábricas antigas no país, e muitas vezes é mais caro modernizá-las do que erguer uma novinha em folha, com os devidos incentivos de estados e municípios.
Lembra-se da fábrica da Karmann-Ghia , na via Anchieta (ABC paulista)? Ninguém quer. Ou a antiga de ônibus, da Mercedes, em Campinas. Ou a da Suzuki em Itumbiara (GO). Todas sem produção de veículos. A GM já flertou várias vezes com o fechamento da sua fábrica de São José dos Campos (SP), só não o fez ainda por questões políticas. A Ford adoraria concentrar toda a sua atividade na Bahia, faturando alto na venda de sua velha planta em São Bernardo do Campo (SP).
Enquanto fecham velhas fábricas pelo mundo, as grandes montadoras demonstram uma sede pela compra de startups de tecnologia. A GM gastou recentemente mais de US$ 1 bilhão para comprar a Cruise e a Strobe, para desenvolver carros autônomos.
A Ford, só neste ano, adquiriu a Spin (scooters elétricos), a Autonomic (automação) e a TransLoc (apps de mobilidade). O fenômeno de fechamento de fábricas ocorre também entre as montadoras europeias e japonesas. A prioridade está mais que definida, o que levará a novos fechamentos de antigas fábricas pelo mundo. E isso não tem volta.
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