O médico ginecologista de Uruburetama, no Ceará, José Hilson de Paiva, 70 anos, abusava de suas pacientes há décadas, quando as mesmas procuravam auxílio médico. Além de praticar os crimes, o médico ainda filmava os abusos sexuais. Mais de 63 vídeos foram encontrados, todos expondo algum tipo de abuso e manipulação psicológica das pacientes.
As gravações mostram Hilson com a boca nos seios de mulheres, alegando precisar conferir se estava saindo algum tipo de secreção, e penetrando as pacientes, alegando que precisava “desvirar” o útero delas.Os abusos aconteciam em dois consultórios, um ficava na casa do médico, e outro ficava no hospital público da cidade, que tem aproximadamente 20 mil habitantes.
Segundo o membro da Associação Médica Brasileira, Diogo Leite Sampaio, que assistiu aos vídeos filmados por Hilson, as ações do homem não se assemelham a nenhum procedimento médico, são apenas abusos, que devem ser julgados e punidos.
O Ministério Público ouviu seis mulheres que afirmam ter sofrido abusos do médico quando foram a seu consultório. Hilson nega as acusações, diz que não sabia da existência dos vídeos, que nunca teve relações forçadas com ninguém, muito menos no consultório médico e que as acusações devem ser uma “jogada da oposição” política.
Os vídeos descobertos foram gravados entre 2009 e 2012, mas as denúncias contra o médico existem desde 1986. Infelizmente a grande maioria das denúncias acabavam sendo retiradas após o médico denunciar as mulheres por calúnia e difamação. Como ele era um nome importante, envolvido na política e o único especialista da cidade, as vítimas acabavam ficando com medo.
A esposa do prefeito, Maria das Graças Cordeiro de Paiva, que também foi prefeita da cidade entre 1997 e 2004, saiu em defesa do marido, alegando que ela acredita que ele tenha relacionamentos extraconjugais, mas não que seja capaz de abusar de ninguém. “Eu quero saber qual é o homem que não trai sua esposa. Eu não conheço no Brasil”, afirmou a ex-prefeita.
José Hilson de Paiva pode ser condenado pelas filmagens que fez das pacientes e também por violação sexual mediante fraude e estupro.
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