CDS do Chile subiu em novembro,em 2019, região tem melhora, risco do Brasil caiu 80 pontos
Os conflitos políticos e a onda de protestos na América Latina impactaram a percepção de risco nas economias de países da região em novembro. O CDS (Credit Default Swaps), que mede a desconfiança de investidores em relação à economia de 1 país, subiu 14 pontos no Chile de 1º a 22 de novembro, passando de 42 a 56 pontos.
A redução na pontuação significa que os investidores veem menos riscos na economia de uma nação, enquanto que o aumento indica percepção de maior risco. O Chile atravessa momento de convulsão social, com uma série de protestos violentos que teve início ainda em outubro.
O CDS também teve alta no Brasil em novembro, saindo de 118 para 126 pontos. Apesar de o país estar fora da onda de manifestações populares que arrebata também os vizinhos Bolívia, Equador e Colômbia, o Planalto está atento a possíveis movimentações, conforme o próprio presidente Jair Bolsonaro reconheceu neste sábado (23.nov.2019).
O economista Alejandro Urtiz, da Guide Investimentos, destaca a influência do aumento da tensão nos países da América Latina na elevação do CDS em novembro. De acordo com ele, o aumento no risco-país do Brasil também é explicado pela discussão da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que trata sobre prisão após condenação em 2ª Instância.
Urtiz explica que o tema está em alta no Congresso, o que pode comprometer o avanço de medidas econômicas. “As medidas fiscais ficam em 2º plano. Há uma preocupação do mercado com uma possível interrupção do avanço das reformas, porque a prisão em 2ª Instância tomou a atenção dos congressistas”, afirmou.
O economista Flavio Serrano, do Banco Haitong, analisa que, apesar da piora atual do CDS na América Latina, há uma melhora geral na percepção de risco dos países da região. “Os conflitos são 1 tema que precisa ser monitorado. O mercado reagiu a isso, mas também está mais preocupado com as economias domésticas. O problema é lá. Aqui, no Brasil, há uma contaminação, mas não há uma mudança de percepção em relação à política e economia”, disse.
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