Uma série de contratempos impediu que a Ford colocasse seu primeiro conversível em nosso mercado na primavera passada, o momento mais correto para lançamento deste tipo de modelo. A principal causa, ao que parece, foi a definição da estrutura mecânica do carro e seu preço. Por ter uma construção praticamente artesanal, os custos finais obrigaram a fábrica a realizar muitos cálculos para chegar ao preço final: cerca de 72 milhões de cruzeiros no lançamento, ou seja, 30 milhões a mais que o XR3, até então o modelo mais caro do Escort.
Com todas as características técnicas do XR3, inclusive a rodagem de aro 14 polegadas e pneus de perfil baixo, o mais novo Escort é montado com a colaboração da Karmann-Ghia, que há alguns anos montava o modelo de mesmo nome para a Volkswagen e que atualmente fabrica trailers, além de desenvolver ferramentaria para a indústria automobilística.
A escolha da Karmann-Ghia não foi casual. Na Alemanha é a empresa que também se responsabiliza pelo projeto e montagem deste modelo. Além disso, o sistema de capota é exclusivo da fábrica alemã. Isto faz com que o conversível da Ford não sofra o processo de corte da carroceria, como ocorre com os outros conversíveis atualmente fabricados no Brasil.
Importadas da Alemanha, as duas laterais traseiras e a tampa do porta-malas são estampadas na fábrica de Colônia e depois enviadas para todas as subsidiárias da empresa que montam esse modelo.
Esse importante detalhe do projeto tem a finalidade de garantir ao Escort conversível uma rigidez não encontrada nos modelos desenvolvidos pelo pequeno artesanato, não só no Brasil como em todo o mundo.
Utilizando a plataforma de assoalho básica de toda a linha Escort a Ford faz uma pré-montagem da carroceria e envia para a Karmann-Ghia, onde é realizado o trabalho de fixação dos reforços estruturais e soldagem final.
Feito isso a carroceria volta para a Ford, onde passa pelo processo de proteção contra a corrosão e também pela pintura e retorna para a Karmann, onde é feita a montagem final, acabamento e instalação da capota, que também é importada. Pronto, o carro volta à Ford para distribuição à sua rede de concessionários.
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