O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão preventiva do jornalista Allan dos Santos, do canal Terça Livre. Segundo a decisão, o Ministério da Justiça deve iniciar imediatamente o processo de extradição do blogueiro, que está nos Estados Unidos.
Moraes determinou ainda que a Polícia Federal inclua o mandado de prisão na lista da Difusão Vermelha da Interpol para garantir que Allan seja capturado e retorne ao Brasil. A embaixada dos Estados Unidos também foi acionada.
O jornalista é investigado no Supremo em dois inquéritos: (1) o que apura as divulgações de fake news e os ataques aos ministros do STF; e (2) o que identificou a atuação de suposta milícia digital que atua contra a democracia.
Efeito Folha
A decisão ocorre 15 dias depois de uma reportagem da Folha de S.Paulo acusar Allan dos Santos de usar Tatiana Garcia Bressan, ex-funcionária do gabinete do ministro Ricardo Lewandowski, como informante. A troca de mensagens, iniciada em 23 de outubro de 2018 e encerrada em 31 de março de 2020, foi coletada pela Polícia Federal.
Colunista de Oeste, Augusto Nunes escreveu sobre o tema em artigo publicado na Edição 82. “Num dos trechos destacados pelo jornal, por exemplo, Tatiana diz que se espantou ao constatar que os ministros mudam frequentemente de ideia quando políticos de estimação necessitam de ajuda”, analisou. “Ganha uma viagem só de ida para a Venezuela quem ainda não sabia disso.”
Um dia depois, a Folha noticiou que a ex-funcionária do gabinete de Lewandowski, qualificada como “informante” pela reportagem, foi anexada ao inquérito das fake news. Com isso, Tatiana entrou na mira da Polícia Federal.
Nesta quinta-feira, Moraes mandou prender Allan dos Santos.
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