Após se passar por médico usando um diploma falso, Gerson Lavísio, de 32 anos, foi preso pela polícia de São Paulo e indiciado no Ministério Público Federal (MPF) na última terça-feira (15/3). O caso foi revelado após ele ordenar a amputação de uma das pernas de uma vítima de acidente envolvendo um engavetamento de carros no último domingo.
Gerson trabalhava na concessionária que administra a rodovia Presidente Dutra, onde aconteceu o acidente, e teria autorizado a amputação do membro de um homem de 36 anos que estava preso às ferragens do carro.
O método utilizado pelo falso médico para realizar o procedimento chamou a atenção de outros profissionais que estavam no local e a Polícia Rodoviária Federal foi acionada na sequência.
A concessionária CCR RioSP — responsável pela administração da rodovia onde ocorreu o acidente — informou que Gerson trabalhava como terceirizado e que foi desligado após a farsa.
"A Concessionária RioSP lamenta muito o ocorrido e se solidariza com a vítima e seus familiares. O falso médico foi desligado imediatamente e não presta mais serviços à terceirizada Enseg, empresa contratada pela concessionária. Infelizmente também fomos vítimas desta fraude que se consumou com o exercício ilegal da profissão, atingindo a todos", disse a empresa em um trecho da nota.
Foi descoberto ainda que o falso médico teria tentando protocolar um pedido de inscrição junto ao Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), alegando ter se formado em 2021 por uma universidade de São Paulo. Segundo o órgão, o pedido teria sido feito mês passado.
Segundo o portal Uol, o homem estaria trabalhando na equipe há apenas quatro dias quando a farsa foi revelada e teria apresentado também um documento falso do Conselho Regional de Medicina, sob o nome de um profissional que já havia morrido.
Em depoimento à Polícia ele confessou não ser médico e sim um socorrista, mas segundo a Secretaria de Segurança Pública, teria sido liberado após assinar um termo circunstanciado.
Reportagem Fantástico
Gerson Lavísio, falso médico detido depois determinar a amputação da perna de uma vítima de acidente na via Dutra, era um falsário. Além de mentir sobre sua formação, ele ainda fez uma lista de vítimas se passando por pastor evangélico, missionário na África, coach cristão e namorado, com mais de uma companheira ao mesmo tempo. Ele usava as redes sociais para convencer algumas das vítimas, ostentando uma vida que não tinha.
A investigação do Fantástico apontou que o homem é de Cambará, no Paraná, tem 32 anos e exerce a função como falso médico há pelo menos quatro meses, quando começou a apresentar um diploma falso de medicina pela Unicid, que negou que ele tenha feito qualquer curso na instituição. Com ele, atendeu em três lugares diferentes. Os prontuários que ele fazia seguiam com erros de português e com medicações iguais para pacientes com queixas diferentes.
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