27/01/2012 - 08h05
George Clooney encarna pai de família em crise em "Os Descendentes"
Oito anos depois do sucesso de "Sideways - Entre Umas e Outras" (2004), o diretor Alexander Payne volta à carga com outro drama sobre um homem ansioso que decide pegar a estrada para uma jornada de reavaliação pessoal.
Desta vez, no lugar das vinícolas californianas, seu protagonista transita pelas praias do Havaí. E, no lugar do amigo baladeiro, ele tem a companhia das duas filhas.
"Os Descendentes" foi indicado a cinco categorias do Oscar, incluindo melhor filme, direção e ator (George Clooney). O protagonista já recebeu um Globo de Ouro, e o longa também ficou com o troféu de melhor drama.
Clooney vive o patriarca que tenta manter a família unida quando sua mulher sofre um acidente de barco e entra em coma. Ele descobre que ela tinha um segredo e parte em busca de compreensão, com a ajuda da primogênita (Shailene Woodley, da série "A Vida Secreta de uma Adolescente Americana").
A recorrência de filmes de estrada e personagens masculinos confusos ("As Confissões de Schmidt", de 2002, também se encaixa nesse perfil) no currículo de Payne não é proposital, diz o diretor.
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| George Clooney e Shailene Woodley em cena de "Os Descendentes", de Alexander Payne |
"Em retrospecto, percebo que acontece de forma intuitiva", afirma ele, vencedor do Oscar de roteiro por "Sideways". "Gosto de capturar angústia dos meus protagonistas", completa.
Payne confirma a lenda de que Clooney vive fazendo piadas no set de filmagens. Na primeira semana, chegou até mesmo a temer que o astro não fosse se concentrar para viver o personagem.
"Ele faz essas brincadeiras para se energizar. Adora fazer a equipe rir, porque diz que eles são o público mais difícil do mundo, que já viu de tudo e está [inserido] no meio", conta. "No fundo, é um comediante preso num corpo de um astro de Hollywood."
O próximo trabalho de Payne será o longa em preto e branco "Nebraska", mais um filme de estrada, desta vez envolvendo pai e filho.
"Não sei porque temos que destruir o preto e branco. É tão legal. A única regra no cinema é não ter regras", sentencia, frisando que fará uma versão a cores para a TV.
Seu principal rival no Oscar é justamente um filme em preto e branco, "O Artista", mas ele diz não dar bola para premiações. "Eu não espero nada. Quero que as pessoas vejam meu filme, espero que algumas gostem e que dê algum lucro", disse.
"Faço meus filmes com os orçamentos mais baixos possíveis para garantir minha liberdade criativa e tirar a pressão de elementos comerciais." FONTE FOLHA S PAULO

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