Maduro manda tanque de guerra para fronteira com o Brasil eleva alerta militar contra plano de ajuda humanitária
O aparato chavista se prepara em estado de alerta máximo para impedir a entrada ajuda humanitária na Venezuela, programada para este sábado, 23. As autoridades deram a ordem de blindar as fronteiras, além de interromper as conexões com as Antilhas Holandesas. A Força Armada Nacional “permanecerá mobilizada” para “evitar qualquer violação à integridade de seu território”, disse o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López.
A ajuda humanitária representa a principal queda de braço entre Nicolás Maduro e Juan Guaidó. No sábado, um mês após a proclamação de Guaidó como presidente interino do país no lugar do sucessor de Hugo Chávez, a Assembleia Nacional tentará, com o apoio das principais instâncias da comunidade internacional, que carregamentos de remédios e alimentos enviados pelos Estados Unidos entrem na Venezuela. O chavismo considera isso uma ingerência completa e um pretexto para uma intervenção militar.
Estrada bloqueada por Maduro na fronteira
A operação deve ocorrer principalmente através da fronteira com a Colômbia. Enquanto no lado colombiano, nos arredores da Ponte Internacional de Tienditas de Cúcuta, avançavam nesta quarta-feira os preparativos para um grande show batizado de Venezuela Aid Live, no lado venezuelano era possível ver que o Governo de Caracas continuava bloqueando a ponte com enormes contêineres atravessados. Atrás deles, o efetivo de segurança que foi ampliado nos últimos dias, inclusive com contingentes das temidas forças especiais da polícia.
Mas o acesso da ajuda pela Colômbia não é o único objetivo da oposição. Ela tentará também através do Estado brasileiro de Roraima e da ilha de Curaçao, um território autônomo dos Países Baixos situado a menos de 300 quilômetros da costa venezuelana.
O último carregamento de insumos para tentar paliar a emergência humanitária na Venezuela partiu nesta quarta-feira de Porto Rico numa embarcação com 250 toneladas de ajuda, informou Guaidó em uma mensagem divulgada nas redes sociais. O presidente da Assembleia Nacional continua insistindo na necessidade de que as Forças Armadas se envolvam e apoiem seu plano, já que a última palavra sobre a entrada dessas ajudas depende de seus membros. Ele busca, definitivamente, um rompimento da cadeia de comando, embora ao mesmo tempo diga que esta iniciativa não tem caráter político. “Vocês têm três dias para se somarem à nossa luta pelo fim da usurpação [de Maduro], pelo Governo de transição e por eleições livres. Todo um país está olhando para vocês e espera vê-los com este orgulho em 23 de fevereiro”, recordou-lhes. Para aumentar essa pressão, pretende mobilizar um milhão de voluntários até sábado para que “acompanhem” a operação.
Enquanto isso, como destacou nesta quarta o próprio ministro da Defesa em um ato com militares, o chavismo está convencido de que não haverá nenhuma quebra significativa de lealdade. “As ameaças, a chantagem e a coerção não fragmentarão nossa unidade e fortaleza moral, pois não somos mercenários que se vendem à melhor oferta”, disse Padrino López ao ler um comunicado oficial.
fonte: EL Pais
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