CRISE EM SJC: Greve decretada pelo Sindicato dos Metalúrgicos SJC pode por 7.500 pais de família no olho da rua
Montadora endurece o discurso e crava: termina com a
produção na cidade se não houver acordo com o sindicato neste sábado.
Agora, são 7.500 empregos ameaçados
São José dos Campos
Horas depois da assembleia dos metalúrgicos, que aprovaram greve por tempo indeterminado na GM caso não seja revertida a ameaça de demissão de 1.598 funcionários, a montadora traçou um panorama sombrio para sua fábrica em São José dos Campos.
A posição oficial da montadora é fechar a planta em São José dos Campos caso as partes não encontrem uma forma de equacionar a necessidade da redução de custos --que, tudo leva a crer, vai culminar na demissão em massa a partir deste sábado.
Durante audiência pública, promovida esta tarde pela Câmara Municipal, Luiz Moan, diretor da GM encarregado nas negociações, foi taxativo ao afirmar que a fábrica em São José fechará suas portas se não houver o enxugamento de despesas.
"A coisa é mais séria do que qualquer um possa imaginar", afirmou Moan.
Ele ressaltou que o complexo em São José é formado por oito fábricas (emprega 7.500 trabalhadores) e que somente uma delas (o MVA) traz problemas à montadora.
Moan disse também que, caso o acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos e ou a demissão de trabalhadores da linha do MVA não ocorram, em pouco tempo toda a fábrica de São José estará fechada por falta de investimentos.
As partes voltam a negociar neste sábado, data final do lay-off (que é a licença remunerada dos funcionários)
Outro lado - Os trabalhadores da General Motors de São José dos Campos aprovaram, em assembleia, realizada nesta quinta-feira as propostas apresentadas pelo Sindicato dos Metalúrgicos à montadora, na reunião de ontem. Em votação, eles decidiram que, caso a GM não aceite chegar a um acordo com o Sindicato, haverá greve por tempo indeterminado a partir de segunda-feira, dia 28. Com a greve, os trabalhadores pretendem pressionar a presidente Dilma Rousseff para que assine uma Medida Provisória proibindo que empresas beneficiadas por incentivos fiscais realizem demissões. A GM, assim como todo o setor automotivo, foi beneficiada pelo Plano Brasil Maior, que inclui a redução de IPI para veículos.
A negociação com a GM será retomada no próximo sábado, dia 26, a partir das 10h. Na última reunião com a GM, o Sindicato apresentou uma proposta com sete itens, condicionados a novos investimentos na fábrica e garantia de que não haja demissões.
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No dia 26, termina o acordo que colocou os trabalhadores em layoff (suspensão do contrato de trabalho) e suspendeu o plano de demissão em massa.
No ano passado, a GM anunciou que pretendia demitir 1.840 trabalhadores e fechar o setor MVA (Montagem de Veículos Automotores). A empresa abriu um Programa de Demissão Voluntária (PDV), que já teve a adesão de mais de 300 funcionários.
http://www.ovale.com.br/gm-ameaca-fechar-suas-portas-em-s-o-jose-1.373922
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