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A nova libertação sexual da mulher

3.jpgUma em cada duas mulheres brasileiras sente que seu desejo sexual não é tão intenso quanto ela gostaria, não fica tão excitada quanto esperava ou enfrenta dificuldades para chegar ao orgasmo. Extraída pela psiquiatra Carmita Abdo, criadora do Programa de Estudos em Sexualidade (ProSex) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em seu “Estudo Sexual da Vida do Brasileiro”, a informação escancara a realidade da vida sexual feminina no País. E ela está de acordo com o que se observa na maior parte do mundo. “Temos os mesmos índices de dificuldades sexuais de outros povos”, afirma Carmita, internacionalmente reconhecida como uma autoridade em sexualidade humana. As mulheres, no entanto, estão prestes a ganhar fortes aliados contra esse problema. Quatro novos remédios devem chegar ao mercado com a promessa de ajudar a mulher a encontrar o prazer na cama. Será a primeira vez que ela terá à disposição uma pílula com esse objetivo. Em um paralelo histórico recente, os remédios terão, para a mulher, a mesma importância que o Viagra, lançado em 1998, teve para o homem. O que se espera é que os medicamentos não só ofereçam a elas um salto de qualidade no sexo, mas também auxiliem a trazer à tona a discussão sobre como as mulheres lidam com seu corpo, seus medos, suas indagações – a exemplo do que ocorreu em relação às questões do público masculino quando do lançamento da famosa pílula azul. Enfim, os próximos anos registrarão a mais nova revolução sexual feminina.
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FRANQUEZA
A psiquiatra Carmita diz que os novos remédios 
estimularão debates reveladores sobre sexualidade
 
Na semana passada, a indústria farmacêutica britânica Orlibid anunciou o mais recente passo nesse sentido. A companhia informou que, em abril, iniciará a realização de testes em mulheres com um derivado da melatonina, hormônio com ação em diferentes funções orgânicas. A regulação do sono é a mais conhecida, mas há indícios de que baixas concentrações estejam associadas à perda do desejo sexual. “Calculamos que, iniciados os testes, em dois anos estaremos no mercado se as expectativas de eficácia se confirmarem”, disse à ISTOÉ Mike Wyllie, consultor para a pesquisa do novo medicamento e um dos cientistas que participaram do desenvolvimento do Viagra.

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Em fase bem mais adiantada estão dois remédios criados pelo holandês Adriaan Tuiten, presidente do laboratório Emotional Brain. Eles entram em fase final de testes entre abril e maio. Nos últimos meses, Tuitten apresentou os dados obtidos até agora à Food and Drug Administration (FDA), agência americana que regula remédios, e à EMEA, entidade europeia de mesma finalidade. “Discutimos aspectos dos estudos”, disse à ISTOÉ. A primeira medicação é o Lybrido. Trata-se de uma combinação da sildenafila (mesmo princípio ativo do Viagra) com o hormônio masculino testosterona. A queda nos níveis da substância está relacionada à baixa libido. A associação dos dois compostos aumenta o impulso sexual e promove o entumescimento da vulva, preparando o corpo feminino para o sexo. É endereçada a mulheres com alterações na percepção dos estímulos sexuais pelo sistema nervoso central. A segunda droga une a testosterona a um ansiolítico, a buspirona, para diminuir os níveis de serotonina (uma das substâncias cerebrais que fazem a comunicação entre os neurônios e cujo desequilíbrio está na origem da depressão). Quantidades elevadas reduzem o desejo por sexo, um efeito colateral bem documentado por causa da popularização de antidepressivos como a fluoxetina (Prozac).
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Há ainda a flibanserina, que promete regular compostos cerebrais associados à excitação (dopamina e norepinefrina) e à inibição sexual (serotonina). “Essa ação melhora o desejo e a satisfação”, disse à ISTOÉ Cindy Whitehead, presidente da americana Sprout Pharmaceuticals. Em dezembro, novos estudos com mulheres na pré-menopausa foram enviados ao FDA para responder a questionamentos do órgão sobre a eficácia do remédio. Um deles é que teria mostrado um efeito menos importante do que as substâncias placebo usadas nos estudos para medir sua eficácia. “Devemos ter clareza sobre os próximos passos até o fim do primeiro trimestre de 2014”, informou Cindy.
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ABORDAGEM 
No consultório, Maria do Carmo lida com os diversos aspectos do desejo da mulher
 A criação desse gênero de remédios só foi possível com o aprofundamento do conhecimento sobre os caminhos fisiológicos e emocionais que marcam a sexualidade feminina. Hoje são conhecidas as mudanças físicas desencadeadas pelo desejo e as razões orgânicas que podem acabar com ele. Alterações no funcionamento da glândula tireoide, por exemplo, estão na raiz de dezenas de casos de mulheres que perderam o desejo sexual. Do ponto de vista emocional, estão fatores como problemas de relacionamento com o parceiro, estresse, o tipo de educação recebida e a dor de uma traição. No Centro de Referência e Especialização em Sexologia do Hospital Pérola Byington, em São Paulo, funciona um grupo voltado só para mulheres que foram traídas. “Elas vão para esse tipo de terapia quando esse episódio influencia a falta de desejo”, explica a obstetra e terapeuta sexual Tânia das Graças Santana, de São Paulo. Criadora do serviço, ela defende a expansão de centros semelhantes, que acolham todas as nuances da sexualidade feminina.
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O sexólogo Amaury não crê que apenas doses de testosterona possam devolver o prazer delas 
Essa plêiade de fatores deixa claro que, assim como acontece com os homens, a vida sexual da mulher é pautada por múltiplos fatores. Portanto, seria ingênuo pensar que apenas os novos remédios serão completamente responsáveis pela felicidade sexual feminina. “Não temos como conceber uma pílula mágica do desejo. A libido é complexa”, diz a psicóloga Maria do Carmo Andrade Silva, do Rio de Janeiro, especialista em terapia sexual. “A testosterona sozinha não vai transformar a mulher em potência sexual”, concorda o ginecologista e sexólogo Amaury Mendes Junior, secretário- geral da Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana.

Mas os estudiosos do tema asseguram que a chegada das medicações promoverá impactos profundos, assim como ocorreu no lançamento da pílula anticoncepcional, na década de 1960. Ela sozinha não significou um passe livre para o prazer, mas abriu a primeira porta para isso ao permitir que a mulher tivesse relações sexuais sem o medo de engravidar. Com as drogas do desejo, serão muitas as repercussões. “A primeira delas será corrigir o problema em mulheres saudáveis, nas quais a falta de libido ou excitação não está relacionada a causas conhecidas, como doenças ou problemas de relacionamento”, diz Carmita Abdo, que nesta semana apresentará mais um perfil sexual do brasileiro, baseado em uma comparação do comportamento de casais do Brasil com o de outros de 36 países. As medicações também poderão prolongar a vida sexual de mulheres que enfrentam as mudanças hormonais da menopausa e da fase que a antecede, quando a tendência é o desejo sexual diminuir.
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Outra transformação esperada é que as próprias mulheres acabem falando mais francamente de suas dificuldades. “Se o especialista tem um tratamento para oferecer, as pacientes ficam mais motivadas a contar suas queixas”, diz Carmita. Além disso, quem for ao médico apenas para tomar o remédio e não obtiver o efeito esperado muito provavelmente vai querer discutir por que não funcionou, abrindo uma discussão sobre outras causas possíveis. “Tudo virá à tona”, afirma a psiquiatra. A discussão tomará corpo também fora do consultório. “Deverá haver um melhor acolhimento do desejo feminino na sociedade”, prevê a médica e psicanalista Sônia Eva Tucherman, filiada à Associação Psicanalítica Internacional.
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Do ponto de vista prático, há uma discussão sobre quem poderá tomar as novas medicações e sobre suas contraindicações. Ainda não há respostas completas às duas indagações, mas, a contar do mecanismo de ação das drogas, é possível inferir algumas conclusões. Em doses maiores, a sildenafila não pode ser usada por pacientes cardíacas usuárias de óxido nítrico ou nitratos, pois potencializa seus efeitos. A melatonina é desaconselhada para gestantes e mães em fase de amamentação, pela falta de estudos confiáveis nessa população. Já a buspirona não é indicada na gravidez sem orientação médica. Em doses maiores, não deve ainda ser usada por pacientes com histórico de crises convulsivas. Em relação à testosterona, o ginecologista Amaury Mendes Junior considera que sua reposição para mulheres precisa ser feita com muita cautela. “Doses exageradas podem ter efeitos como aparecimento de pelos no rosto, inchaço dos seios, crescimento de clitóris e alteração na voz.” Quanto à flibanserina, alguns dos efeitos colaterais, como fadiga, tontura e náusea, já foram registrados nas pesquisas. “Os compostos desses remédios atuam no sistema nervoso central e no sistema endócrino. Não é uma brincadeira inocente”, adverte a psicoterapeuta Iracema Teixeira, presidente da Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana.
É por essas razões que os remédios deverão ter indicação criteriosa. O cuidado é necessário para que os novos medicamentos não prejudiquem a saúde e não joguem a mulher em outras armadilhas, como a de acreditar que por receberem um estímulo químico sejam obrigadas a ter um desempenho excepcional na cama. “A mulher não pode ser vítima da ditadura da performance sexual”, afirma a historiadora Mary Del Priore, autora do livro “Histórias Íntimas: Sexualidade e Erotismo na História do Brasil”. As medicações estão sendo desenvolvidas para aumentar o prazer, e não a carga de deveres.
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