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Foto: Rogério Marques
Agricultores e moradores da zona rural buscam no campo uma qualidade de vida melhor, longe de todo o caos e estresse da cidade, famílias cultivam seus próprios alimentos de forma orgânica e saudável
Caroline Corrêa @jornalovale |
O sol está despertando, mas o galo já cantou no fundo do quintal anunciando um novo dia. Cerca de 100 famílias do assentamento Nova Esperança, região rural de São José dos Campos, já trabalham em suas plantações, seja para a própria subsistência ou para levar alimentos orgânicos a mesa joseenses da cidade.
Os agricultores dedicam suas vidas ao cuidado com a terra, de segunda a segunda, eles atuam no plantio, preservando o meio ambiente e os recursos naturais.
"O que era um latifúndio totalmente improdutivo e devastado, hoje se tornou uma produção agroecológica, com projetos de respeitar nascentes, então valeu a pena", conta a agricultora Mara Galvão, de 48 anos, que mora há mais de 20 no assentamento. Filha de produtores rurais, ela viveu na roça por muito tempo, mas na década de 80, com o desemprego assombrando a vida no campo, os pais foram obrigados a buscar uma vida melhor na cidade.
A agricultora, que leva uma vida simples ao lado dos três filhos, afirma que "é muito mais fácil quem já viveu na cidade se adaptar a zona rural". Desde pequenos, os filhos de Mara, foram criados no meio das plantações de quiabos, do apiário e dos animais do sítio. Mas ela nunca deixou de batalhar pela liberdade de escolha entre o campo e o caos da cidade.
Para Mara, agricultura familiar é uma forma de desenvolver o país. "A industrialização não têm mais respostas para empregar tantas pessoas, mas a agricultura familiar tem essa resposta", diz. Ela acredita que muitas pessoas poderiam alcançar seus sonhos "é possível ter uma vida digna e honesta, a vida no campo te dá tempo e oportunidade", complementa.
A paixão pela vida singela, fez com que Altarmir Bastos, de 49 anos, deixasse a vida no sul do país para viver no assentamento há quatro anos "com o tempo, eu gostei de ficar pra cá e resolvi fazer uma troca de lote com um gaúcho", diz.
Hoje, o agricultor trabalha em sistemas agroflorestais, que busca otimizar espaços de plantio e diversificar a produção agrícola. Mas além disso, ele participa do programa da Prefeitura que leva alimentação de qualidade para escolas públicas da cidade.
De acordo com a prefeitura, São José conta com 68% de seu território em zona rural, são mais de 3.000 produtores rurais formalizados e 4.000 propriedades declaradas no Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).
A região rural da cidade, foi por muitos anos, a maior bacia leiteira do estado, mas hoje, a produção de pequenos produtores fortalece a cultura familiar. A Prefeitura acredita que com a formalização destes produtores, a agricultura familiar poderá se beneficiar ainda mais com projetos como Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), e ter acesso a incentivos e participação das licitações públicas.
fonte: O Vale
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