Após o início da nova legislação trabalhista, em vigor desde o dia 11 em todo o país, sindicatos de São José dos Campos estão se reorganizando para enfrentar a nova realidade. O Sindicato dos Metalúrgicos, por exemplo, precisou recorrer à demissões no quadro de funcionários para se readequar.
Apesar de admitir as dispensas, a diretoria não confirma o número de funcionários demitidos. O sindicato possui 10 mil associados em atividade, de acordo com a direção. Sem poder contar com a contribuição sindical obrigatória, vetada após a reforma, a solução é intensificar o trabalho de filiação de novos membros para angariar recursos. O valor corresponde a um dia trabalhado anualmente.
De acordo com o presidente do sindicato, Antonio Ferreira de Barros, o Macapá, não foi só o fim do chamado imposto sindical o causador das demissões, mas sim as demissões e a nova realidade das fábricas da região.
“Nós somos contra esse imposto sindical, sempre fomos. Claro que vamos deixar de receber esse dinheiro, mas sempre nos preparamos para sobreviver exclusivamente da nossa receita de associados. O grande problema mesmo tem sido as demissões na indústria e a contratação de novos funcionários por salários muito mais baixos. Então, para repor o que recebíamos de um associado, precisamos sindicalizar mais duas ou três pessoas”, conta.
Outro sindicato da cidade que afirma ser contrário à contribuição obrigatória, o Sindicato dos Químicos também pretende reforçar o trabalho de associação de novos membros para garantir a subsistência.
A entidade conta com 4.700 sócios que trabalham na indústria química e farmacêutica da região. Apesar de não contar mais com o imposto sindical, o presidente Davi Paulo de Souza Junior garante que não pretende enxugar o quadro de funcionários.
“O único ponto em que combinamos com a reforma trabalhista é o fato do imposto não ser mais obrigatório para os trabalhadores. Defendemos há muito tempo essa bandeira e acredito que essa resolução irá acabar com sindicatos de fachada. O que vamos fazer agora é intensificar nossa campanha salarial e de sindicalização. Até porque os trabalhadores precisam saber que só um sindicato forte pode os auxiliar nas negociações futuras com os empregadores”, afirma.
Servidores
Já para o Sindicato de Servidores de São José afirma que nada muda após a mudança na legislação trabalhista. De acordo com a coordenadora Maria Zelita dos Ramos, o sindicato já não contava com a contribuição sindical no orçamento.
“Pra gente não muda nada. Esta reforma não é boa para nenhum trabalhador e vamos acompanhar o decorrer dos acontecimentos. Nunca recebemos e somos contra imposto sindical”, afirma. O sindicato conta com 3.500 associados atualmente.
fonte: Meon Notícias
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