CRISE EM SJC: São José dos Campos fecha 855 empregos no pior mês de junho desde 2006. Na contramão, Taubaté acumula 1.013 vagas abertas em 6 meses Taubaté
Dados do Caged apontam construção civil e serviços como piores setores; na contramão, Taubaté e Jacareí abrem vagas
A evolução do emprego com carteira assinada no mês de junho em São José dos Campos teve o pior desempenho para o mês desde 2006, quando foi registrado saldo negativo.
Pesquisa do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Emprego, divulgada ontem, mostra que junho registrou saldo negativo de 855 postos de trabalho na maior cidade da Região Metropolitana do Vale do Paraíba.
Foram contratados 7.523 trabalhadores e demitidos outros 8.378.
Os setores que mais enfrentam dificuldades em São José são os de serviços, com saldo negativo de 641 postos, e construção civil, com um total de 142 vagas a menos.
Na contramão, outras cidades da região, como Taubaté, Jacareí e Pindamonhangaba, registram saldo positivo na geração de empregos formais, com carteira assinada.
O saldo de empregos em São José no primeiro semestre deste ano também foi ligeiramente negativo, com 3 postos a menos, mas nos últimos 12 meses a cidade perdeu 1.063 empregos formais.
A construção civil foi o setor que mais fechou vagas nos períodos analisados, segundo os dados do Caged.
No primeiro semestre deste ano, a construção civil registrou saldo negativo de 414 vagas e, nos últimos 12 meses, menos 1.496 postos.
O setor industrial também fechou negativo em junho, com menos 65 vagas.
No semestre foram extintos 235 postos e nos últimos 12 meses, 811empregos no setor.
Alerta. O presidente da Aconvap (Associação das Construtoras do Vale do Paraíba), Cleber Córdoba, disse que, desde agosto de 2010, a entidade alerta para a perda de postos de trabalho na construção civil.
“Quando forem lançados os empreendimentos aprovados pela antiga lei de zoneamento e pela lei de transição, não haverá mais projetos se a atual lei não for alterada”, disse.
Segundo ele, a geração de empregos na construção civil pode ficar ainda mais comprometida. “O setor é responsável por 25% do PIB da cidade e vamos mostrar isso aos candidatos a prefeito”, disse.
Para o presidente da ACI (Associação Comercial e Industrial), Felipe Cury, a retração do emprego no setor de serviços é reflexo do que ocorre na economia do país.
“As previsões para baixo do crescimento do país já refletem no setor. Não há reposição de pessoal nas vagas abertas.”
O secretário municipal de Relações do Trabalho, Ricardo Dinelli, tem opinião similar. “São José reflete o que acontece na economia nacional. O setor de serviços é o que mais rápido sente a retração, mas acreditamos em uma recuperação no segundo semestre”, afirmou o secretário.
Na contramão, Taubaté acumula 1.013 vagas abertas em 6 meses Taubaté
Os dados do Caged divulgados ontem mostram que Taubaté tem saldo positivo na geração de empregos este ano.
O município fechou o mês de junho com 138 vagas positivas, entre admissões (3.002) e demissões (2.864).
O bom desempenho no mês foi puxado pelo comércio que registrou saldo positivo de 159 postos de trabalho, seguido pela construção civil, com 42.
No primeiro semestre, a cidade contabiliza 1.013 vagas positivas e, nos últimos 12 meses, saldo positivo de 1.215 postos de trabalho.
“A economia do município está aquecida. Prevemos a abertura de mais vagas no comércio no segundo semestre com a chegada de novos empreendimentos”, disse o secretário municipal de Desenvolvimento e Inovação, Anthero Mendes Pereira Júnior.
Outras. Os dados do Caged mostram que Jacareí fechou junho com saldo positivo de 42 vagas. No semestre os postos positivos de emprego somaram 365 e, nos últimos 12 meses, 871 vagas.
O bom desempenho é impulsionado pelo setor de serviços. “O setor está aquecido pelos novos empreendimentos anunciados para a cidade”, disse o secretário de Desenvolvimento, Emerson Goulart.
Pinda registrou saldo positivo de 46 vagas em junho e 1.040 no ano. Guará fechou com 138 vagas positivas.
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