O presidente em exercício do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul, Francisco Nunes, repercutiu o atual impasse nas negociações entre a GM de São José dos Campos e o sindicato da categoria na região do Vale do Paraíba. Nesta terça-feira (24), a montadora impediu a entrada dos funcionários, alegando que a fábrica poderia ser invadida.
O fechamento ocorre em meio a negociações entre a empresa e o Sindicato dos Metalúrgicos sobre o destino dos cerca de 1.500 trabalhadores de uma linha de produção, que pode ser desativada pela empresa. Entretanto, a situação vivida pelos funcionários da GM é resultado da falta de acordo entre funcionários e empresa em negociações que se iniciaram em 2008.
“Para competir com as empresas que estão vindo para o Brasil, a tendência das montadoras mais tradicionais no Brasil é ter que se adequar”, afirma Nunes.
Segundo a GM, em 2008 os trabalhadores aceitaram linhas de produção de dois novos veículos comerciais e jornada flexível, que é um sistema parecido com o banco de horas. Entretanto, foi recusada a produção de novos modelos, o que reduziu o valor de investimentos para a planta de São José dos Campos. Sem acordo, boa parte dos investimentos foi direcionada para a unidade de São Caetano do Sul.
Ainda segundo o Sindicato de São Caetano, faltou maturidade para os representantes dos trabalhadores no Vale do Paraíba. “Em 2008, faltou percepção, visão de mercado para o pessoal de São José, que não acreditou no que a empresa estava propondo. Tem que ter maturidade para que a corda não estoure do lado mais fraco, que são os trabalhadores. Acompanhamos o processo e quando vimos que o investimento não iria para São José dos Campos, entramos em contato com a empresa e conseguimos negociar bons investimentos para nossa unidade”, diz o sindicalista.O sindicato da categoria em São Caetano do Sul, em assembleias com os trabalhadores, aceitou a proposta feita pela empresa com nova grade salarial para novos contratados, trabalho em dois sábados por mês e banco de horas.
Entre 2008 e 2012, o investimento na planta foi de cerca de R$ 3,3 bilhões, segundo os sindicalistas. No período citado, três modelos de carros foram levados para a unidade de São Caetano do Sul que tem atualmente 12.500 trabalhadores. A planta da empresa no ABC Paulista é menor que a do Vale do Paraíba. A GM em São José dos Campos já chegou a ter 12.500 trabalhadores, mas agora o quadro é de 7.500 pessoas.
Sindicato joseense se explica
Questionado sobre as declarações do dirigente sindical de São Caetano do Sul, Luiz Carlos Prates, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos à época, explicou o motivo que fez com que não houvesse acordo da categoria com a montadora em 2008. “Não é que nós não quiséssemos negociar. Nós não queríamos a terceira opção da empresa que era contratação de mão-de-obra com piso salarial mais baixo”.
Questionado sobre as declarações do dirigente sindical de São Caetano do Sul, Luiz Carlos Prates, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos à época, explicou o motivo que fez com que não houvesse acordo da categoria com a montadora em 2008. “Não é que nós não quiséssemos negociar. Nós não queríamos a terceira opção da empresa que era contratação de mão-de-obra com piso salarial mais baixo”.
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