O PDV (Programa de Demissões Voluntárias) da Volkswagen na fábrica da Anchieta, em São Bernardo, encerrou com 1.337 adesões. De acordo com Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a meta foi superada, já que a expectativa era recrutar pelo menos 325 colaboradores do setor administrativo e 1.000 do chão de fábrica.
O plano de desligamento foi realizado em três etapas, iniciadas em 4 de agosto, com primeira oferta de meio salário por ano trabalhado (tabela base), mais 20 pagamentos mensais. Na segunda rodada, que começou no dia 1º, o benefício baixava para 15 salários e, na terceira, para dez vencimentos. Esta última, porém, que teria início na segunda-feira, não foi realizada, já que a meta foi atingida nas duas anteriores.
Com isso, o volume de trabalhadores, que era de cerca de 10,5 mil, recua para 9.163 profissionais. A maioria deles voltou ontem ao trabalho, após férias coletivas iniciadas em 15 de agosto, devido aos problemas com o fornecimento de bancos por parte da Keiper. “Para restabelecer o fornecimento de peças, a Volkswagen nomeou cerca de dez fornecedores, que já iniciaram seus processos produtivos para a normalização das atividades”, diz a montadora.
A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) chegou a atribuir o mau resultado de agosto, com queda de 6,4% na produção ante julho, a uma das associadas que tiveram problemas com autopeças, e deixou de produzir 30 mil unidades. Embora não tenha sido explícita, trata-se da Volkswagen.
AFASTADOS - O sindicato informa ainda que um grupo de 470 operários permanecerá em casa até 3 de outubro, quando 52 deles retornarão à Volks. Outros 418 seguirão afastados porque entrarão em lay-off (suspensão do contrato de trabalho) até março de 2017. Os empregados que já foram afastados receberão apenas 70% do salário; os que forem suspensos pela primeira vez terão complemento da renda pelo governo federal. Se, ao final do período, a crise persistir, esses operários serão demitidos.
Com essa ressalva, conforme acordo aprovado em assembleia, a companhia oferecerá estabilidade para seus empregados até 2021.
A alta ociosidade na fábrica da Anchieta, que hoje produz menos da metade da capacidade da planta, será driblada também com a renovação do PPE (Programa de Proteção ao Emprego), que reduzirá em 30% jornada de trabalho e 15% os salários por mais seis meses – o contrato vigente vigora até o dia 30.
Embora a meta de produção para este ano seja de 250 mil veículos, apenas 159 mil deverão ser confeccionados. Isso porque a unidade tem capacidade para 390 mil, volume fabricado quatro anos atrás.
Comentários