Pular para o conteúdo principal

Gatos arranham reinado canino e ganham serviços, eventos e produtos em SP



Número de felinos cresce mais rapidamente do que o de cães; bichanos já são 1,25 milhão nos lares paulistanos

Amanda e Stéfany, da Cansei de Ser Gato: página de sucesso no Instagram e lojinha (JOÃO BERTHOLINI/Veja SP)

É tarefa difícil competir com os cachorros. Sua animação e dedicação aos donos, salvo exceções, conseguem derreter corações e dominar a escolha de quem pretende ter um animal de estimação em casa. A cultura canina, porém, pode estar ameaçada por um novo rei da selva paulistana: o gato, do alto de sua independência e elegância. “O que os motiva não é fazer o tutor feliz. Eles possuem qualidades próprias”, explicou o adestrador americano Jackson Galaxy, apelidado de “encantador de felinos”, em sua passagem por São Paulo em agosto. A capital se mostra terreno fértil para a escalada do pet e está alinhada com uma tendência mundial — países como Estados Unidos e Rússia apresentam predominância dos bigodudos.
Agnes e Petri, da CatMyPet: faturamento mensal de 200 000 reais (Mônica Mesquita/Divulgação)
“Contribuem para esse cenário fatores como a verticalização da cidade, o envelhecimento da população, as residências cada vez menores e mais casais sem filhos”, afirma Martina Campos, diretora executiva do Instituto Pet Brasil, focado em fortalecer os negócios da área. Segundo a entidade, de 2013 para 2018, o número de gatos domésticos no país saltou 8,1%, enquanto o de cães subiu 3,8%. O movimento de aumento superior ao dos cachorros vem sendo notado há mais de uma década. Ainda não há previsão para uma virada, mas trata-se de uma possibilidade real para o futuro. No Brasil, há 54,2 milhões de cães e 23,9 milhões de gatos. Desses, estima-se que 1,25 milhão estejam na capital paulista.




De olho na demanda (e no lucro), o mercado não perde oportunidades e investe no setor. Muitos donos deixaram de “quebrar galhos” com produtos que não sejam pensados para os gatos. “Quando começamos nosso negócio, em 2015, não se encontravam muitas marcas especializadas. Na visão das pet shops, era algo de nicho”, lembra Diogo Petri, sócio do e-commerce CatMyPet junto da mulher, Agnes Cristina — “pais” de sete peludos. “Agora, disputamos com vários concorrentes.” Ele ostenta um faturamento de, em média, 200 000 reais mensais, e seus trinta artigos, como bebedouros e xampu a seco, estão à venda em mais de 1 000 pontos pelo país. Em 2020, pretende entrar no mercado americano e triplicar seus números.

 A administradora Amanda Nori e a publicitária Stéfany Guimarães também andam lucrando com uma loja on-line de artigos temáticos, como objetos para casa, fantasias para os bigodudos e pins. Elas sabem explorar um campo em que a fofura felina é altamente bem-vinda: as redes sociais. A dupla é responsável pela página Cansei de Ser Gato, com mais de 1,6 milhão de seguidores no Instagram e no Facebook. As estrelas da conta, a maior do tipo por aqui, são o vira-lata Chico e seus três “irmãos”. Eles conquistam fãs ao vestir roupas graciosas e posar em cenários diferentes.A marca gerou dois livros, um podcast e um e-commerce, que dobra o faturamento anualmente — até agora, em 2019, contabilizou 1 milhão de reais em vendas, também em feiras. Em 2020, deve entrar no ar uma série musical infantil animada. “Hoje, as pessoas se orgulham de dizer que são ‘as loucas dos gatos’”, constata Amanda, falando sobre a fama de quem adota muitos pets. A empresa reforça uma ideia em ascensão, de que adotar bichanos é cool. Entre as estampas da lojinha, por exemplo, encontram-se frases como “gente legal tem gato”.

 Horta, sócio do 4cats, no Pacaembu: o primeiro hospital veterinário só para felinos da cidade
Horta, sócio do 4cats, no Pacaembu: o primeiro hospital veterinário só para felinos da cidade (Alexandre Battibugli/Veja SP)
  Assim como produtos, surgem serviços voltados só para esses animais. Um ano e meio atrás, a capital ganhou seu primeiro hospital 24 horas especializado, batizado de 4cats, no Pacaembu. O endereço tem profissionais treinados para lidar com esses animais, ambientes sem cores nem cheiros fortes e espaços com feromônios que acalmam os pacientes. “Há um mito de que eles não ficam doentes, se viram, mas essa percepção está mudando”, diz Pedro Horta, sócio do 4cats. Em sua época de faculdade, o veterinário, na profissão há mais de duas décadas, reclamava de aulas inteiras sobre cães e com uma “migalha” a respeito de gatos no final. “Existe agora mais amparo, com cursos para formar profissionais focados nesse assunto.”
O atendimento no local, que pode abrir uma segunda unidade em 2021, tem preço salgado. As consultas partem de 360 reais. São Paulo conta com outras clínicas veterinárias dedicadas apenas aos felinos, porém mesmo algumas que não seguem o esquema vêm criando entradas e salas separadas para atender bem esse público.
 
Pedroso, no Cemitério Quarta Parada: ele captura gatos com armadilhas e redes para castrá-los (Leo Martins/Veja SP)
Serviços antes muito voltados a donos de cães também caíram nas graças dos gateiros. É o caso dos adestradores. Na Cão Cidadão, uma das principais empresas do ramo, os cachorros dominam, mas têm vez consultas comportamentais felinas. Vale dizer que os bichanos, por mais independentes que sejam, igualmente demandam carinho e brincadeiras, sobretudo aquelas que envolvem simulações de caça. “Alguns ajustes no ambiente fazem grande diferença, entre eles colocar apoios em lugares altos para eles descansarem ou pularem, possuir mais caixas de areia que o número de pets, espalhar arranhadores pela residência…”, explica Daniel Svevo, diretor da Cão Cidadão.
Outra atividade que tem se disseminado nesse universo é a fotografia. Silvia Pratta virou craque em registrar os felinos. Ela dribla arroubos de temperamento com ambientes calmos, brinquedos e petiscos. Um ensaio com Silvia de no mínimo doze imagens custa 150 reais por clique, além da taxa de deslocamento.
 A 
A Casa do Gato, na Bela Vista: evento disputado (Divulgação/Divulgação)
O comportamento mais estressado fora de casa não costuma permitir que os tutores levem seus felinos para circular por aí. Isso não impede que pipoquem iniciativas na capital para atrair os donos, mesmo sem a companhia deles. Em setembro, por exemplo, rolou a primeira edição da Casa do Gato. Organizado pela companhia de ração Royal Canin, o evento trazia uma proposta inusitada. Em um casarão na Bela Vista, a ideia era que os interessados pudessem perceber o mundo pelo ponto de vista dos peludos com base em experiências sensoriais. Incluíam-se aí óculos de realidade virtual, arranhador gigante para que os donos o explorassem com luvas, um “jardim zen” com diversos tipos de areia… Os cinco dias do projeto lotaram, com direito a fila de dobrar o quarteirão e saldo de 3 500 visitantes.
Na mesma onda de passeio, em Sorocaba, no interior, surge o primeiro cat café do estado, o Café com Gato. Trata-se de um modelo similar ao visto no Japão. Aqui, porém, não dá para mexer nos felinos, que ficam em uma espécie de aquário, enquanto se petisca ou se beberica um expresso.
 
Evento de exposição de animais de raça na Avenida Paulista: sucesso de público (André Hanni/Premmier/Divulgação)
A principal atração nessa seara, entretanto, parte da PremieRpet. A empresa nacional de alimentos acertou ao entrar na organização de eventos de exposição e competição de centenas de gatos de raça. A atração ocorre quatro vezes por ano na Avenida Paulista e recebe cerca de 2 500 interessados em conhecer novas raças de bichanos e ter contato com eles. Muito além dos persas e siameses, aparecem por lá o sem pelos sphynx, o gigante maine coon, o tigrado bengal…
Também está por trás da iniciativa o Clube Brasileiro do Gato, em atividade desde 1972, que reúne 450 criadores. “Antes, muitos achavam os gatos todos iguais, mas estamos mostrando que, assim como os cães, eles têm aparência e comportamento diferenciados. Hoje, contamos com cerca de vinte raças disponíveis no país”, calcula Gerson Alves, presidente da entidade há uma década e criador do sociável burmês, que chega a custar 5 000 reais.
Felinos clicados por Silvia Pratta: fotógrafa especializada (Silvia Pratta/Divulgação)
Para as pessoas que torcem o nariz para a comercialização de animais, a PremieRpet lançou ainda uma mega-feira periódica de doação, também na Avenida Paulista, com até sessenta pets disponíveis. Aquelas que estão em busca de um novo membro da família contam com diversas entidades especializadas na metrópole, a principal delas, a Adote um Gatinho, referência na área e com dezessete anos de história. A instituição doa de oitenta a 100 felinos por mês, com base em um processo bastante criterioso. É fundamental, entre outras exigências, possuir apartamento com todas as janelas teladas ou casa sem acesso do bigodudo à rua. “Percebemos que atualmente existe menos preconceito. Não sentimos tanta dificuldade para doar gatos pretos, por exemplo. A nova geração tem a cabeça mais aberta”, comemora Susan Yamamoto, uma das fundadoras do grupo e dona também de um hotelzinho felino. Aproximadamente um ano atrás, a associação se mudou para um espaço com capacidade para 200 bichos, o dobro de antes, para dar conta da demanda.
Ainda na seara da proteção animal, o trabalho de Eduardo Pedroso traz como objetivo controlar o número de felinos abandonados. Ele captura os bichanos sem dono, os leva para uma clínica veterinária, castra, vacina, faz uma marca na orelha deles, para que não passem novamente pelo mesmo processo, e os devolve à sua colônia. Pedroso é contratado por ONGs, empresas e particulares. Só neste ano, aplicou o esquema em mais de 1 000 peludos, em locais como o Cemitério Quarta Parada e o arquipélago de Fernando de Noronha. “Coloco armadilhas com comida e também uso redes”, revela ele, com a agenda cheia por ser um dos poucos que executam a atividade por aqui. “Mas tem gatos, muito ariscos, que nunca vou conseguir pegar.” De “caçador” de gatos a evento para se sentir na pele de um, a capital caminha para um futuro cada vez mais felino. E os cachorros que se cuidem.

ESCALADA FELINA

Números e curiosidades sobre universo dos bigodudos por aqui
1,25 milhão de gatos domésticos vivem na capital, de acordo com o Instituto Pet Brasil, o que corresponde a 24% dessa população no estado. No ranking, aparecem, em seguida, as cidades de Guarulhos e Campinas
36,2 bilhões de reais é a estimativa de faturamento do mercado pet em 2019 no Brasil, um crescimento de 5,4% em relação a 2018
1 200 felinos são doados, em média, todo ano, pela Adote um Gatinho, a principal ONG do setor
360 reais, no mínimo, custa uma consulta no 4cats, o primeiro hospital veterinário 24 horas da capital. Fica no Pacaembu 1,6 milhão de pessoas seguem a página Cansei de Ser Gato, na qual reina a fofura do vira-lata Chico, no Instagram e no Facebook. Trata-se da maior conta do tipo no país
77 500 visitantes passaram pelas 31 exposições e competições de felinos de raça promovidas pela PremieRpet junto com o Clube Brasileiro do Gato desde 2012

fonte: Veja SP

Comentários

ᘉOTÍᑕIᗩS ᗰᗩIS ᐯISTᗩS

URGENTE: Morre humorista Batoré em SP

  Nesta segunda-feira, 10, a luta do humorista Batoré contra o câncer chegou ao fim. Ivanildo Gomes Nogueira, o histórico comediante da "A Praça é Nossa" Batoré, infelizmente faleceu. O humorista nasceu em Pernambuco e se mudou para São Paulo ainda criança. Antes de se tornar ator, jogou futebol nas categorias de base em times paulistas. Fez história e marcou época na TV Brasileira. Na web, internautas estão lamentando a morte do artista e desejando conforto aos familiares. fonte: Jornal da Cidade online

Prepare o seu bolso, gasolina sobe no próximo domingo 1º de fevereiro

A tributação sobre os combustíveis será elevada a partir deste domingo (1º), conforme o decreto presidencial publicado no "Diário Oficial da União". Segundo o Fisco, o impacto do aumento será de R$ 0,22 por litro para a gasolina e de R$ 0,15 para o diesel. O governo espera arrecadar R$ 12,18 bilhões com a medida em 2015. O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sindipetro), José Alberto Paiva Gouveia, afirma que a expectativa é que as distribuidoras repassem o valor total da cobrança aos postos já a partir de domingo. "Se elas repassarem, vamos elevar os preços integralmente já no domingo, porque senão já não teremos margem para comprar mais combustíveis na segunda-feira", explica o executivo. O Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes) informou que a decisão de repassar ou não o aumento é de cada distribuidora, não havendo posicionamento oficial do...

Homenagem a Chapecoense direto da Colômbia na íntegra, assista

fonte: https://www.youtube.com/watch?v=0cT2w8K6UF4

AO VIVO - TV Senado - Assista à nossa programação - 24/07/2017

fonte: youtube

Novo Cruze x Sentra x Focus Fastback x Corolla, supercomparativo sedãs médios

Se o ano passado foi dos SUVs compactos, 2016 ficará marcado pela estreia de novos sedãs médios no mercado brasileiro. E isso acontece justamente numa época em que o Corolla nada de braçada no mercado, chegando a vender mais que os concorrentes somados. Pois a GM já trouxe o novo Cruze para a briga, e ele chega mais forte do que nunca – literalmente, por conta do motor turbo. Por sua vez, a Nissan deu uma repaginada no Sentra e aproveitou para rechear seu sedã com equipamentos. Em breve vem mais: no fim de julho chega o novo Honda Civic e, um pouco depois, a nova geração do Hyundai Elantra. Mesmo ainda aguardando o Civic, a estreia do Cruze merecia uma recepção de gala. Por isso, nós do CARPLACE  escalamos nada menos que o líder Corolla, o renovado Sentra e a referência em dinâmica Focus Fastback para um encontro com a novidade da Chevrolet. Todos na versão topo de linha, com preços variando entre R$ 96 mil e R$ 107 mil. Qual deles é o sedã médio ...

Renault Kardian é o Carro do Ano 2025

O   Renault Kardian  é o grande vencedor do  Carro do Ano 2025 . O modelo concorreu contra   BYD Dolphin Mini ,   Citroën Basalt ,   Hyundai Creta   e   Peugeot 2008   na categoria principal da premiação mais importante da indústria A 58ª edição do Carro do Ano contou ainda com   outras seis categorias de carros e três de motores . Os   finalistas do prêmio   foram escolhidos por indicação direta de 26 jurados especialistas no segmento, seguindo os critérios de modelos pré-finalistas classificados pelo Comitê Gestor. O   limite foi de cinco finalistas por categoria , e apenas um modelo por marca pode ser classificado em uma mesma classe,   conforme previsto no regulamento . Vale lembrar que a auditoria do Carro do Ano 2025 foi feita pela   EY .  automotiva brasileira. Essa é a primeira vez que a   Renault   — e uma fabricante francesa — vence o prêmio.  O   Renault Kardian é o grande venc...

Executivo da Chevrolet confirma, Novo Cruze Hatch estréia no Salão de Automóvel

Confirmada a estreia da nova geração do Cruze no Brasil para junho (a apresentação na Argentina já aconteceu), as atenções se voltam agora para o lançamento da versão hatchback. Em entrevista concedida ao site  Auto Blog Argentina , Ignacio Pierrez, executivo da Chevrolet no país vizinho, adiantou que a chegada do modelo ao mercado acontecerá poucos meses depois da carroceria sedã. De acordo com Pierrez, a apresentação pública da novidade será durante o Salão do Automóvel de São Paulo, em novembro. Apresentado na edição deste ano do Salão de Detroit, o Cruze Hatch chama atenção nesta segunda geração pela pegada esportiva e jovial do visual. Internamente terá o espaço interno como grande atrativo, mantendo os 2,70 metros de entre-eixos do sedã e tendo capacidade para acomodar 524 litros (padrão norte-americano). O modelo também herdará do sedã a lista de equipamentos bem recheada, que deve incluir MyLink II, sistema de estacionamento automático, Start/Stop e o...

Confusão em baile funk termina com nove mortos em Paraisópolis

Um baile funk em Paraisópolis, uma das maiores comunidades de São Paulo, terminou ao menos com nove pessoas mortas, após um tumulto na madrugada deste domingo (1º), com a chegada de policiais militares que perseguiam suspeitos na região. Entre as vítimas, uma mulher e oitos homens - dois deles de 16 anos. A polícia diz que não houve disparo de arma de fogo pelos policiais.  De acordo com a corporação, policiais do 16º Batalhão Metropolitano que faziam patrulhamento na Operação Pancadão no bairro reagiram após dois homens em uma moto efetuarem disparos de arma de fogo.  Houve perseguição e os agentes, que também estavam de moto, seguiram os homens até o baile funk que acontecia na comunidade e reunia, por volta das 4h, cerca de 5.000 pessoas. A PM afirma que os criminosos continuaram atirando enquanto fugiam.  Ainda de acordo com a PM, frequentadores do baile funk atiraram objetos, como pedras e garrafas nos policiais, que solicitaram reforço à Força T...

Quanto é o salário de engenheiros, técnicos, mecânicos e outros funcionários da F1, confira

Quando se fala em salários da Fórmula 1, você logo pensa nas cifras milionárias recebidas pelos pilotos. Caras como Hamilton, Vettel e Alonso chegam a ganhar mais de 15 milhões de euros por temporada, mas pouco se sabia sobre os salários pagos aos funcionários mais mundanos da categoria, como mecânicos e engenheiros de pista. Ao menos até agora. Cada equipe de Fórmula 1 emprega, em média, 90 pessoas, divididos em funções técnicas e administrativas. Da secretária aos motoristas de caminhão, passando por mecânicos, gerentes de marketing e engenheiros de pista, os salários são pagos de acordo com o nível de responsabilidade da função, como em qualquer empresa “comum”. O  site esportivo Marca , da Espanha, conseguiu reunir o  salário anual  médio das equipes intermediárias da Fórmula 1 como Lotus e Force India. Segundo a lista dos espanhóis, os salários das funções administrativas são: Gerentes de Contas Publicitárias — 70.000 euros Assistente de Conta — 50.000 euros...

Cansou do Facebook? 50 outras redes sociais que estão bombando

  "Ninguém mais vai àquele lugar. É muito lotado.” A frase célebre, dita pelo jogador de beisebol Yogi Berra sobre um restaurante badalado de Saint Louis, nos Estados Unidos, sintetiza um comportamento típico do ser humano. Gostamos de estar na moda e de frequentar ambientes descolados. Quando todos descobrem a novidade, o prazer de estar lá perde a graça e sentimos que precisamos descobrir novos lugares. Chegar antes da multidão é muito mais divertido do que fazer parte dela. A regra de Yogi Berra vale também para o mundo virtual. Nos anos que se seguiram à fundação do Facebook em Harvard, em 2004, não havia lugar mais legal na internet. Todos queriam descobrir o que fazia a cabeça dos universitários americanos. Hoje, é difícil pensar num site mais banal. Os jovens de Harvard foram seguidos por crianças e adolescentes de todas as partes do mundo, que volta e meia esbarram em seus pais e avós na mesma rede. Ter um cadastro no Facebook não diz absolutamente nada sobre a pe...