Um ex-chefe de supervisão corporativa de qualidade da General Motors advertiu a diretoria da empresa, por meio de uma carta, em 2002 que ela precisava "interromper a contínua remessa de veículos inseguros" e "fazer recall de veículos suspeitos que já estavam nas mãos dos clientes."
A carta de William McAleer comprova que os diretores e a alta administração da GM foram informados dos graves defeitos de segurança dos veículos que estavam saindo das linhas de produção da empresa mais de 11 anos antes de a GM fazer o chamado de milhões de veículos por problemas nas chaves de ignição -- ligados a pelo menos 13 mortes. O conteúdo da carta não havia sido publicado anteriormente.
O atual porta-voz da GM, Jim Cain, disse que era incapaz de responder a detalhes de eventos ocorridos há 12 anos, mas que a empresa leva as preocupações a sério hoje. "Estamos realizando o que acreditamos ser a mais exaustiva e abrangente revisão de segurança da história da companhia, e isso inclui olhar para veículos que foram construídas na década de 1990. E se encontrarmos qualquer coisa que seja uma questão de segurança, nós vamos agir", disse.
McAleer, ex-chefe de um grupo responsável pelo controle de qualidade em carros cuja remessa era feita na América do Norte, disse que sua unidade regularmente achava sérios problemas em veículos novos e que quando ele levantou suas preocupações, recebeu a resposta de que deveria ficar de fora de problemas de segurança.
McAleer disse à diretoria que a empresa deveria interromper a remessa de carros inseguros, lançar recalls e revisar melhor os controles de qualidade para tornar a companhia "independente de política corporativa e de preocupações com redução de custos."
Ele ainda afirmou que foi transferido do seu posto no final de 1998. Registros de tribunal mostram que ele processou a GM sem sucesso por pelo menos quatro vezes, visando principalmente proteção como denunciante.
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