Um médico Ildemar Cavalcante Guedes, que atua em São José dos Campos, foi flagrado emitindo um falso atestado. O documento garantindo o afastamento do trabalho foi dado para um paciente que não estava doente. Ele pagou R$ 100 pela consulta e gravou a ação.
O Conselho Regional de Medicina (CRM) instaurou uma sindicância para apurar o caso, e se o médico for culpado, ele pode ser punido com uma advertência, suspensão ou até ter o registro cassado. Ele nega que tenha praticado o crime. (leia mais abaixo)
A suspeita surgiu quando a diretora de uma empreiteira da cidade percebeu que quatro funcionários apresentaram o atestado do mesmo médico, sendo que um dos empregados chegou a entregar três atestados no mesmo mês.
“Começaram a vir muitos atestados do mesmo médico, nas mesmas datas, só com números de identificação diferentes. Então, a gente começou a ficar atento nisso. A gente mandou um funcionário de nossa confiança e ele conseguiu comprar com a maior facilidade”, afirmou a mulher que não quis se identificar.
Em um trecho da gravação do atendimento, que durou sete minutos, o paciente pede um atestado sem estar doente, e o médico afirma que o preço já está incluso no valor da consulta, que é de R$ 100. No atestado consta como doença infecção respiratória - diagnóstico falso discutido entre paciente e médico antes da emissão do documento. O médico também deu uma receita para o paciente comprar antibióticos.
Durante a consulta, o paciente não foi examinado e o paciente chegou a sugerir que no atestado constasse um diagnóstico de dor na coluna.
Defesa
Ildemar atuou como secretário de Saúde durante o governo da prefeita Ângela Guadagnin (PT), em 1993, e trabalhou também 32 anos como médico concursado da prefeitura, até se aposentar. Ele se desfiliou do PT em 2004. Ao ser procurado em seu consultório na região central da cidade, o médico negou a venda de atestados e disse que pode ter sido vítima de uma 'armadilha'.
“É mentira, absurdo”, disse, ao ser questionado pela equipe da TV Vanguarda. "R$ 100 é o preço normal da minha consulta, seu eu fosse vender atestado não venderia por R$ 100 porque isso não modifica minha vida", disse.
"Como cobro barato a consulta, porque sou um médico de índole socialista, as pessoas me procuram e eu ajudo as pessoas, mas não vendo atestado. O trabalhador brasileiro é uma vítima e as pessoas que exploram os trabalhadores brasileiros não querem ver ninguém se posicionando a favor dos trabalhadores", disse.
O médico ainda desclassificou o vídeo que mostra a ação. "Se existe esse vídeo, provavelmente é uma armadilha feita por alguém que esteja preocupado em me desmoralizar para que eu pare de ser solidário com os pobres e oprimidos", afirmou.
fonte: G1 Vanguarda
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