Pular para o conteúdo principal

Contaminação da cerveja: Fantástico entra na Backer, responsável pela fabricação da bebida

Resultado de imagem para Contaminação da cerveja: Fantástico entra na Backer, responsável pela fabricação da bebida

O repórter Ricardo Mello teve acesso, com exclusividade, à cervejaria Backer para tentar entender em que parte do processo pode ter ocorrido a contaminação.


O Fantástico mostra o mistério que tomou conta do noticiário esta semana. Como uma substância altamente tóxica foi parar em cervejas artesanais produzidas em Belo Horizonte? Quatro pessoas morreram, 15 foram internadas.

O repórter Ricardo Mello teve acesso, com exclusividade, à cervejaria Backer para tentar entender em que parte do processo pode ter ocorrido a contaminação.

“Meu marido é uma pessoa extremamente saudável, sempre foi praticante de atividade física diária, uma pessoa muito forte mesmo. E você vê ele ali numa cama de CTI, um sofrimento do outro mundo, não podendo mais falar, mexer, assim... E a família, uma impotência...”, desabafa Flávia Schayer Dias, mulher de Cristiano Assis Gomes.

O professor universitário Cristiano Mauro Assis Gomes, de 47 anos, é uma das 19 vítimas identificadas até agora, de uma intoxicação grave provocada pelo consumo da cerveja Belorizontina.

Quatro das vítimas morreram, entre elas o pai da Camila, Paschoal Dermatini Filho, que tinha 55 anos. Até agora, é o único caso fatal de intoxicação que foi confirmado pelas investigações.

O marido dela, Luiz Felipe Teles Ribeiro, está internado em estado grave. Paschoal e Felipe também tomaram a Belorizontina quando a família se reuniu para celebrar o Natal.

“O meu pai, ele foi rápido ... Era a hora dele. Em momento nenhum fiquei desesperada, ‘vai acontecer a mesma coisa com o Felipe’. Acho que são indivíduos diferentes, idades diferentes, históricos de vida diferentes que respondem de forma diferente”, desabafa Camila.

A intoxicação provoca sintomas como mal-estar e dores abdominais. Os rins começam a parar de funcionar e depois aparecem sintomas neurológicos: problemas na visão e paralisia facial, que pode aumentar e chegar ao corpo inteiro. Nos casos mais graves, a pessoa só respira com a ajuda de aparelhos.

Entre o Natal e as duas primeiras semanas deste ano, ninguém sabia o que estaria causando esses sintomas, e o número de casos aumentava.

Camila é farmacêutica. Ela decidiu investigar o caso e assim acabou conhecendo a Flávia, citada no começo dessa reportagem, comemorando a recuperação do marido. As duas começaram a trocar informações sobre o que as vítimas tinham comido e bebido no período de festas.

Ele comeu japonês? Comprei no super... Não, não comemos. Eu tirei fotos de todos os produtos, mandei para ela... Não, nada compatível, nada. A única coisa era a cerveja em comum”, conta Flávia.

A suspeita sobre a cerveja aumentou quando a Flávia descobriu que uma terceira vítima, vizinho dela, também estava internada. “A pergunta que eu fiz foi: ‘ele tomou Belorizontina?’ O amigo dele falou assim: ‘Só foi encontrado Belorizontina na casa dele’”.

“O que ajudou muito o nosso trabalho foi a investigação epidemiológica feitas pelas famílias, que chegaram e foram enfáticas em falar que todos usaram a mesma cerveja”, destaca Marco Túlio Oliveira Tanure, neurologista clínico.


“A gente começou por conta própria a pesquisar casos clínicos compatíveis com eles, com os doentes. E aí, pesquisando esses casos clínicos é que a gente achou que o que tinha causado essa sintomatologia neles era o dietilenoglicol”, lembra Camila.

Quando a Camila foi à delegacia pela primeira vez, já trouxe as informações que tinha apurado. E isso acabou sendo fundamental: foi o ponto de partida da investigação.

A Vigilância Sanitária de Minas recolheu garrafas nas casas das famílias das vítimas e a perícia confirmou que estavam contaminadas com dietilenoglicol, uma substância altamente tóxica.

A cervejaria Backer, que produz a Belorizontina, diz que não usa essa substância, e sim uma outra, chamada monoetilenoglicol.

“O monoetilenoglicol é liberado, é um produto que é fiscalizado, inclusive não é um produto proibido”, diz Paula Lebbos, diretora de marketing da Backer.

O processo básico de fabricação de cerveja tem várias etapas. O ingrediente principal, normalmente o malte de cevada, passa por um processo de moagem e outro de cozimento. Depois, vem uma espécie de filtragem. O líquido, então, é fervido, vira o chamado "mosto", e recebe mais ingredientes. Depois é resfriado em um aparelho chamado trocador de calor, e a temperatura cai de noventa e seis graus para quinze. Como explica André Franken, diretor de uma cervejaria de São Paulo: “Nós estamos entre a parte quente, onde acontece a mistura dos ingredientes e a parte fria, onde tem os tanques de fermentação, onde vai realmente ser criada a cerveja pelas leveduras. Essas placas são como se fossem um sanduíche. De um lado passa a água fria, e de outro lado passa o mosto quente, então ele é resfriado através da placa”.

Algumas cervejarias usam substâncias que não deixam essa água congelar. O dietilenoglicol, que a cervejaria Backer garante não ter usado no seu processo de fabricação, tem essa função. Seu uso não é proibido, mas não é comum, porque existem opções mais seguras para o caso de uma contaminação.


“A gente aqui optou pelo etanol, grande parte das cervejarias artesanais utiliza o etanol por causa do preço. A vantagem que eu vejo é a questão de eu não ter problema caso ele venha a entrar em contato com o produto, ele não vai causar nenhum tipo de toxicidade no produto”, afirma o diretor de uma cervejaria.

A polícia ainda está investigando como o dietilenoglicol foi parar em 32 lotes de 10 cervejas produzidas pela Backer. Todos foram retirados do mercado.

“Existem vários lotes contaminados, em tempos diferente. Essa característica na investigação nos deixa a entender que, se houve uma sabotagem, ela foi realizada em longo prazo, de forma contínua, mas nenhuma linha é descartada neste momento”, destaca Flávio Grossi, delegado da Polícia Civil- MG.

O Ministério da Agricultura interditou a fábrica da Backer até o fim das investigações.

“A Backer, no ano passado, ela foi fiscalizada praticamente o ano inteiro, justamente pelo fato de a gente estar crescendo”, diz a diretora de marketing Paula Lebbos.

O Fantástico conseguiu entrar nas instalações da empresa. Em um setor funciona a penúltima etapa da fabricação das cervejas da Backer. No local é a fermentação e a maturação. O primeiro lote de cervejas que teve a contaminação identificada foi fermentado em um terceiro taque mostrado na reportagem. Ele foi o primeiro a ser interditado pelos auditores do Ministério da Agricultura. Tanques que têm tipo de lacre verde e amarelo são os que têm cerveja dentro. Hoje, meio milhão de litros estão parados no local.O estoque está cheio. Nenhuma garrafa de cerveja pode ser vendida. A fábrica tem 70 tanques de fermentação, 140 funcionários diretos, que se revezam trabalhando 24 horas por dia. Por causa dos lacres, ninguém pode andar pela linha de produção. A Backer produziu, no ano passado, cinco milhões de litros de cerveja para 18 de suas marcas. A Belorizontina representava 70% das vendas.


“Espero que as autoridades ajam com rapidez para que esse prejuízo não seja maior do que já é, e para as pessoas que já foram atingidas por esse triste fato”, diz a diretora de marketing da Backer.


Segundo os médicos, o tratamento das vítimas pode durar meses e pode haver sequelas. Mas as famílias estão confiantes.

“O Felipe continua lá. Todos os dias é um passinho de cada vez, cada dia é um progresso, mas é como se fosse uma escada mesmo, cada dia é um degrau. Eu acredito que ele vai sair dali do jeito que ele entrou: andando e conversando”, diz Camila.“Hoje eu tenho a certeza que ele vai sair curado, apesar de a equipe médica, alguns médicos vierem falar que ele realmente vai ficar com sequela. Mas eu tenho certeza que ele vai sair dessa”, afirma Flávia.
fonte: G1/Fantástico

MD NEWS

Comentários

ᘉOTÍᑕIᗩS ᗰᗩIS ᐯISTᗩS

Helicóptero do Ibama é incendiado por ‘terroristas’ em Manaus

  Segundo reportagem da Agência Brasil, um helicóptero do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) foi incendiado na madrugada desta segunda-feira (24), em Manaus (AM). A aeronave estava estacionada no Aeroclube do Amazonas, localizado no bairro Flores, na capital do estado. Segundo a secretaria estadual de Segurança Pública, câmeras de segurança registraram o momento em que dois homens pularam o muro do estabelecimento e atearam fogo no helicóptero. Quando os bombeiros chegaram ao local, as chamas já tinham se espalhado e destruído a parte dianteira da aeronave. Policias militares e civis também atenderam à ocorrência, mas como o Ibama é um órgão da União, as investigações ficarão a cargo da Polícia Federal (PF), que já recebeu as imagens captadas pelo sistema de vigilância. Há também um vídeo do momento em que os bombeiros trabalhavam para apagar o fogo (veja abaixo) Consultado, o Ibama ainda não se manifestou sobre o ataque. Até a publicaç...

A BONECA DOS TARADOS: Ela tem 1,65 de altura, lábios carnudos e curvas de dar inveja. Com seios fartos e cintura fina, Valentina não vai à academia

Ela tem 1,65 de altura, lábios carnudos e curvas de dar inveja. Com seios fartos e cintura fina, Valentina não vai à academia, não malha, não faz dieta e nem retoca a maquiagem, que está sempre impecável - até mesmo nas primeiras horas do dia. Todas essas características reunidas  parecem impossíveis para uma mulher de verdade e, de fato, são. Mas a primeira boneca 'inflável' a leiloar a virgindade impressiona pelos traços e curvas que chegam bem perto do real.  Valentina é exposta na 1ª Mostra Internacional de Bonecas Infláveis, realizada pelo site Sexônico   entre os dias 6 e 9 de março, no Espaço Painel Cultural, em São Paulo. De longe, não é difícil confundi-la com uma mulher, com cabelos castanhos  e unhas cor-de-rosa. Valentina fica deitada em um pufe, ao lado de uma arara  onde ficam suas roupas e acessórios, como óculos de sol, top, calcinha, sutiã e tudo o que um armário feminino tem direito. A primeira  curiosidade de quem passa por al...

Condições adequadas, disciplina e vigilância contribuem para a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais

  Nesta quinta-feira (28), celebra-se o   Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho . Independentemente da categoria, toda atividade laboral pressupõe   medidas preventivas   capazes de minimizar riscos ocupacionais e  garantir a eficiência   necessária sem quaisquer prejuízos ao   bem-estar físico e emocional   dos trabalhadores. Nessa perspectiva, a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) reforça a importância da conscientização acerca da temática. “De forma geral, uma cultura colaborativa entre repartições, empresas e colaboradores precisa ser  constantemente fortalecida . Para não adoecer e não se acidentar trabalhando, todos precisam receber instruções didáticas, condições adequadas e, além disso, manter a disciplina,  fazendo a própria parte ”, sintetiza Carlos Smith, médico do trabalho e vinculado à  Célula de Qualidade de Vida (CEQVI) , da  Coordenadoria de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas (Cogep) . Por meio de ações ...

Como a Emirates virou uma potência do patrocínio esportivo

São Paulo - Elegantes e distribuindo sorrisos, as comissárias de bordo da Emirates eram onipresentes na entrega de medalhas na premiação da final da  Copa do Mundo de 2014. Para ter seu nome e   imagem  associados ao torneio, a companhia áerea gastou o estimado por especialistas em R$ 100 milhões ao longo de quatro anos, tornando-se empresa parceira da Fifa. Um número impressionante, mas certamente uma ínfima fatia do orçamento dedicado ao  patrocínio  esportivo, que virou a principal estratégia da marca para tornar-se globalmente conhecida. O slogan Fly Emirates estampa times do alto escalão europeu como Real Madrid,  Milan , Arsenal e Paris Saint-German, além de  torneios de tênis  luxuosos como Roland Garros. Completam a lista campeonatos de críquete, rugby, vela,  golfe , motociclismo e  corridas de cavalos . A empresa mantém segredo sobre o total dos desembolsos, mas reconhece que o esporte é um importante  ponto de con...

Projeto de lei da TV Globo quer taxar usuários de rede social

https://x.com/JoseDinisPFons1/status/1861852570823565461  

Você anda de carro só com cheiro de combustível? Fique atento com rico da pane seca

Você é daqueles que   costuma andar de carro só com cheiro de combustível? Se sim, não faça mais isso. Você pode estar pondo em risco o automóvel e a integridade física de quem está lá dentro. Veja as dicas de Daniel Lovizaro, gerente de Assistência, Serviços e Treinamento Técnico automotivo da Bosch, e encha o tanque! RISCO MÁXIMO O principal risco da pane seca é que o veículo pare de funcionar de forma imediata, podendo ocasionar acidentes graves no trânsito. BOMBA Há o risco de redução da vida útil da bomba elétrica de combustível, cuja função é levar o que está no tanque para o sistema de alimentação do motor. Isto porque este componente é elétrico e refrigerado pelo próprio combustível. Assim, com o tanque sempre na reserva, a capacidade de refrigeração fica reduzida, aumentando a temperatura de trabalho do sistema. SUJEIRA Com o tanque sempre vazio também pode ocorrer o acúmulo de sujeira dentro da peça. As impurezas aspiradas pela bomba podem gerar saturação ...

Trabalhadores relatam maus-tratos e agressões em obra da fábrica da BYD na Bahia

  Uma mulher franzina equilibra uma tábua de madeira atrás do pescoço para carregar, sem perder tempo, dois baldes pesados. Um grupo de seis trabalhadores é transportado até o canteiro de obras em um carro de passeio, com um deles sendo levado dentro do porta-malas. Em um cooler pequeno, daqueles usados para manter a temperatura de cervejas e refrigerantes, é servida uma sopa para centenas de trabalhadores famintos, após uma longa jornada de trabalho. Agressões físicas, com chutes e pontapés. Alojamentos sujos, aglomerados, mal iluminados e sem divisão entre homens e mulheres. Banheiros imundos, sem limpeza diária das pias e dos vasos sanitários. Operários atuando sem equipamentos de proteção individual, submetidos a rotinas de 12 horas por dia, de domingo a domingo. Todas essas situações, de acordo com denúncias que a  Agência Pública  recebeu, estariam acontecendo dentro do canteiro de obras da empresa chinesa BYD, que está instalando uma fábrica de automóveis elétricos...

BYD Dolphin é eleito o melhor carro influenciada diretamente pela opinião dos proprietários

  O prêmio “Os Eleitos”, promovido pela  revista Quatro Rodas , se destaca no cenário automotivo brasileiro por ser uma premiação influenciada diretamente pela opinião dos proprietários de veículos. Em sua 24ª edição, este evento visa capturar a verdadeira experiência dos consumidores, fornecendo insights valiosos sobre o mercado nacional e suas tendências emergentes. Com um total de 4.800 respostas válidas nesta edição, a pesquisa representa uma amostra significativa das percepções dos usuários sobre os modelos disponíveis no mercado. À medida que novas marcas e abordagens entram no mercado, as expectativas dos consumidores mudam, proporcionando um ambiente dinâmico e desafiador para os fabricantes de automóveis. Como o BYD Dolphin transformou o cenário dos elétricos? O  BYD Dolphin  despontou como o Grande Campeão dos Eleitos deste ano, reunindo o maior índice de satisfação entre os proprietários de veículos no Brasil. Este compacto teve um impacto notável ao desmi...

Pelé, 8 detalhes médicos que te ajudarão a entender o caso do rei do futebol

Pelé está internado desde a última segunda-feira, mas uma piora no quadro do Rei do Futebol na última quinta disparou um certo alarmismo. Afinal, qual é a situação real do jogador, que riscos ele corre e como está sua evolução. Entre boletins médicos, termos técnicos e informações de bastidores, o  UOL Esporte  conversou com especialistas em urologia e nefrologia para tentar responder às principais questões sobre o assunto. Confira abaixo os oito detalhes médicos que te ajudarão a entender o caso Pelé: 1 – Como se trata uma infecção? Não há uma receita comum, mas em casos como os de Pelé os especialistas recomendam o uso de antibióticos. A reação a cada tipo de antibiótico varia de acordo com o paciente, mas é comum que se faça uma cultura de urina para ter mais precisão na escolha. Na prática, isso significa observar a urina do paciente de 12 a 24 horas para identificar qual é a bactéria presente no organismo do paciente. Daí em diante, os médicos escolhem o antib...

Natal do Embaixador 2024 | Completo

  Créditos: SBT/ https://www.youtube.com/watch?v=o8-AvIeHFbc