PORNO LIGHT: Especialistas comentam a onda de livros eróticos que caiu no gosto feminino, com temáticas mais leves e uma mistura entre cama e romance, o gênero veio para ficar, especialistas defendem: Esses livros são um avanço!
Caminho sem volta
Mirian Goldenberg, brasileira, antropóloga e autora de vários livros, como "Tudo o Que Você Não Queria Saber Sobre Sexo", lançado em maio
"A demanda por esse tipo de produto já existia, só estava represada e camuflada. O lançamento dos livros a legitimou, e isso ocorreu graças a sucessivas mudanças. Hoje ninguém se choca ao ver uma mulher lendo um romance erótico no metrô — cena impensável há pouquíssimo tempo. Até os anos 1960, não tínhamos prazer. Nossa maior preocupação era dar prazer ao homem. Naquela década, graças à revolução que a pílula permitiu, as mulheres começaram a descobrir sua sexualidade. Nos anos 1970 e 1980, houve discussão de outros tabus, como a masturbação feminina. No fim dos 80's, porém, quase não existiam produtos para nos excitar. Já havia certa cobrança para que fôssemos performáticas na cama, sem que houvesse o estímulo. Na década de 1990, a indústria do sexo começou a notar que tínhamos dinheiro para comprar produtos específicos e isso contribuiu. Foi quando sex shops para mulheres invadiram as cidades. Nos anos 2000, houve mais avanços com Sex and the City, seriado que disseminou o uso do vibrador, por exemplo. Agora, o produto do momento é o livro pornô. Não é um modismo passageiro, pois há grande mercado a ser explorado. Até porque não chegamos à total liberdade sexual, mas seguimos firmes, e esse é mais um passo. A literatura pornô feminina faz tanto sucesso por oferecer sexo envolto em aura de sedução. Isso excita a mulher. Saber que deixou um cara com o pênis ereto a enlouquece. Ainda é o prazer deles que nos move. Precisamos conhecer melhor nosso desejo, perder a vergonha do cheiro e da forma da vagina. E vale tudo que ajude a explorar nossa sexualidade. Começamos um caminho sem volta."
Mirian Goldenberg, brasileira, antropóloga e autora de vários livros, como "Tudo o Que Você Não Queria Saber Sobre Sexo", lançado em maio
"A demanda por esse tipo de produto já existia, só estava represada e camuflada. O lançamento dos livros a legitimou, e isso ocorreu graças a sucessivas mudanças. Hoje ninguém se choca ao ver uma mulher lendo um romance erótico no metrô — cena impensável há pouquíssimo tempo. Até os anos 1960, não tínhamos prazer. Nossa maior preocupação era dar prazer ao homem. Naquela década, graças à revolução que a pílula permitiu, as mulheres começaram a descobrir sua sexualidade. Nos anos 1970 e 1980, houve discussão de outros tabus, como a masturbação feminina. No fim dos 80's, porém, quase não existiam produtos para nos excitar. Já havia certa cobrança para que fôssemos performáticas na cama, sem que houvesse o estímulo. Na década de 1990, a indústria do sexo começou a notar que tínhamos dinheiro para comprar produtos específicos e isso contribuiu. Foi quando sex shops para mulheres invadiram as cidades. Nos anos 2000, houve mais avanços com Sex and the City, seriado que disseminou o uso do vibrador, por exemplo. Agora, o produto do momento é o livro pornô. Não é um modismo passageiro, pois há grande mercado a ser explorado. Até porque não chegamos à total liberdade sexual, mas seguimos firmes, e esse é mais um passo. A literatura pornô feminina faz tanto sucesso por oferecer sexo envolto em aura de sedução. Isso excita a mulher. Saber que deixou um cara com o pênis ereto a enlouquece. Ainda é o prazer deles que nos move. Precisamos conhecer melhor nosso desejo, perder a vergonha do cheiro e da forma da vagina. E vale tudo que ajude a explorar nossa sexualidade. Começamos um caminho sem volta."
Ilustração: Carlos Zéfiro
Um novo verbete entrou no dicionário Collins da língua inglesa no mês passado. Trata-se da expressão mommy porn, cuja definição é "literatura erótica para mulheres comuns, gente como a gente". O termo foi consagrado pelo livro Cinquenta Tons de Cinza, a trilogia escrita pela inglesa E.L. James, que bateu recordes assombrosos de venda ao misturar narrativas de cenas sexo recheadas de sadomasoquismo com uma história de amor. Foram 40 milhões de cópias vendidas desde o lançamento nos Estados Unidos, em março, metade delas em formato digital. As brasileiras também ficaram alvoroçadas com a novidade. "Sabíamos que o livro seria bem aceito. Ainda que a história seja picante e o sexo esteja presente o tempo todo, trata-se de um grande romance", defende Bruno Porto, editor de aquisições da Intrínseca, que publicou a obra por aqui e planeja vender 1 milhão de cópias no país. Tamanho sucesso levou outras editoras do mundo todo a lançar os próprios romances do gênero na tentativa de aproveitar o frisson. Dezenas de títulos surgem a cada semana. No Brasil, a editora Paralela, por exemplo, investiu na trilogia Crossfire, de Silvia Day; a Jardim dos Livros apostou no picante Loucamente Sua, de Rachel Gibson; a Best Seller lançou Cinquenta Tons de Prazer, de Marisa Benett — todas autoras americanas. A lista é vasta.
Entre os analistas do fenômeno, há quem diga que o sucesso do mommy porn se deve à internet: os e-books garantem que moçoilas e senhoras leiam as histórias mais escabrosas em seus tablets sem que ninguém saiba o que estão saboreando. Graças aos e-books também, a enorme demanda pelo produto pôde ser atendida — a primeira versão foi publicada por uma pequena editora australiana, incapaz de imprimir cópias em grande escala. Também há quem atribua a força das vendas ao fato de as mulheres estarem em maioria nos grupos virtuais de leitura, onde o boca a boca corre rápido. Os estudiosos do comportamento feminino argumentam, ainda, que a demanda feminina por produtos pornôs estava represada e já dava há tempos sinais de que iria explodir. A literatura erótica seria, portanto, uma espécie de reação natural de consumidoras já emancipadas depois de uma série de mudanças comportamentais. Para entender todas as sutilezas desse fenômeno, conversamos com especialistas de diferentes áreas e países. Todos concordam que vivemos um momento histórico singular, que deve ser comemorado: nos libertamos de muitos tabus, assumimos que gostamos de sexo e estamos buscando, em massa, caminhos individuais para o prazer.
Excitações diferentes
Ogi Ogas, americano, neurocientista e autor do livro "A Billion Wicked Thoughts" (Um bilhão de pensamentos maldosos), sem tradução no Brasil
"Faz todo sentido que essa literatura pornô 'feminina' esteja alcançando tanto sucesso. O próprio meio livro parece ser o mais adequado para disparar o gatilho do desejo da mulher. Pesquisas mostram diferenças entre os gêneros. Estudamos o comportamento de milhões de americanos na internet, na privacidade de seus desktops. Vimos que, quando querem se excitar, os homens fazem buscas no Google Imagens. As mulheres procuram histórias. Quer dizer, eles ficam excitados com fotos e filmes; elas, com enredos. O desejo do ser humano em geral é disparado por sinais — captados de maneira inconsciente — de que um parceiro sexual em potencial pode ser um bom reprodutor. Mas o processo de percepção não é igual para homens e mulheres. Para eles, basta olhar para saber se a garota-alvo é saudável, o que a habilitaria a ser mãe e despertaria tesão. Vendo já dá para estimar a idade, a pele, o peso... Aliás, cabe uma observação: as buscas por imagens eróticas de cheinhas é três vezes maior do que por magras. Já os fatores que tornam um cara excitante para elas são outros. As mulheres querem transar com os amáveis, responsáveis, confiáveis, capazes de protegê-las e de dar condições e recursos para cuidar dos futuros filhos. Essas informações só são obtidas em conversas e histórias, não apenas olhando. Há uma diferença fundamental entre o cérebro feminino e o masculino. É o chamado problema mente-corpo. Para o homem, os estímulos sexuais físico e mental estão conectados. Quando ele tem uma ereção, os pensamentos estão voltados para 'aquilo'. A mulher não: ela pode receber estímulos físicos e a mente não acompanhar. Assim, acontece de seu corpo ficar excitado quando ela vê um filme pornô, mas a cabeça, não. Como não é do interesse biológico das mulheres toparem todas as oportunidades que têm de fazer sexo (e correr o risco de engravidar), a mente relativiza o desejo despertado. 'Será que esse cara é legal? Será que vale a pena transar com ele?' Lembrando, estamos falando de instintos sexuais primitivos, sobre tesão, desejo... Os fatores que nos atraem para um relacionamento são mais suscetíveis a influências sociais, culturais e ambientais."
Ogi Ogas, americano, neurocientista e autor do livro "A Billion Wicked Thoughts" (Um bilhão de pensamentos maldosos), sem tradução no Brasil
"Faz todo sentido que essa literatura pornô 'feminina' esteja alcançando tanto sucesso. O próprio meio livro parece ser o mais adequado para disparar o gatilho do desejo da mulher. Pesquisas mostram diferenças entre os gêneros. Estudamos o comportamento de milhões de americanos na internet, na privacidade de seus desktops. Vimos que, quando querem se excitar, os homens fazem buscas no Google Imagens. As mulheres procuram histórias. Quer dizer, eles ficam excitados com fotos e filmes; elas, com enredos. O desejo do ser humano em geral é disparado por sinais — captados de maneira inconsciente — de que um parceiro sexual em potencial pode ser um bom reprodutor. Mas o processo de percepção não é igual para homens e mulheres. Para eles, basta olhar para saber se a garota-alvo é saudável, o que a habilitaria a ser mãe e despertaria tesão. Vendo já dá para estimar a idade, a pele, o peso... Aliás, cabe uma observação: as buscas por imagens eróticas de cheinhas é três vezes maior do que por magras. Já os fatores que tornam um cara excitante para elas são outros. As mulheres querem transar com os amáveis, responsáveis, confiáveis, capazes de protegê-las e de dar condições e recursos para cuidar dos futuros filhos. Essas informações só são obtidas em conversas e histórias, não apenas olhando. Há uma diferença fundamental entre o cérebro feminino e o masculino. É o chamado problema mente-corpo. Para o homem, os estímulos sexuais físico e mental estão conectados. Quando ele tem uma ereção, os pensamentos estão voltados para 'aquilo'. A mulher não: ela pode receber estímulos físicos e a mente não acompanhar. Assim, acontece de seu corpo ficar excitado quando ela vê um filme pornô, mas a cabeça, não. Como não é do interesse biológico das mulheres toparem todas as oportunidades que têm de fazer sexo (e correr o risco de engravidar), a mente relativiza o desejo despertado. 'Será que esse cara é legal? Será que vale a pena transar com ele?' Lembrando, estamos falando de instintos sexuais primitivos, sobre tesão, desejo... Os fatores que nos atraem para um relacionamento são mais suscetíveis a influências sociais, culturais e ambientais."
Ilustração: Carlos Zéfiro
Vitória feminina
Cindy Gallop, publicitária inglesa, criadora do movimento Make Love, Not Porn (Faça amor, não pornô)
"As mulheres estão ganhando espaço em esferas tradicionalmente dominadas por homens, como a política e os negócios, e esse fenômeno chegou à pornografia. Vivemos um momento em que as pessoas, de modo geral, estão mais abertas a ouvir e falar sobre sexo. Milhares de internautas acessam meu site, em que usuários postam videos caseiros de sexo), interessados em compartilhar a própria intimidade. As redes sociais mudaram as barreiras da privacidade e da vergonha. Além disso, vivemos em uma sociedade extremamente erotizada: há três anos, um provedor de internet dos Estados Unidos fez uma pesquisa para medir a idade em que se começa a ver imagens pornôs na rede. O resultado mostrou que, em média, era com 11 anos. Neste ano, esse número já caiu para 8 anos! Não é que as crianças busquem pornografia no computador. É a disponibilidade que é grande — tanta que o controle dos pais não é mais suficiente para protegê-las. Nesse contexto, as meninas assistem à mesma quantidade de pornografia online que os meninos. É de graça, basta um clique. Soma-se a tudo isso o fato de que as mulheres continuam lutando por mais igualdade de gênero. As garotas na faixa dos 20, que aprenderam o que é feminismo nos livros, perceberam que ainda não fomos tão longe quanto pensávamos. Elas vivem isso na pele, no ambiente de trabalho, nas relações amorosas... Nesse sentido, o surgimento do fenômeno literário iniciado por Cinquenta Tons de Cinza — embora seja uma história mal escrita, na minha opinião, e com uma relação de dominação masculina abusiva — é uma vitória feminina. Trata-se da primeira vez que um produto pornô de massa produzido com base em uma ótica feminina explode em vendas. A autora esquentou relacionamentos e quebrou tabus. E o mais importante: disseminou um olhar feminino diferente sobre a pornografia."
Cindy Gallop, publicitária inglesa, criadora do movimento Make Love, Not Porn (Faça amor, não pornô)
"As mulheres estão ganhando espaço em esferas tradicionalmente dominadas por homens, como a política e os negócios, e esse fenômeno chegou à pornografia. Vivemos um momento em que as pessoas, de modo geral, estão mais abertas a ouvir e falar sobre sexo. Milhares de internautas acessam meu site, em que usuários postam videos caseiros de sexo), interessados em compartilhar a própria intimidade. As redes sociais mudaram as barreiras da privacidade e da vergonha. Além disso, vivemos em uma sociedade extremamente erotizada: há três anos, um provedor de internet dos Estados Unidos fez uma pesquisa para medir a idade em que se começa a ver imagens pornôs na rede. O resultado mostrou que, em média, era com 11 anos. Neste ano, esse número já caiu para 8 anos! Não é que as crianças busquem pornografia no computador. É a disponibilidade que é grande — tanta que o controle dos pais não é mais suficiente para protegê-las. Nesse contexto, as meninas assistem à mesma quantidade de pornografia online que os meninos. É de graça, basta um clique. Soma-se a tudo isso o fato de que as mulheres continuam lutando por mais igualdade de gênero. As garotas na faixa dos 20, que aprenderam o que é feminismo nos livros, perceberam que ainda não fomos tão longe quanto pensávamos. Elas vivem isso na pele, no ambiente de trabalho, nas relações amorosas... Nesse sentido, o surgimento do fenômeno literário iniciado por Cinquenta Tons de Cinza — embora seja uma história mal escrita, na minha opinião, e com uma relação de dominação masculina abusiva — é uma vitória feminina. Trata-se da primeira vez que um produto pornô de massa produzido com base em uma ótica feminina explode em vendas. A autora esquentou relacionamentos e quebrou tabus. E o mais importante: disseminou um olhar feminino diferente sobre a pornografia."
Ilustração: Carlos Zéfiro
Erika Lust, cientista política e cineasta sueca radicada na Espanha, autora de filmes pornôs para mulheres
"Quando me mudei para Barcelona para fazer mestrado sobre questões de gênero, em 2000, comecei a trabalhar com cinema e filmes publicitários. No trabalho de conclusão da pesquisa, decidi produzir um curta-metragem erótico que agradasse também às mulheres. Estava cansada daquela estética pornô masculina, com pênis enormes, sexo bruto, transas sem contexto nem sentido. Precisamos de um roteiro e de um enredo que envolva o ato sexual. Não estou falando que as mulheres só se excitam quando existe romance ou amor. Pode ser uma história de sedução, de voyeurismo... Quando comecei, era uma voz quase solitária nesse sentido. As pessoas viam meu trabalho com desconfiança. Mas meu primeiro filme deu tanto retorno que decidi investir nesse negócio. Hoje, em um momento de crise econômica na Espanha, consigo viver dos meus pornôs. No início dos anos 2000, as mulheres começavam a se aventurar em maior número nas sex shops, mas ainda era um mercado incipiente. Hoje, elas não só compram seus vibradores como trocam informações sobre eles, e há até quem faça coleção. Do ponto de vista do cinema, já existem eventos sérios que premiam filmes eróticos para mulheres, como o Festival Feminista de Toronto, do qual tive o prazer de ser vencedora. Como desbravadora, fico feliz quando vejo que outras mulheres fazem sucesso nessa indústria. Não apenas ajuda a promover o segmento como também amplia a perspectiva feminina sobre o sexo. Mas ressalto que fiquei decepcionada com a maneira como a autora de Cinquenta Tons de Cinza, o único livro que li dessa nova onda, aborda o sadomasoquismo, enfatizando a fantasia e o estereótipo machistas. O sadomasoquismo saudável pressupõe uma comunicação aberta, consentimento e entusiasmo — o que, obviamente, se aplica a qualquer outro tipo de prática sexual. De qualquer forma, é inegável que E.L. James abriu espaço para outras mulheres entrarem nesse filão — inclusive, devo lançar o meu romance no começo do ano que vem. Agora podemos reescrever a história da sexualidade feminina. Para quem gosta do tema e está interessado em bons livros, indico o blog da americana Violet Blue. Além de dar dicas ótimas de leitura, ela mesma escreve histórias fantásticas."
"Quando me mudei para Barcelona para fazer mestrado sobre questões de gênero, em 2000, comecei a trabalhar com cinema e filmes publicitários. No trabalho de conclusão da pesquisa, decidi produzir um curta-metragem erótico que agradasse também às mulheres. Estava cansada daquela estética pornô masculina, com pênis enormes, sexo bruto, transas sem contexto nem sentido. Precisamos de um roteiro e de um enredo que envolva o ato sexual. Não estou falando que as mulheres só se excitam quando existe romance ou amor. Pode ser uma história de sedução, de voyeurismo... Quando comecei, era uma voz quase solitária nesse sentido. As pessoas viam meu trabalho com desconfiança. Mas meu primeiro filme deu tanto retorno que decidi investir nesse negócio. Hoje, em um momento de crise econômica na Espanha, consigo viver dos meus pornôs. No início dos anos 2000, as mulheres começavam a se aventurar em maior número nas sex shops, mas ainda era um mercado incipiente. Hoje, elas não só compram seus vibradores como trocam informações sobre eles, e há até quem faça coleção. Do ponto de vista do cinema, já existem eventos sérios que premiam filmes eróticos para mulheres, como o Festival Feminista de Toronto, do qual tive o prazer de ser vencedora. Como desbravadora, fico feliz quando vejo que outras mulheres fazem sucesso nessa indústria. Não apenas ajuda a promover o segmento como também amplia a perspectiva feminina sobre o sexo. Mas ressalto que fiquei decepcionada com a maneira como a autora de Cinquenta Tons de Cinza, o único livro que li dessa nova onda, aborda o sadomasoquismo, enfatizando a fantasia e o estereótipo machistas. O sadomasoquismo saudável pressupõe uma comunicação aberta, consentimento e entusiasmo — o que, obviamente, se aplica a qualquer outro tipo de prática sexual. De qualquer forma, é inegável que E.L. James abriu espaço para outras mulheres entrarem nesse filão — inclusive, devo lançar o meu romance no começo do ano que vem. Agora podemos reescrever a história da sexualidade feminina. Para quem gosta do tema e está interessado em bons livros, indico o blog da americana Violet Blue. Além de dar dicas ótimas de leitura, ela mesma escreve histórias fantásticas."
Ilustração: Carlos Zéfiro
Comentários