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Viagra genérico cria dupla de bilionários brasileiros

Pílulas de Viagra, da Pfizer

São Paulo - No dia seguinte àquele em que a patente da Pfizer para o Viagra expirou no Brasil, Carlos Sanchez inundou as farmácias com suas pílulas genéricas para disfunção erétil.Era um dia para o qual seu exército de advogados, pesquisadores e marqueteiros vinham se preparando há mais de três anos, incluso ganhando um esforço de antecipar a data de vencimento da patente.
A um custo de R$ 10 (US$ 4,39), as pílulas de Sanchez estavam R$ 5 mais baratas que as da Pfizer, que havia reduzido seus preços pela metade semanas antes de a patente expirar.
A cópia de Sanchez da pequena pílula azul lhe deu uma base no mercado de medicamentos contra disfunção erétil no Brasil, onde as vendas quintuplicaram nos últimos quatro anos.
“Os genéricos são a fatia de mais rápido crescimento do mercado”, disse Tracy Francis, consultora da McKinsey, em entrevista por telefone, de São Paulo.
“Você tem uma grande classe média comprando medicamentos com seu próprio dinheiro, por isso o preço está correto. Os genéricos são um negócio para empresas com escala: existe uma porção de pontos de venda e você precisa negociar os termos com o varejo”.
Os consumidores de uma classe média emergente que pagam do próprio bolso dois terços dos custos de medicamentos tendem a optar pelos genéricos no balcão da farmácia.
A IMS Health prevê que o setor crescerá 10 por cento ao ano até 2019 porque os subsídios do governo para compras de medicamentos e o financiamento do BNDES para inovação compensam um crescimento econômico que desacelerou para 2,2 por cento em 2013, segundo Geraldo Biasoto, economista da Universidade Estadual de Campinas, a Unicamp.
Bilionários escondidos
Embora a indústria farmacêutica do Brasil não seja conhecida por ser um viveiro de inovação - Sanchez investe cerca de metade do orçamento da Pfizer em pesquisa e desenvolvimento, por meio de uma porcentagem da receita -, isso não impediu que imitadores de medicamentos como Sanchez se tornassem bilionários.
Desde que assumiu o negócio de farmácias de sua família, aos 26 anos, Sanchez transformou a EMS Participações em uma empresa farmacêutica com receita de R$ 2 bilhões em 2013.
Seu patrimônio líquido é avaliado em US$ 2,9 bilhões, segundo o índice Bloomberg Billionaires, o que inclui uma coleção de obras de arte financiada por anos de dividendos.
Maurizio Billi, acionista majoritário da Eurofarma Laboratórios, acumulou uma fortuna avaliada em mais de US$ 1,2 bilhão, enquanto a Aché Laboratórios Farmacêuticos, uma empresa com sede em São Paulo que registrou R$ 1,9 bilhão em vendas em 2013, rendeu fortunas bilionárias para seus três maiores acionistas, as famílias Depieri, Baptista e Siaulys.
Cópias genéricas
A Eurofarma e a EMS são a segunda e a terceira maiores produtoras de pílulas de citrato de sildenafila do Brasil, seguidas pela Pfizer, em sexto lugar, segundo a IMS Health.
A EMS exporta para mais de 40 países da América Latina, da Europa, da África e da Ásia.
Sanchez, que assumiu a empresa nos anos 1980 depois que seu pai morreu - uma perda que veio apenas alguns meses após o falecimento de sua esposa - distribui diversas cópias genéricas, incluindo uma imitação do Lipitor, que é um medicamento para baixar o colesterol, e um imunossupressor que evita a rejeição de órgãos transplantados.
Ele formou uma joint venture com a Germed em Portugal, uma parceria com o laboratório italiano MonteResearch e no ano passado abriu uma unidade em Maryland, a Brace Pharma, para liderar uma expansão nos EUA e no Canadá.
A receita aumentou 55 por cento desde 2010 e o lucro praticamente dobrou em 2013, para R$ 404 milhões, segundo comunicados postados no site da EMS.
“A indústria farmacêutica privada é business. Estamos aqui para ter lucro”, disse Sanchez, em um fórum de inovação da Escola de Negócios do Insper, em São Paulo, em outubro passado.
“Agora, nosso business é produzir medicamentos de qualidade que permitem acesso à população e cura às pessoas. Então, eu me sinto a pessoa mais feliz do mundo porque eu ganho dinheiro fazendo o bem para as pessoas”.
Contracepção oral
Sanchez recebeu mais de US$ 300 milhões em dividendos desde 2009 e formulou uma proposta perdedora de US$ 85 milhões pelo quadro “O Grito”, de Edvard Munch, em 2012, segundo a revista Veja. Ele preferiu não ser entrevistado para essa reportagem.
Billi comprou o laboratório argentino Quesada em 2009 e desde então tem efetuado aquisições que levaram sua empresa para o Uruguai, a Bolívia, o Chile, a Colômbia, o Peru e a América Central.
Billi raramente fala com a imprensa ou aparece em público, e encaminhou as perguntas a María del Pilar Muñoz, diretora de novos negócios da Eurofarma, que disse que a empresa está estudando uma aquisição no México.
Fundada em 1972 por Galliano, pai de Maurízio, a Eurofarma teve vendas de R$ 1,9 bilhão em 2013, impulsionada por 1.700 vendedores que persuadem médicos a recomendarem os genéricos da empresa, o que inclui o genérico do Viagra e o contraceptivo oral Tâmisa.
Circuito de corrida
“Nós começamos a promover os nossos produtos em consultórios médicos nos anos 1990 e hoje as prescrições médicas são a nossa maior unidade”, disse Pilar, em entrevista no complexo industrial da empresa, em Itapevi, São Paulo.
Ela assistia a um robô guiado por sensores infravermelhos que movimentava caixas de pílulas do laboratório para o armazém.
A parede de vidro por trás dela tem vista para seis plantas de fabricação da Eurofarma e para uma área de floresta próxima à maior cidade do Brasil.
Cerca de um terço dos 6.000 funcionários da empresa trabalha aqui e conta com benefícios como refeições gratuitas, um campo de futebol e salão de beleza.
Em uma sala dedicada à história corporativa da Eurofarma são exibidos capacetes da equipe de stock car da empresa. Billi, piloto de corridas nas horas vagas, venceu a Porsche Master Cup do Brasil no ano passado.
A equipe Eurofarma foi cinco vezes campeã do circuito brasileiro de corridas. Sanchez patrocinou seu próprio piloto no mês passado na Corrida do Milhão, uma prova anual.
Contratos com o governo
Enquanto a Eurofarma domina as pistas de corrida, a EMS está liderando em parcerias com o governo.
Uma recente mudança nas regras permite que o Ministério da Saúde compre medicamentos de laboratórios sem um processo de licitação pública, desde que as empresas se associem com um laboratório estatal.
Sob a gestão do ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que deixou o governo neste ano para concorrer na eleição para governador de São Paulo, o número de parcerias desse tipo formadas anualmente quintuplicou para 49 em 2013.
A EMS fornece medicamentos por meio de pelo menos 15 dessas parcerias, segundo o ministério.
Uma delas, um acordo entre a EMS, a Labogen e o laboratório farmacêutico da Marinha para fornecer Viagra genérico para o tratamento de hipertensão pulmonária, foi cancelada pelo ministério em junho em meio a uma investigação de lavagem de dinheiro da Polícia Federal, de acordo com um comunicado do ministério.
A EMS preferiu não comentar o assunto, enquanto as assessorias de imprensa da Labogen e do laboratório farmacêutico da Marinha não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.
A Eurofarma, que doou R$ 2,3 milhões para as campanhas eleitorais de 2010 e 2012, recebeu um dos contratos. A EMS não registrou nenhuma doação.
‘Inovações radicais’
Em uma tentativa de reduzir o gasto anual do governo com medicamentos, que é de US$ 6 bilhões, o BNDES está financiando joint ventures entre empresas locais e laboratórios estrangeiros inovadores para apoiar o desenvolvimento local dos caros medicamentos biológicos.
A EMS uniu forças com a Aché, com a União Química e com a Hypermarcas em um laboratório de pesquisas de R$ 550 milhões. O BNDES também emprestou, em fevereiro, R$ 190 milhões para um laboratório da EMS em Manaus.
A Eurofarma, que recebeu R$ 106 milhões do BNDES em financiamento para pesquisas em 2011, uniu-se com a Merck e com a produtora de medicamentos biológicos Cristália em uma joint venture, a Supera RX.
A Eurofarma se juntou também à Biolab e à Cristália em uma outra joint venture.
“Haverá uma transferência de tecnologia proveniente das parcerias com grandes multinacionais como a Merck”, disse Pilar, da Eurofarma.
O crescimento acelerado das grandes empresas farmacêuticas do Brasil precisa dar lugar a mais pesquisas inovadoras, disse Pedro Palmeira, diretor do programa Profarma do banco, em entrevista por telefone, do Rio de Janeiro.
“Algumas empresas de capital nacional estão trabalhando com taxas de crescimento acima das do mercado farmacêutico. Algumas duplicaram em tamanho nos últimos quatro anos”, disse ele.
“Nossa perspectiva é que estas empresas, que hoje são mais robustas financeiramente, possam realizar mais esforços de inovação. Poderíamos colocar a indústria nacional na trilha de trajetória para inovações incrementais, que podem chegar até a pesquisa clínica ou, quem sabe, até inovações mais radicais”.

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ELAS

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