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O que levou Dunga à seleção?

Crédito: Stefano Martini
A surra de 7 a 1 que a Alemanha deu no Brasil, na semifinal da Copa do Mundo de 2014, poderia ter sido o motivo para mudanças radicais no futebol brasileiro, mas ela não foi suficiente para mexer em coisa alguma. Catorze dias depois da vergonha, José Maria Marin e Marco Polo del Dero, os homens-fortes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), anunciaram que o técnico Dunga substituiria o demitido Luiz Felipe Scolari no comando da seleção. Foi uma escolha estranha. Se Felipão encarnava tudo o que o Brasil não precisava naquele momento (ideias velhas, falta de inspiração), Dunga era o retrato do fracasso – tanto quanto o seu antecessor. Ele próprio já havia liderado o time nacional, e a experiência arruinou um pedaço de sua reputação conquistada como jogador. Na Olimpíada de Pequim, em 2008, o Brasil que Dunga dirigia foi atropelado pela Argentina na semifinal. Na Copa de 2010, ele não resistiu à Holanda e a seleção saiu do torneio nas quartas-de-final. Resultado: o gaúcho de Ijuí acabou dispensado e todos nós, pelos menos aquela metade do Brasil que ama futebol, ficamos esperançosos de que seria a última vez que o veríamos no banco de reservas praguejando contra o mundo. Mas eis que, por insondáveis razões, o Internacional de Porto Alegre decidiu contratar o homem que, como técnico, empobreceu a seleção. Mais uma vez, Dunga negou fogo, e o futebol não perdoa. Depois de quatro derrotas consecutivas, foi colocado para fora do clube.
A seleção brasileira é um patrimônio nacional. A escolha do técnico deveria ser feita por eleição direta, e só poderiam concorrer aqueles com currículo farto e vitorioso. Por mais que Dunga tenha sido o capitão do tetra (obrigado, digníssimo líder), por mais que tenha sido um meio-campista vigoroso na marcação e, acredite se você não o viu jogar, dotado de certa habilidade com a bola nos pés, por mais que tenha espírito patriótico, a verdade nua e crua é que, como técnico, Dunga não passa de um canastrão. Ele não é um estudioso de táticas e estratégias, não tem sensibilidade para lidar com pessoas (jogadores e toda a entourage que os cerca), não demonstra flexibilidade para mudar de direção quando um imprevisto aparece, não improvisa, não faz diferente quando o óbvio já não serve mais. Enfim, como treinador, Dunga não acrescenta nada. E isso todo mundo, ou pelo menos aquela metade do Brasil que gosta de futebol, já sabia desde o fiasco dele com a seleção na Copa de 2010.
Se o homem é tão ruim como técnico, por que Marin e Del Nero o convocaram para o momento mais soturno da história da seleção? O Brasil havia sido violentado pela Alemanha na Copa, o País clamava por gente como Pep Guardiola, o gênio que fez do Barcelona uma máquina de jogar futebol com beleza e eficiência, estávamos feridos demais para suportar algo que não fosse absolutamente extraordinário, machucados demais para aceitar a mesmice de sempre, e mesmo assim a dupla da CBF aparece com o nome de Dunga para ressuscitar o defunto atropelado pelos alemães? Qual é o sentido disso? Estavam Del Nero e Marin encetando algum plano demoníaco quando decidiram por Dunga? Qual foi a intenção por trás da escolha que nós, aquela metade do Brasil que ama futebol, não captamos?
Não é fácil perscrutar as mentes de gente que, segundo investigações conduzidas pela FBI, teria surrupiado milhões de dólares em transações ilegais realizadas no âmbito do futebol (Marin vive com tornozeleira eletrônica em Nova York e Del Nero não sai do Brasil porque tem medo de ser preso), mas dá para suspeitar das razões que levaram a dupla a escolher Dunga. Eles devem ter imaginado que, ao entregar a seleção para alguém com antigas conexões com o time nacional, estariam tirando dos ombros o peso de um possível fiasco. Podem também ter calculado que Dunga, tido com um sujeito durão, colocaria na linha os relapsos jogadores que, no julgamento dos cartolas e daquela metade do Brasil que gosta de futebol, afundaram o Brasil na Copa.
Está aí um erro grosseiro. No futebol, o técnico não precisa bancar o irascível, ou proibir atletas de usar brincos e outros badulaques (Dunga havia feito isso pouco tempo atrás), ou desmoralizar os que ele julga nocivos para o ambiente (o gaúcho afastou do time nacional gente de talento, como o lateral Marcelo e o zagueiro Thiago Silva). Dunga, no fundo, é aquele sujeito que acha que sabe liderar apenas porque fala grosso, mas no futebol moderno de hoje em dia – e provavelmente em todas as outras profissões –, ninguém mais se sustenta apenas porque faz cara feia, ou porque é colérico com os subordinados. É preciso ter talento para a coisa. Nesse aspecto, Dunga não se enquadra.
Bastar dar uma espiada nos resultados dele com a seleção para perceber como Dunga é um técnico de resultados anêmicos. Na Copa América centenária, o Brasil não superou o goleiro de rivais frágeis como Equador e Peru e foi a única seleção a tomar gol do Haiti, cujo time é formado por atletas amadores, entre os quais constam pedreiros e cozinheiros. Com um empate, uma derrota e apenas uma vitória, o Brasil foi eliminado do torneio com um aproveitamento de 44,4%, o pior desde 1923, quando a competição era chamada de Campeonato Sul-Americano. Nas Eliminatórias para a Copa da Rússia de 2018, o desempenho do time de Dunga tem sido igualmente ridículo. O Brasil ocupa a sexta colocação entre dez países, sendo que apenas os quatro primeiros vão diretamente para o Mundial.
Com um retrospecto desses, não havia outra saída para a CBF a não ser mandar embora Dunga e seus aliados. Caiu também o coordenador técnico da seleção, Gilmar Rinaldi, que notabilizou-se por empresariar jogadores, e até então ninguém parecia incomodado com esse conflito ético evidente. Para o lugar de Dunga, foi chamado o técnico Tite, do Corinthians, talvez o mais original e competente dos treinadores brasileiros. Tite é ótimo, mas a seleção deveria ter ambições maiores. O ideal seria Guardiola, que já declarou o interesse de ajudar na recuperação de uma camisa que inspirou o estilo de jogo que ele introduziu no Barcelona. Já que Guardiola não vem, Tite era mesmo o melhor entre as opções internas. O futebol brasileiro, ainda nas mãos de uma gente para lá de suspeita, deu um passo importante ao se livrar de Dunga. Faltam agora os cartolas.

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