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Vladimir Putin: Astuto, perigoso e imprevisível, o presidente da Rússia. "A Guerra Fria não acabou".

CHEFÃO Putin em Moscou, na semana passada. Suas ações mostram seu desejo de expandir o poder regional russo (Foto: Reuters)
Vladimir Putin, o presidente da Rússia, deve estar feliz por ter atingido pelo menos um de seus objetivos nas últimas semanas. Convenceu muita gente de que a queda do Muro de Berlim e a dissolvição da União Soviética não representaram o fim da Guerra Fria, mas apenas um hiato. Ele tem razão. Quando um não quer, dois não fazem as pazes. O embate entreMoscou e o Ocidente pelo futuro da Ucrânia segue todo o receituário do conflito que, durante quatro décadas, dividiu o mundo em dois. Constatado que Putin está determinado a ressuscitar as tensões típicas dos anos 1960 e 1970, falta descobrir aonde ele deseja chegar. Depois que tropas russas invadiram a Crimeia, península que abriga a maior frota marítima da Rússia no Mar Negro, os próximos passos de Putin se tornaram mais imprevisíveis – e potencialmente perigosos.
Na terça-feira (18), a Rússia formalizou a anexação da Crimeia, depois de um referendorealizado no dia 16 indicar que mais de 96% dos eleitores eram favoráveis à adesão da península à Rússia. “Nos corações e mentes das pessoas, a Crimeia sempre foi e permanece como uma parte inseparável da Rússia. Esse comprometimento, baseado na verdade e na justiça, é firme, foi passado de geração em geração”, afirmou Putin. Apesar do discurso nacionalista, Putin fez questão de ressaltar que não pretende  intervir ou anexar regiões ucranianas. “A Rússia não procura dividir a Ucrânia. Não temos necessidade disso”, afirmou.
O discurso de Putin é o retrato de seu governo. Sua grande obsessão, desde que assumiu pela primeira vez o comando da Rússia, em 2000, é recuperar o prestígio de superpotência de Moscou. Num discurso, em 2005, disse que “o colapso da União Soviética foi a maior catástrofe política do século XX”. Sua ideia fixa cresceu com seu poder. A Rússia tem eleições legítimas, um Parlamento, ministérios e um Conselho de Segurança. Quem manda em tudo isso, porém, é Vladimir Putin. Ele construiu seu aparato de governo nos últimos 14 anos e agora controla o destino da nação. Putin tornou-se uma espécie de Napoleão Bonaparte do século XXI. Se pudesse, flexionaria os músculos militares do país e criaria um império pan-eslavista, restituindo glórias passadas. Pena, para ele, que o mundo é hoje regido por leis internacionais e negociações multilaterais. Putin faz então o que pode para manter os antigos territórios do Império Russo e da ex-União Soviética debaixo de sua saia (entenda no mapa abaixo). “Ele faz ameaças econômicas e patrocina movimentos separatistas para garantir sua influência nos países da região”, afirma Fiona Hill, alta conselheira americana de inteligência durante a crise da Geórgia, em 2008, e diretora do Instituto Brookings, dos Estados Unidos. “Essa tática lhe garante apoio em países como Moldávia e Armênia, que querem negociar com a União Europeia.”
O Império que Putin sonha em recuperar (Foto: reprodução)

Como todo megalomaníaco, Putin tem suas paranoias. Para ele, o Ocidente em geral e a União Europeia e os Estados Unidos em particular são ameaças aos costumes eslavos e à cultura russa. Putin pensa ser enganado pelo Ocidente o tempo todo. Em 2010, disse que a Otan, a aliança militar ocidental, prometeu a líderes da antiga União Soviética que não expandiria suas alianças para além de suas fronteiras. “Eles nos enganaram”, afirmou Putin. Ele culpa o Ocidente pela Revolução Rosa na Geórgia, em 2003, e pela Revolução Laranja na Ucrânia, em 2004. Sua paranoia aumentou depois de 2011. Na ocasião, a diplomacia ocidental persuadiu Putin a não usar o veto russo no Conselho de Segurança da ONU para impedir um bloqueio aéreo na Líbia, então governada pelo ditador Muammar Khadafi. As ações militares da Otan levaram à queda de Khadafi e a uma troca de regime em Trípoli. O Kremlin acusa o Ocidente de financiar e fomentar protestos antigoverno em Moscou. Há meses acusa Estados Unidos e União Europeia de meter-se na Ucrânia em busca de vantagens geopolíticas.
Para um presidente que quer assegurar a primazia de poder e influência sobre seus vizinhos, as contínuas benesses oferecidas pelo livre mercado ocidental são uma ameaça. Putin teme que as vantagens do capitalismo atraiam os países que ele considera satélites da Rússia. A Ucrânia é estratégica para os russos. O país é visto como o berço do eslavismo e do cristianismo eslávico. Com mais de 1.000 anos de história, chegou a ser o maior país da Europa no século X. Nos séculos seguintes, sofreu invasões mongóis e foi dominado pela Polônia-Lituânia. No século XVII, um Estado formado por cossacos, o povo nativo das estepes das regiões do sudeste da Europa, emergiu na região – e durou 100 anos. Aos poucos, o território ucraniano foi incorporado primeiro ao Império Russo, depois à União Soviética. Para Putin, a Ucrânia não é apenas um país-satélite, mas o berço da cultura russa – onde está a Crimeia.
A Crimeia é uma península no Mar Negro, cujo território se equivale à metade da Suíça e cujo clima é comparável ao da mediterrânea Côte d’Azur. Ela tem um passado turbulento. Os povos nômades citas, gregos, tártaros e turcos dominaram a Crimeia durante séculos até a chegada dos russos, que a anexaram em 1783. A península já foi palco de inúmeros conflitos internacionais. O mais famoso leva seu nome, a Guerra da Crimeia. De 1853 a 1856, ela opôs uma Rússia expansionista a uma aliança entre Império Otomano, Reino Unido, França e Sardenha. Os russos alegavam defender os cristãos ortodoxos contra os muçulmanos; a França reivindicava o direito de proteger os católicos. Assim como os otomanos, ambos queriam uma saída estratégica nas águas quentes do Mar Negro. A Rússia perdeu aquela guerra, mas com o tempo incorporou a Crimeia. Até que o líder soviético Nikita Kruschev, que tinha ligações com a região, passou o controle da península para a Ucrânia em 1954.
A independência ucraniana de Moscou, no colapso da União Soviética, provocou a primeira crise moderna na região. Na maior cidade da Crimeia, Sebastopol, está uma base naval russa, com um efetivo de 25 mil homens. Em 1992, o Parlamento russo considerou inválida a decisão de Kruschev, e a Crimeia se declarou independente do governo ucraniano. Em 1994, Yuri Mechkov foi eleito presidente da Crimeia e voltou a alinhar a região com a Rússia. A disputa entre Moscou e Kiev pela divisão das frotas do Mar Negro durou até 1997, quando os dois lados assinaram um acordo. Ficou acertado que Moscou retiraria suas tropas da Crimeia até 2017. Sob a Presidência de Victor Yanukovich, o líder destituído há duas semanas pelo Parlamento em Kiev, o acerto foi prorrogado para 2042.
Cerca de 60% da população da Crimeia se identifica como etnicamente russa e fala, literalmente, a mesma língua de Putin. Por ser uma região autônoma, com Constituição e Parlamento próprios, a Crimeia pode fazer quase tudo o que quiser. Por ser uma região autônoma, a Crimeia pode fazer quase tudo o que quiser. Como fez. Na quinta-feira, dia 6 de março, seu Parlamento aprovou a incorporação da península à Rússia. A incorporação foi aprovada por um referendo realizado no último domingo, dia 16. Segundo os dados oficiais, o referendo teve 96,77% de apoio à integração, com 81% de participação dos eleitores. O Ocidente, com razão, esperneia. O Memorando de Budapeste, de 1994, assinado por Estados Unidos, Rússia, Ucrânia e Reino Unido, define que nenhum país pode ameaçar ou usar força contra a integridade territorial ou independência política da Ucrânia. Difícil é fazer algo a respeito.
Putin conseguiu pôr na parede a Ucrânia e o Ocidente. Uma ação militar americana ou europeia na região é impensável. A Rússia tem o segundo maior Exército do mundo – além de armas nucleares. Sanções econômicas ainda são rechaçadas pelos europeus por um simples motivo: prejudicariam os dois lados. A Europa importa da Rússia 30% de todo o gás que consome, e seu comércio com a Rússia movimenta US$ 340 bilhões. “Não há chances de uma guerra na Europa neste momento, e sanções econômicas eficazes contra a Rússia são inviáveis”, diz Avinoam Idan, pesquisador do Central Asia-Caucasus Institute da Universidade Johns Hopkins, nos EUA. “Só a diplomacia solucionará a questão, que não é sobre etnias, mas geopolítica. É parte do confronto entre Rússia e o Ocidente.” A bola segue no lado russo do campo, e Putin é o único que sabe o que fará com ela.

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